A Beija-Flor contratou a dupla de coreógrafos Jorge Teixeira e Saulo Finelon para lideraram a comissão de frente em 2023. Eles que estavam na Mocidade desde 2015, chegam com prestígio para fazer valer a estratégia da escola para o quesito: ter mais comunicação com o público e ser um número de impacto.

jorge saulo beijaflor
Foto: Allan Duffes/Site CARNAVALESCO

Em busca de ir além da dança e de uma apresentação dentro do enredo, a Deusa da Passarela apostou nos criadores do Aladim voador para o lugar de Marcelo Misaidilis, hoje na Imperatriz Leopoldinense. Ainda que o quesito não estivesse comprometendo os resultados da escola, o objetivo agora é marcar presença, uma vez que as últimas aberturas de desfiles da Beija-flor não figuravam na lista das mais lembradas dos carnavais. Jorge e Saulo chegam justamente para dar notoriedade ao quesito, com a bagagem de profissionais que aprenderam a encantar o Sambódromo.

Há sete carnavais frequentando a Vila Vintém, eles colecionaram trabalhos que arrancaram aplausos do público. Se em 2015, o temporal atrapalhou os planos de literalmente incendiar a abertura do desfile, em 201616, o público ovacionou Dom Quixote colocando políticos na cadeia. Em 2017, a catarse marroquina com o Aladim que saía voando e a perfeição coreográfica, em 2018, alocaram Jorge Teixeira e Saulo Finelon de vez na galeria dos grandes trabalhos em comissões de frente. Os dois ainda colocaram uma máquina do tempo na avenida, em 2019, encantaram os espectadores com a história de Elza Soares, em 2020, e as flechas de Oxóssi, em 2022.

De casa nova, a dupla agora vai encarar uma torcida acostumada a vencer e uma escola que sempre é aguardada e favorita. Para Jorge Teixeira, o peso de ser um dos favoritos é minimizado pela confiança no trabalho a ser executado.

“Nós procuramos não pensar muito na questão do peso. Tentamos levar as coisas com muita naturalidade, confiamos em nós mesmos e já sabemos como gostamos de trabalhar. Então, se foi um convite, é porque a diretoria da Beija-Flor confia também. Sabemos da responsabilidade, do tamanho da escola para o carnaval, mas faremos um trabalho como fizemos sempre: buscando o nosso melhor”, afirmou Jorge, falando do convite da escola e o motivo que os levaram até Nilópolis.

O diretor de Carnaval Dudu Azevedo também mostra confiança na dupla. Ele conta que a ideia é fazer um show de abertura para, além da nota máxima, o público mergulhar no desfile e no enredo já no início. Dudu afirma que a escola está buscando ajustar os quesitos que podem se desalinhar com os planos da agremiação, como acontecia com Enredo e, agora, com Alegorias e Adereços, que deixa décimos preciosos pela pista, há 7 anos.

“A gente quer buscar uma comissão de frente que não tenha só o impacto de dança. Isso a gente tinha e ganhava 10, com o Marcelo Misaidilis. Mas, se viu a necessidade de ir além. Mesmo dentro do enredo, criar uma comissão que cause um ponto marcante dentro do desfile. Nisso, a gente tem total confiança de que o Saulo e o Jorge vão trazer para a gente”, disse o diretor de carnaval.

Dois pontos ajudarão os coreógrafos na construção de uma comissão de frente de impacto: primeiro é que a escola deu a eles a liberdade total para executar o trabalho. E segundo, é o entrosamento com Alexandre Louzada, que assina o enredo para 2023, ao lado de André Rodrigues. Jorge, Saulo e Louzada, trabalharam juntos na Mocidade entre 2016 e 2019. A dupla comemora o fato de que o carnavalesco os deixa à vontade para trabalhar e eles já sabem o que pode deixá-lo feliz ao retratar o seu enredo.

“Quando se tem um diálogo com o carnavalesco fica muito mais fácil. Porque, por mais que nós procuramos fazer um trabalho de autoria nossa, o carnavalesco também precisa ficar feliz. Afinal, nós estaremos retratando um enredo dele”, contou Saulo Finelon.

Agora, com enredo lançado, a dupla começa o trabalho de pesquisa e montagem. O trabalho deles será conhecido no desfile de 2023, quando a Beija-Flor levará para a avenida o tema “Brava Gente! O grito dos excluídos no bicentenário da independência”, que será, a partir da independência da Bahia, uma reivindicação pelos que lutaram no processo de se separação do Brasil de Portugal, mas não ganharam a notoriedade que mereciam, e ainda uma contestação do real significado de ser independente. Já o resultado final dessa comissão de frente, é conversa para depois da apuração.

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