A Viradouro, atual campeã do carnaval carioca, elevou o nível da competição no Grupo Especial do Rio de Janeiro. Canto da comunidade e do intérprete Zé Paulo, evolução alegre e vibrante, entrosamento bateria e carro de som, tudo está envolvido e encaixado em um clima de paixão e amor ao carnaval. Os ingredientes, mais uma vez, estão reunidos e os componentes seguem afiados e preparados para luta pelo bicampeonato consecutivo, que não acontece desde 2008, quando a Beija-Flor faturou com o enredo “Macapabá: Equinócio Solar, Viagens Fantásticas ao Meio do Mundo”. A equipe do site CARNAVALESCO esteve no ensaio de quadra da Viradouro, na noite desta terça-feira, e identificou diversos pontos favoráveis para vermelho e branco de Niterói.

O canto está muito forte e os componentes cantam palavra por palavra. A fluência impressiona, trabalho espetacular da direção de harmonia e de carnaval da vermelho e branco. Mauro Amorim, diretor de harmonia, tem o dom de comandar a comunidade sem berrar ou xingar. A “ordem” chega através de sorriso. “Tento ano a ano, não mudar o perfil, mas acabar com o perfil (harmonia brigão). Em todas escolas, o trabalho é muito parecido. O que passou, passou. Era outro mundo. O trabalho evoluiu e as pessoas também. Hoje, as escolas se propõe cuidar das comunidades. É ser mais harmonia e ser menos diretor”, disse Mauro Amorim.

comunidade viradouro

O ensaio de quadra traz a dificuldade avaliar a evolução da agremiação. Na Viradouro, o notado é que o componente não fica parado. Um dos pontos altos está no verso “Tirei a máscara no clima envolvente”. Com uma máscara nas mãos e sem tirar a do rosto, eles giraram como se fosse uma festa de torcedores nas arquibancadas dos estádios de futebol. Ao site CARNAVALESCO, o presidente Marcelinho Calil se mostrou muito contente com o resultado do trabalho.

“Estou muito satisfeito com nossos ensaios. Falta lapidar algumas coisas, caso não faltasse estaria errado no meu cronograma. A gente sempre procura botar a crescente para chegar no desfile no pico. O ensaio de rua é uma peça nesse processo e a gente se adapta. Faltam 5% a 10% finais. São números, ajustes finais. Com muita segurança e confiança no que está sendo feito. É natural e planejado para chegarmos no desfile no ápice, como foi em 2019 e 2020. Posso garantir que será em 2022 também”, disse Calil.

Para o diretor de carnaval, Dudu Falcão, que trabalha com Alex Fab, por mais que a escola esteja preparada para o desfile, sem haverá algo para ajustar até o momento da apresentação no Sambódromo. “Não passa nunca na nossa cabeça que não tem nada para consertar. Tanto que estamos trazendo setores separados para ensaiarem na quadra. Atingir um grau de excelência é árduo, mas manter é mais ainda. Sempre vamos achar que até o último minuto tem algo para ajustar. A gente prega o respeito pelo componente. É uma troca. O momento da vida não é fácil, mas eles entenderam que para ter resultado é necessário ensaiar. Digo que a gente começa o carnaval com 50 diretores de harmonia e terminamos com 3050, porque os desfilantes compram o nosso baraulho”.

O samba-enredo vem sendo conduzido com maestria pelo intérprete Zé Paulo. O calor não afeta o cantor. No fim do ensaio desta terça-feira, ele parecia que tinha tomado um banho de tanto suor e não reclamou, pelo contrário, estaria no palco até agora se fosse possível. “Tem que ser assim. É uma característica minha. Quis trazer essa identidade para o meu trabalho. Isso ajuda na evolução da escola. Quando olham para mim e vejam que estou feliz e cantando, sentem que vão retribuir. Nunca entrei com menos de 100% em ensaio e desfile. Tenho um privilégio de estar na Viradouro há 9 anos. Será assim até o dia em que me aposentar. Ainda é um processo de amadurecimento. Estamos chegando no nível que é para aparar. Processo de maturação. Estamos no momento certo e achando o nível para que o samba possa render tudo que ele possa na Avenida. Cantei grandes sambas. Na Viradouro, o “Alabê” tinha sido grande destaque na minha voz. O “Ensaboa” também me marca muito. O samba de 2022 é desafiador demais, é o samba que mais me entrega para cantar, preciso estar 200% no samba. Perder dois quilos é mole em cada ensaio, explicou.

Mestre Ciça, o mais experiente comandante de uma bateria no Grupo Especial do Rio de Janeiro, deixou o samba perfeitamente encaixado com o ritmo da Furação Vermelho e Branco. A rainha Erika Januza participará da coreografia feita em cima de uma paradinha e mostrou que vestiu a camisa da Viradouro. Na parte técnica é preciso ressaltar a bela performance do naipe de caxias.

“Ainda temos que lapidar e corrigir algumas coisas. Esse período da pandemia está atrapalhando muito, porque perdemos ensaiamos extras. Agora, vamos correr para acertamos os detalhes. Vamos fazer uma bossa duelo entre caixa e repique, a bateria vai ajoelhar, terá coreografia da rainha, será um negócio bacana. Estamos ensaiando muito, mas precisamos de mais ensaiamos. Conversei com os ritmistas e quem não estiver vacinado no dia da entrega da fantasia não poderá desfilar. O comprovante será exigido. Esperava realmente o encaixe do samba com a bateria. Colocamos um andamento legal para o samba e na quadra cresceu demais. A pegada está ótima. Não é correria, o nosso andamento é confortável demais. Essa é a nossa proposta. Não é só do mestre, mas da escola. A gente senta com todas pessoas envolvidas no carnaval para acertarmos o andamento e entendermos o que a escola quer. Nada é feito sem ser planejando”, afirmou mestre Ciça.

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