Por Gabriel Radicetti e Luiz Gustavo

A noite foi de celebração, emoção e recomeço em Cavalcante. Na madrugada deste domingo, já após as 5h, a Em Cima da Hora definiu o seu samba-enredo para o Carnaval 2026, a última final da Série Ouro. A azul e branca de Cavalcante optou pela junção de duas parcerias. A obra vencedora é assinada por Caio Ribeiro, Gabrielzinho, Orlando Ambrósio, Marcota de Cavalcante, Serginho Aguiar, Gabriel Simões, Alexandre Reis, Márcio de Deus, Sílvio Romai, Raphael Gravino, Camila Lúcio, Gigi da Estiva, Jorginho da Flor e Mateus Pranto.

“Emoção gigantesca. Enfrentamos gente muito grande no carnaval, que está acostumada a ganhar samba-enredo. Se sagrar campeão junto com uma parceria que eu acho top, é muito bom, é excelente, eu estou muito satisfeito. A emoção é sensacional. A gente gosta muito da melodia. A gente quis fazer uma grande gira, uma grande ladainha, uma umbanda tocada a céu aberto, porque o enredo remetia muito isso para gente”, disse o compositor Caio Ribeiro.

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Fotos: Gabriel Radicetti e Luiz Gustavo/CARNAVALESCO

A festa marcou também a reabertura oficial da quadra da escola, completamente reformada, e o lançamento de uma nova fase sob a liderança do presidente de honra, Vinícius Drumond, que foi apresentado oficialmente à comunidade e prometeu levar a Em Cima da Hora a um novo patamar. Durante o evento, a agremiação ainda fez a coroação da nova rainha de bateria, Maryanne Hipólito, além das novas musas que brilharão no desfile do próximo carnaval.

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E a noite de novidades não parou por aí: a escola confirmou que o intérprete campeão em São Paulo, Carlos Junior, do Rosas de Ouro, formará dupla com Igor Pitta, em uma combinação que promete potência e emoção na avenida.

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“Foi a primeira vez que eu coloquei samba na Em Cima da Hora. É uma felicidade muito grande ser campeão aqui. A gente sabe da dificuldade que é ganhar um samba na Em Cima da Hora, uma escola com diversos sambas antológicos, conhecidos pelo mundo inteiro, samba inclusive considerado por muitos como o melhor samba da história. Ganhar se você ganhar uma disputa numa escola dessa magnitude, numa escola com essa cultura de grandes sambas, é maravilhoso, é indescritível. Estou de verdade muito feliz com essa conquista. O que levou o nosso samba a ser vitorioso foi a essência que o samba carrega, dentro de um enredo que fala das Pombas Giras. A gente trouxe toda a energia das Pombas Giras, uma essência muito grande. O nosso samba era carregado de axé e isso ajudou a essa vitória acontecer”, comentou o compositor Gabriel Simões.

“Realmente, você ganhar o samba no momento que a Em Cima da Hora vive, é pra fazer história. Uma escola de excelentes sambas, sambas antológicos. E ganhar aqui pela primeira vez realmente é um marco na minha vida. Acredito que a escola vem muito bem preparada, o carnaval muito bem desenvolvido e precisa de um hino. Eu acho que a letra do samba comunica muito bem o enredo proposto. Logicamente que a melodia conduz, é a melodia que te prende ao samba”, explicou o compositor Serginho Aguiar.

‘Em Cima da Hora vem para disputar’, garante o patrono Vinícius Drumond

Recém-chegado ao comando, Vinícius Drumond destacou a ambição da azul e branca para o próximo desfile.

“Esse ano a escola vem para disputar, vem para brigar. Não posso dizer que vai ser campeã, porque campeão é só na pista. Mas que vem grandiosa, vem. A Em Cima da Hora virá grande, pra disputar”, afirmou.

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Sobre o enredo que exaltará as Pombagiras, Vinícius revelou que a ideia surgiu dele próprio e foi abraçada pela direção e pelo carnavalesco Rodrigo Almeida.

“Essa ideia já era antiga. O enredo está sendo feito com muito carinho. Vai ser um grande enredo na avenida”, destacou.

Rodrigo Almeida: ‘Pombagira só cometeu um crime: nascer mulher’

O carnavalesco Rodrigo Almeida explicou a força e a simbologia do tema. “Foi uma proposta do próprio patrono, do Vinícius, e a gente gostou muito porque tem a possibilidade de falar da mulher, dessa figura tão vilipendiada. Mostrar que Pombagira não é má, ela só cometeu um crime, que foi nascer mulher. Elas amaram, lutaram, governaram e agora estão aqui na Em Cima da Hora sendo exaltadas”, explicou.

