Por Allan Duffes, Matheus Morais e Rhyan de Meira
A Mocidade Independente de Padre Miguel escolheu a parceria de Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson Rozario, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr Castilho e Léo Peres como vencedora do concurso de samba-enredo para o Carnaval 2025. No momento do anúncio do samba-enredo campeão, por volta de 5h deste domingo, o presidente de honra, Rogério Andrade foi ao palco e disse que não está á toa na escola e sim para dar o título. Ele citou que o resultado do concurso de samba foi unânime. A Estrela Guia de Padre Miguel, em 2025, terá o enredo “Voltando para o futuro, não há limites pra sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Márcia e Renato Lage.
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Ao CARNAVALESCO, o compositor Paulo Cesar Feital celebra sua terceira conquista na Mocidade. Ele enalteceu a comunidade e deixou recado para os torcedores.
“Eu já tive isso em 2017, 2018, mas para sempre é a primeira vez. Apesar da minha idade (73 anos), a sensação é da paixão de 16. Porque isso é grande cultura nacional, isso é a voz de um povo, e o independente, me cativa de todas as maneiras, tanto metaforicamente como realisticamente. Que sejam independentes mesmo, sejam libertos, e aprendam nesse momento a usar como é o samba socialmente, a música em razão e em favor do seu povo. Eu passei minha carreira inteira defendendo uma coisa, o Brasil, o povo preto e o povo pobre. E esse samba me traz isso. Quando eu falo do meio ambiente, da robotização da alma, e do renascimento de um povo. Os independentes, para mim, eles significam o Brasil”, afirmou.
O compositor Claudio Russo comemorou a parceria com Feital e disse que o resultado atendeu ao que queria a comunidade da Mocidade.
“Do lado do Feital é a certeza que eu vou conseguir fazer um samba muito bom, porque além de ser meu parceiro, de ser um irmão mais velho, ele é um gênio da música. Ele ajuda muita gente que aprende a cada momento. Sem falsa modéstia, a gente já sabia que estava fazendo um grande samba. Mas esse grande samba precisa ser sacramentado na quadra. A comunidade tem que abraçar, a diretoria tem que abraçar. E vocês da imprensa, mais do que eu, ouviram quando o Zé Paulo começou a cantar o samba no resultado e a quadra veio a loucura, veio abaixo. Estão cantando até agora. Isso mostra que a gente fez um trabalho digno de honrar a Mocidade Independente na Avenida”, disse o compositor Claudio Russo.
Galeria de fotos da final de samba da Mocidade para o Carnaval 2025
O compositor Alex Saraiça também falou sobre a vitória: “É uma sensação indescritível. Eu sou Mocidade Independente de coração, fanático e apaixonado. Nasci e fui criado dentro da escola. Nós ganhamos o samba em 2018 e, depois de seis anos sem vencer na minha escola, chegar nesse momento é algo que não consigo nem explicar. Só Deus sabe a alegria, a emoção, a satisfação de poder contribuir com a minha escola através desse samba. Um samba que, na minha opinião, é lindo, poético, cheio de metáforas e muito inteligente. Trabalhar com Feital e Claudio Russo foi uma honra, eles são feras. Resumindo: felicidade define o que estou sentindo. E, como diz o samba, ‘o céu clareou’”.
Renato Lage está feliz com a volta para Mocidade. Ao CARNAVALESCO, ele falou sobre o momento e o trabalho para o desfile de 2025.
“A sensação de estar voltando depois de 22 anos é estar voltando para casa. Voltei para casa! A gente não vai recriar a Mocidade, a Mocidade está criada ha muito tempo, muitos anos. A gente vem contribuir para o sucesso da escola. O trunfo é que a gente está com vontade, a escola está com vontade e eu sei que há uma expectativa muito grande do nosso retorno, mas para mim, como eu falei, a gente está voltando para casa. A gente está se sentindo bem, fazendo o que a gente quer fazer, dentro do nosso tema, da nossa proposta. Espero que dê tudo certo e estamos trabalhando para isso”.
Pelo segundo ano consecutivo no comando do microfone principal da Mocidade, o intérprete Zé Paulo já conquistou os torcedores da escola. Ao CARNAVALESCO, ele falou do trabalho na agremiação.
“Depois de 20 anos, sendo 10 na Viradouro, que também é uma comunidade fantástica, chegar aqui foi uma mudança muito radical. Mas, como dizem, parece que eu sou da Mocidade desde criança. Fui muito bem acolhido, a comunidade me abraçou demais. Me sinto muito à vontade aqui. Trabalhar com o mestre Dudu, com uma bateria incrível, o André na direção musical, o Mauro Amorim, que conheço desde os tempos de Viradouro, além do Capoeira, Sandrinho e toda a equipe de harmonia, facilita muito o trabalho. É uma super escola de samba, fizemos um show incrível, e a quadra estava cheia de gente feliz. Tenho certeza que estamos no caminho certo”.
Contratado para ser o diretor de carnaval da Mocidade, Mauro Amorim volta para escola de coração. AO CARNAVALESCO, ele falou do trabalho na escola de Padre Miguel.
“Cara, eu prefiro acreditar que os destinos de Deus são maiores que qualquer coisa. O coração falou mais alto. Estou muito feliz, o trabalho está fluindo bem, estamos construindo a equipe, e tem sido uma experiência muito boa esse início de jornada. O samba tem energia, vibração, conta o enredo de forma que mexe com as pessoas. O Renato Lage vem com sua assinatura inconfundível, trazendo muito amor, carinho e paixão pelo que faz. A Mocidade vai desfilar com cara de Mocidade, e isso, para o coração do torcedor, é maravilhoso. Nossa previsão é começar os ensaios de rua no dia 30 de novembro. Estamos trabalhando para que tudo corra bem, com muita dedicação e foco”, contou.
