Cria do Aprendizes do Salgueiro, o intérprete Igor Sorriso recebeu o site CARNAVALESCO para uma entrevista especial. Bicampeão na Mocidade Alegre, em São Paulo, o artista volta ao carnaval do Rio de Janeiro e seguirá em jornada dupla. Ele cita na conversa como foi o convite da Academia do Samba, a relação com Emerson Dias e a missão de estar na escola do inesquecível Quinho.

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Fotos: Guilherme Campagnuci/CARNAVALESCO

O que representa na sua carreira e vida profissional cantar no Salgueiro?

Igor Sorriso: “Realização de um sonho, meta de vida. E hoje eu posso estar desfrutando disso. Estou muito feliz, muito grato Sei da responsabilidade, do desafio, mas hoje eu me considero um cantor preparado”.

Que filme passa quando você pensa naquele jovem que veio cantar no Aprendizes e depois ganhou o mundo do carnaval?

“Sempre fui um sonhador. Nunca limitei a minha mente. Sempre pensei no máximo possível que eu pudesse alcançar. Tudo começa na mente. A gente vai lutando através desse pensamento e as coisas vão se realizando. Hoje ser o cantor oficial da Academia do Samba é mais uma realização de um sonho”.

Qual o samba predileto aqui no Salgueiro e por qual motivo?

“Caramba! São tantos e tantos. Se eu fosse escolher apenas um seria a ‘Ópera dos Malandros (2016)’. É um samba que eu participei ativamente nas eliminatórias. Pude cantar e tenho muita identificação com esse samba. Gosto demais. O Salgueiro é uma escola que tem uma discografia incrível. Muitos sambas que gosto e nunca cantei”.

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A harmonia do Salgueiro vem dando nota 40 nos últimos carnavais. O que você pode falar do trabalho e o que mexeu no carro de som?

“É uma equipe extremamente competente. A direção musical do Alemão não deixa mentir. As notas respondem por si só. Ele é um cara que entende muito do ramo. Chego para aprender muito com ele. Tem minha vivência de carnaval, mas a gente está sempre aprendendo. Escola de samba, o nome já diz. A gente tem que estar sempre aprendendo e evoluindo. A harmonia do Salgueiro dispensa comentários. Uma galera de muita qualidade. Estou aqui para aprender, compartilhar e para somar para a gente continue dando notas 40”.

Como será essa fase de conciliar os ensaios do Salgueiro e da Mocidade Alegre?

“Muita ponte aérea. Muita alegria e descontração. As duas diretorias possuem um bom relacionamento. Isso facilitou para que eu possa estar aqui e continuar na Mocidade Alegre. Agora é cuidar da mente e do corpo. Quando estiver em atuação pelo Salgueiro ou pela Morada tenho que estar no melhor da minha forma. Tive uma conversa boa com a presidente Solange quando recebi o convite do Salgueiro. Ela é minha amiga pessoal. Sempre soube dos meus sonhos. Quando veio a oportunidade ela sabia que eu tinha que realizar. Foi uma grande parceira e tem me ajudado bastante”.

Qual é a diferença para o cantor de estar no Rio e em São Paulo? Tem jeito de trabalho diferente?

“Cada agrimação tem a sua peculiaridade e características. A gente precisa se adaptar. Entender como é a nossa escola de samba e a comunidade para a gente poder executar e se identificar o quanto antes. Aprendi muito isso na Mocidade Alegre. O Salgueiro já conheço de longa data. Mas estou há seis anos fora do carnaval do Rio. Percebi que tem coisas aqui que se modificaram, se aperfeiçoaram. Foram para um outro caminho. Tenho que me adaptar a isso. A cada ensaio e evento para poder estar cada vez mais integrado e mais identificado”.

Como é trabalhar com dois jovens como mestres Guilherme e Gustavo e ter como companheira a lendária ‘Bateria Furiosa’?

“Guilherme e Gustavo são dois amigos de longa data. Também do Aprendiz do Salgueiro. São dois profissionais de altíssima qualidade. As notas estão aí e o reconhecimento também. Já temos amizade, eles têm uma grande qualidade musical. Fica mais fácil trabalhar. Vou aproveitar isso, essa bateria, esse ritmo maravilhoso, para eu poder evoluir como cantor também e conseguir fazer um trabalho junto com eles da melhor forma possível”.

Sente alguma pressão por estar na escola do Quinho?

“Eu sinto muita alegria, muita empolgação, muita vontade de fazer dar certo. O Quinho é um ícone da história do carnaval. Aprendi muito com ele. Tenho a minha forma de cantar, a minha forma de conduzir. Cada um tem o seu estilo. Mas eu aprendi e aprendo muito com o Quinho. Uma das coisas que eu aprendi com ele: Cantar sem medo e com alegre. Vou executar muito isso no Salgueiro”.

Você entrou no lugar do Emerson Dias, mas sem problema nenhum. São amigos?

“Sim, o Emerson é um grande amigo. Quando o Salgueiro me fez contato, eu liguei primeiro para a minha mãe e em seguida liguei para o Emerson. É um cara que eu tenho o maior carinho. Minha mãe é apaixonada pelo Emerson. A gente sempre conversou sobre essas coisas. É o mercado do carnaval. O Emerson não continuou no Salgueiro. A escola precisava contratar outro cantor. Se não fosse eu, seria outro. Como o convite veio para mim, muito grato, muito feliz. A nossa amizade continua. É um cara extraordinário, um grande cantor. Tenho o maior carinho, o maior respeito. Fez a história dele aqui na Academia. E agora eu tenho que fazer o meu trabalho também para construir a minha”.

Qual conselho você daria para um jovem que sonha em ser intérprete de escola de samba?

“Continue sonhando. Trabalhe bastante. Cante sempre que puder. Não deixe de sonhar. A realização do nosso sonho começa dentro da nossa mente”.