Por Diogo Cesar Sampaio. Fotos: Allan Duffes
A Em Cima da Hora trouxe para seu desfile, em 2019, o enredo “Orlando Baptista, o menino e a bola”. Com a homenagem ao locutor esportivo, jornalista e radialista brasileiro, a agremiação do bairro de Cavalcanti fez um desfile mediano, com alguns altos e baixos em seus quesitos. A azul e branca foi a nona escola a se apresentar pela Estrada Intendente Magalhães, na terça-feira de carnaval, pela Série B, e encerrou seu desfile com 40 minutos.
Comissão de frente
Desenvolvida pelo coreógrafo Arthur Rozas, a comissão de frente da Em Cima da Hora veio bem humorada e com movimentos bem marcados, conforme os versos do samba da agremiação. O que era cantado na letra, era visto na coreografia, mesmo que de forma simbólica.
O figurino da comissão era predominantemente branco, com uma cabeça representando uma bola de futebol. A caracterização era também composta por uma maquiagem prateada no rosto dos integrantes.
Mestre-sala e porta-bandeira
O casal David Sabiá e Jacke Gomes, fizeram a sua estreia na azul e branca de Cavalcanti. Ambos são donos de um currículo vasto, com passagens por escolas da Série A e do Grupo Especial.
Na Em Cima da Hora a dupla manteve seu nível individual, e mostrou estarem bem entrosados, apesar do pouco tempo de trabalho juntos. O casal não cometeu erros em nenhuma cabine, mas pode vir a perder pontos devido a indumentária que apresentava falhas de acabamento.
Evolução
A Em Cima da Hora passou com uma evolução apenas burocrática. A escola não abriu buracos e clarões, nem mesmo chegou a correr. Contudo, as alas desfilaram de maneira arrastada e sem empolgação.
Harmonia
A harmonia da Em Cima da Hora foi um dos pontos baixos da agremiação de Cavalcanti. Alas inteiras passaram caladas, sem ao menos mexer a boca. Poucos componentes cantaram, sendo a maioria só durante os refrões.
Alegorias e adereços
As alegorias da Em Cima da Hora apresentaram um padrão estético acima da média do grupo. A única ressalva é ao acabamento da última alegoria, na parte traseira. A falha consiste a um grande rasgo no tecido que revestia essa parte traseira, e que depois de ser danificada, deixou a mostra os ferros da estrutura do carro alegórico.
Fantasias
O conjunto de fantasias da Em Cima da Hora foi bastante irregular. O uso de materiais baratos e alternativos renderam boas e más soluções. Um exemplo positivo fica por conta de alas que representavam os quatro times grandes da cidade do Rio. Cada componente dessas alas traziam consigo um adereço de mão com bexigas nas cores dos times que simbolizavam.
O exemplo negativo fica por conta da roupa das baianas. Além do material utilizado não ter surtido bom efeito, houve graves falhas no acabamento. Muitas senhoras desfilaram com peças e pedaços despencando ou simplesmente faltando.
Enredo
O desenvolvimento proposto pelo carnavalesco Rodrigo Almeida foi cumprido no desfile da Em Cima da Hora. E apesar de algumas alas terem tido boa leitura na fantasia, no geral, a compreensão do enredo foi confusa.
Samba-enredo
A dupla de intérpretes Maderson Carvalho e Igor Pitta tiveram um desempenho regular com o microfone oficial da escola. A obra assinada por Serginho Rocco, André Kaballa e companhia teve bom desempenho apenas no refrão principal.
Bateria
A bateria da Em Cima da Hora foi o grande ponto alto do desfile. O mestre de bateria Wanderson Ribeiro executou várias bossas e paradinhas que animaram o público presente na Intendente de Magalhães.
Outros destaques
Fazendo seu terceiro carnaval como rainha da bateria da Em Cima da Hora, Juliana Marinho chamou a atenção na apresentação da azul e branca de Cavalcanti. Com uma bela fantasia, predominante no tom prateado, ela mostrou ter samba no pé, e interagiu com ritmistas e espectadores.