Comandante da “Não existe mais quente”, mestre Dudu comentou o sentimento que possui quando ouve o reconhecimento da comunidade pelo trabalho feito na bateria.
“É um trabalho de formiguinha. Quem é mestre de bateria sabe muito bem o que eu estou falando. É um trabalho árduo e de longo prazo. Eu estou fazendo meu 13º carnaval com a Mocidade no comando da bateria e fico triste ao ver outros segmentos, infelizmente, não gabaritando as notas. A escola não é só a bateria. E o patrono vem fortalecendo o trabalho para que fique mais concretizado. Eu tenho certeza que o trabalho esse ano vai ser muito diferente do que a Mocidade vinha passando apresentando. O nosso samba é quente como a nossa bateria. Eu tenho certeza que esse ano os compositores acertaram na veia. A bateria da Mocidade é diferenciada. E, por isso, eu vou trabalhar o samba e pode aguardar que com as minhas todas maluquices – uma maluquice para o bem – para poder gabaritar e poder ganhar nota. Além de entregar um trabalho legal para o indedependente que merece esse retorno”.
Referência dentro da Mocidade, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diogo e Bruna, conversou com o CARNAVALESCO. Eles falaram do apoio que recebem da comunidade.
“Recebemos esse carinho com muito respeito e ficamos muito felizes. A gente sabe que cada ano é um ano e trabalha sempre para dar a nota máxima para a escola. Que papai do céu permita que a gente continue trazendo o 40 para a nossa escola, com muita humildade e trabalho. Muita gente pergunta qual o nosso segredo, mas é trabalho”, disse a porta-bandeira.
“É uma pressão gostosa. Essa responsabilidade é consequência do nosso trabalho duro. E a gente lida tranquilo, sabendo do que a escola precisa. É muito gostoso viver isso”, completou o mestre-sala.
Com o comando de Geroge Louzada, novo diretor artístico da escola, a Mocidade fez um grande show dos seus segmentos. Ao CARNAVALESCO, ele falou do trabalho na Estrela Guia de Padre Miguel.
“Eu acredito que isso se deve muito ao trabalho que já vínhamos realizando com os passistas da escola e também pela confiança do nosso presidente. Eu fui diretor artístico em 2016, mas naquela época acabei entregando o cargo, porque ficou muita coisa para administrar, e eu quis focar em outras áreas. Agora, me sinto mais preparado. Voltei com a proposta de trazer algo novo para a escola, e felizmente a Mocidade comprou a ideia. Fizemos um show lindo na final do concurso de samba-enredo. Eu sinto que consegui contribuir muito para o desenvolvimento artístico da escola. Tivemos um cuidado especial com o retorno do Renato Lage. Criamos uma proposta com duas “páginas”: uma dedicada aos grandes carnavais do Renato no passado, e outra com um olhar para o presente e futuro da escola”.
Contratado para comandar a comissão de frente da Mocidade em 2025, o coreógrafo Marcelo Missailidis conversou com o CARNAVALESCO sobre o convite e o trabalho com os carnavalescos Márcia e Renato Lage.
“Muito feliz e contente de poder reviver uma parceria com Renato Lage, e ter a oportunidade de conhecer mais de perto a Mocidade pela historia fantástica que a escola tem e ao longo desses anos vários componentes que trabalham comigo são aqui da região, são da Mocidade de coração. Está sendo uma experiência nova super gratificante. Eu trabalhei com eles (Márcia e Renato) entre 2003 e 2008, e sempre foi muito prazeroso. Foi uma parceria que fez muito sucesso, acho que a gente está misturando essa questão da experiencia de trabalhar juntos, com uma escola que vem super determinada a reviver o protagonismo do carnaval aqui no Rio de Janeiro”.
Como foram as apresentações na final
Parceria de Paulo Cesar Feital: O samba de Paulo Cesar Feital foi bem conduzido por Tinga, e sendo muito cantado na quadra nesta final para além da torcida. Os refrões foram o ponto alto da apresentação, em especia,l o refrão final “O céu vai clarear/Iluminar a Zona Oeste da cidade/E Deus vai desfilar/Pra ver o Mago recriar a Mocidade” cantado a plenos pulmões por diverosos dos torcedores presentes, inclusive, num momento tendo somemte a voz da quadra a cantar o refrão. A segunda parte também foi bem cantada por diversos dos presentes.
Parceria de Jefinho Rodrigues: O samba de Jefinho Rodrigues foi defendido por Wander Pires, sendo bem cantado na quadra durante a apresentação. Com o refrão “Posso provar a verdade da gente/É o passado, futuro presente/Raiz da Vila Vintém à flor da idade/Eternamente Mocidade” o ponto alto do samba na apresentação. Teve destaque também o refrão do meio. Os versos “Quem dera amor… um pierrot sambar na lua” e “Ávida, a mente gira como órbita” tambem foram bem cantados, assim como a subida para o refrão “A bomba que explode a emoção/E o samba toca seu coração”, por pessoas de fora da torcida da parceria.
Parceria de Jaci Campo Grande: O samba de Jaci Campo Grande foi cantado por Leozinho Nunes e Igor Pitta. Bem divertido, foi bem cantado pela torcida e alguns dos torcedores da escola presentes na quadra. O verso “Meu perfil de avatar é o castorzinho apaixonado” foi o mais cantado, possivelmente pela referência ao mascote da escola. A apresentação foi bem correta, mas menos envolvente que os outros concorrentes.
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