A Em Cima da Hora abriu o último dia de ensaios técnicos da Série Ouro de 2023. A escola levará para Avenida em 2023 o enredo “Esperança, Presente!”, que conta a história de Esperança Garcia. Escrava que escreveu uma carta para o governo da província do Piauí pedindo mínimo de dignidade para que pudesse sobreviver. Essa carta foi considerada o primeiro habeas corpus do Brasil e Esperança em 2022 foi reconhecida pela Ordem dos Advogados do Brasil, como a primeira advogada brasileira. A escola será a quarta a desfilar no sábado de carnaval. * VEJA AQUI FOTOS DO ENSAIO
“Eu saio muito feliz. A comunidade de Cavalcanti veio em peso hoje, cantou dentro do que foi possível e isso me deixa satisfeito. Hoje, nós viemos para testar algumas coisas que estamos treinando no Parque de Madureira, como por exemplo, o recuo de bateria e a comissão de frente. Fiquei muito contente com o resultado, mas ainda temos muita coisa para acertar. Precisamos ter um canto mais coeso com o carro de som. Isso é uma deficiência que precisa ser resolvida. Além disso, temos que corrigir a compactação, mas nada que não dê para acertar até o dia do desfile e sair com um resultado positivo”, disse Flávio Azevedo para equipe do site CARNAVALESCO.
- LEIA AQUI: ANÁLISE DA BATERIA NO ENSAIO TÉCNICO
Comissão de Frente
A comissão de frente, do coreógrafo Leandro Azevedo, fez uma apresentação forte com movimentos bem ensaiados e bem executados. Os integrantes realizaram uma apresentação precisa em frente as cabines de jurados. A vestimenta dos componentes chamou muito a atenção. Os homens usavam uma saia e as mulheres um vestido azul que dava um bonito efeito com reflexo da luz e quando giravam em partes da coreografia.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O casal Jhony Matos e Jack Gomes fez uma apresentação perfeita com giros e coreografias bem realizadas, olhares fixos um no outro, eles levaram o pavilhão da escola em um compasso bem executado. Uma ventania inesperada trouxe sufoco, mas para resolver esse problema molharam a bandeira para ficar mais pesada e assim o vento não atrapalhar. Isso não prejudicou o andamento e a bela apresentação do casal.
“Como a gente veio não consegue acompanhar tudo. O meu quesito com Johnny foi ótimo. Foi mais ou menos dentro do que a gente esperava. Óbvio que para o desfile nós vamos dar alguns ajustes. Esse vento maravilhoso me fez ter mais controle com a bandeira. Graças a Deus correu tudo bem, não tive nenhum problema com a bandeira. Eu molhei a bandeira do início ao fim para que eu pudesse conduzi-la da melhor forma. Claro que ninguém quer que vente, mas como é força da natureza, a gente aceita e está tudo bem. Podemos melhorar detalhes mesmo da nossa coreografia. Agora só fizemos uns testes. Depois a gente vai concluir. Vamos analisar os vídeos, rever todo nosso percurso para estar 100%”, disse a porta-bandeira.
“O balanço foi ótimo. Fizemos tudo que a gente ensaiou. Dentro do contexto fomos bem. Isso aqui foi o ensaio. A gente vai ensaiar mais ainda para ficar melhor. Acertar os detalhes, botar em prática com a fantasia e vamos rumo aos 40 pontos”, completou o mestre-sala.
Harmonia e Samba-Enredo
Carro de som comandado por Igor Pitta deu o tom do ensaio puxando sambas antigos no esquenta e cantando forte o de 2023. Fizeram o máximo para levantar a escola na avenida. Porém, o esforço não atingiu o objetivo. Faltou canto na maioria das alas da agremiação. Apenas o refrão tinha um pouco mais de destaque. Ponto de atenção para Em Cima da Hora. O intérprete conduziu muito bem o samba-enredo na pista.
“Foi um ensaio bem produtivo, a gente viu as alas cantando e a escola muito alegre. Não é um samba como o pessoal diz que é um samba de embalo, é mais melodioso. É um samba que nós temos que ter um afinco maior para mantê-lo lá em cima, mas acho que conseguimos fazer um bom trabalho. É difícil cantar sem o Arthur [Franco], a gente se preparou para estar junto com ele e infelizmente não vamos poder. O saldo é mais do que positivo. Acho que a escola deve cantar e até o carnaval a gente vai cantar mais e ser mais coeso no canto. É um pouco difícil fazer sem o som oficial porque tem esse delay, uma parte da escola está cantando um trecho e outra parte está cantando outro. Mas a gente vai conseguir, no desfile oficial, fazer tudo direitinho como estamos fazendo no Parque Madureira. Eu não sei o porquê mas eu gosto muito do refrão de meio, essa caída que ele dá para o ‘Lere lere Kabesilê, Ojuobá’, eu acho bem melodioso, mais swingado, dá a quebrada no tom mais alto que o samba vem. Eu acho muito bonito. A gente não teve tanto ensaio quanto gostaria. Estamos conseguindo fazer um trabalho com poucos ensaios, uma coisa mais feijão-com-arroz, sem muita firula. Acho que estamos conseguindo desempenhar um bom trabalho. A nossa função é fazer uma cama para harmonia e para a bateria brilharem”, disse o intérprete Igor Pitta.
Evolução
A escola levou um bom número de componentes, com algumas alas coreografadas. A escola não chegou a abrir espaço na avenida, porém algumas alas ficaram em cima das outras, quase embolando. Nada muito grave, mas que ainda pede um cuidado maior da direção.
Outros destaques
Para a frente da bateria, o rei Jorge Amarelloh fazendo seu segundo desfile pela agremiação, ganhou a companhia da Anny Santos, que foi coroada a rainha da bateria antes de começar o ensaio. Os dois deram um show à frente dos ritmistas da azul e branco de Cavalcanti.
“O saldo é muito positivo, venho de um trabalho com roupagem nova, uma casa nova. Entrei no meio do caminho não tive muito tempo para trabalhar do jeito que gosto, tive que começar praticamente no final de outubro, início de novembro e já escolher o samba e gravar dois dias depois foi bem complicado. Fiz dois ensaios, o mini desfile e agora a Sapucaí. Estou fazendo um trabalho de formiguinha chamando os amigos, o pessoal que já era da casa tentando fazer um conjunto para o pessoal entender como é que funciona a logística do meu trabalho. Estou fazendo de tudo, então hoje o saldo foi positivo a galera tá de parabéns. Mantive 90% das pessoas que já estavam aqui com antigo mestre e trouxe uns amigos que sempre estiveram comigo”, explicou mestre Léo Capoeira.
Colaboraram Augusto Werneck, Matheus Vinícius e Walter Farias