Criado para realçar as personalidades negras que mais contribuem para as artes, as ideias e a cultura do Rio, o projeto Pretagonismo vai destacar em sua próxima edição, a potência da juventude negra carioca. Serão homenageados jovens negros do asfalto e da favela, de todas as regiões da cidade, que se destacam por sua criatividade, flexibilidade e talento em diferentes artes e ofícios.

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Foto: Ewerton Pereira/Divulgação

Entre as referências que serão contempladas com a moção que já foi entregue a personalidades do carnaval como Nilce Fran, a atriz Egili Oliveira será uma das “pretagonistas” do evento que acontecerá nesta quinta, 22, no Salão Nobre da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Nascida na Bahia, criada entre Niterói e São Paulo, Egili chegou ao Rio de Janeiro trazendo toda a ancestralidade e potencial cultural herdado dos pais. Sua trajetória no carnaval carioca teve início nos Acadêmicos do Salgueiro, escola onde foi premiada e reconhecida pelo estilo de samba e pelo sorriso largo que conquistou a Sapucaí e o mundo. Criou o método “samba coração” e com ele viajou pelos cinco continentes, sendo a pioneira em formar passistas internacionais promovendo um verdadeiro intercâmbio de experiências para suas alunas de fora do país que, todos os anos, vivenciam a folia carioca.

Atriz com participações em campanhas publicitárias e filmes, Egili teve parte de sua história como rainha de bateria dos Acadêmicos de Vigário Geral, retratada no documentário “Egili, Rainha Retinta no Carnaval”, uma produção da cineasta alemã Caroline Reucker que vem surpreendendo a crítica dos principais festivais internacionais.

Pretagonismos é uma iniciativa do mandato do vereador Edson Santos (PT), com apoio do Instituto Avança Nega. Nesta quarta edição, serão homenageados artistas e profissionais como a estilista Cristina Cordeiro, o escritor Jessé Andarilho e o produtor cultural Guilherme Oliveira.

“Numa cidade desigual e de tantos contrastes como o Rio, a juventude negra em geral só ganha destaque quando mata ou morre no horror da violência urbana. Por isso é tão importante valorizar a contribuição dos jovens negros que são referências positivas em suas comunidades ou áreas de conhecimento. Os negros sempre precisaram ser criativos, nossa história é sobre força, vontade e consciência. Hoje é a juventude negra que mostra os novos caminhos dessa luta e isso tem que ser valorizado”, defende o vereador.