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Rodrigo ainda comentou o momento positivo que vive a escola. “Fizemos festa pras crianças, reformamos a quadra, há mais investimento. Isso traz a comunidade pra perto e melhora o chão da escola. Em relação ao trabalho plástico, é um conforto melhor, com novos materiais e possibilidades. É um prazer criar assim”, disse.

Sobre o andamento do barracão, o carnavalesco garante que tudo está dentro do cronograma. “Ateliê funcionando bem, estamos entregando o abre-alas já na ferragem. A escola começou a andar bem agora”.

Presidente Heitor Fernandes: ‘A escola vem estruturada e pronta para brigar’

O presidente Heitor Fernandes reforçou que o contratempo vivido em 2025, quando uma alegoria quebrou durante o desfile, serviu de aprendizado.

“Em 2025 tivemos a infelicidade da quebra da roda da alegoria quando a escola vinha muito bem. Para 2026, a expectativa é de um desfile sem problemas e, consequentemente, melhor”, afirmou.

Com a entrada de Vinícius Drumond, o dirigente celebra o novo momento: “A escola vem com estrutura e com a força de todo mundo que gosta da Em Cima da Hora. Mas a disputa é na pista, é lá que vamos ver”.

Igor Pitta vibra com o novo samba e a chegada de Carlos Junior

Com a nova dupla de intérpretes confirmada, Igor Pitta projeta um 2026 de afirmação. “O Carnaval é uma construção. A Em Cima da Hora voltou, fez o caminho todo. Ela veio da Intendente Magalhães, se firmou e se estruturou. Está visível a melhora. O carnaval tem tudo pra ser muito competitivo”, disse.

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Sobre o enredo, Igor destacou a força ancestral e emocional. “Carnaval mexe com nossa ancestralidade. Esse enredo fala diretamente com ela. Vai mexer muito com a comunidade e com o povo do samba. Eu não digo que será uma surpresa, porque a Em Cima da Hora já não é mais surpresa pra ninguém. Mas a forma como vamos passar na avenida será o diferencial.”

Casal de mestre-sala e porta-bandeira mantém nota máxima e promete energia

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O mestre-sala Marlon Lôpes celebrou o 40 recebido em 2025 e destacou o entrosamento com Winnie. “Foi o início de uma parceria muito positiva. Tivemos um ótimo resultado e agora seguimos nessa pegada para manter as notas máximas”, disse.

Animado com a nova fantasia, Marlon revelou: “Já vimos o croqui. A fantasia é linda, cheia de energia. O Rodrigo caprichou. Fiquei encantado quando vi o desenho”.

Para Winnie, o samba escolhido é o combustível da nova fase: “Montamos a coreografia em cima do samba. Já vínhamos trabalhando com o nosso coreógrafo Márcio. Agora, com a canção definida, começamos a adaptar e criar o trabalho específico para os jurados”.

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‘Queremos um carnaval excelente’, diz o diretor de carnaval, Jurandir Batista

“A escola vem numa crescente. Todo ano fazemos um carnaval melhor. Estudamos os erros de 2025 e trabalhamos nas melhorias. Tenho certeza de que 2026 será o melhor carnaval que podemos fazer”, destacou Jurandir Batista, diretor de carnaval.

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Com cerca de 1.500 componentes previstos, ele garante uma escola grande em todos os sentidos. “Estamos muito animados. A comunidade está motivada, o brilho no olhar voltou. Nosso objetivo é trazer uma Em Cima da Hora imponente, como no passado”.

Sobre os ensaios, ele adiantou que a escola voltará às ruas. “Faremos ensaios de rua, sim. Estamos finalizando tratativas com os órgãos de segurança. Temos dois pontos definidos, mas ainda é segredo”.

Mestre Léo Capoeira: ‘Vai ter muita macumba, muito tambor’

O comando da “Sintonia de Cavalcante” segue firme com o mestre Léo Capoeira, que completa o quarto ano à frente da bateria.

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“O ano 2025 foi excelente, superamos todas as expectativas. Agora é cair pra 2026 com a mesma energia ou até mais pra buscar os 40 pontos novamente”.

Sobre o enredo afro-brasileiro, o mestre promete impacto sonoro: “Assim que saiu o enredo, fiquei muito feliz. É o tipo de tema que eu amo trabalhar. Podem esperar um grande espetáculo. Vai ter muita macumba, muito tambor!”, garantiu.