Como diziam Caetano e Gil na canção “Divino maravilhoso” é preciso estar atento e forte! A porta-bandeira da Viradouro, Rute Alves, leva esse lema a sério. Durante sua participação no Game do CARNAVALESCO, chamou a atenção não só pela desenvoltura nas respostas, mas sim por usar plaquinhas com temas mais que necessários, como racismo e violência contra a mulher. Em conversa com o site CARNAVALESCO, Rute contou como surgiu a ideia e pontuou que os artistas do carnaval precisam se posicionar sobre temas que afligem a sociedade.
“Meu marido é diretor de conteúdo da Globo. Eles estão fazendo muitas reuniões e ele acaba conversando comigo algumas coisas, eu acabo vendo algumas coisas. Eles estão muito focados na situação do negro, do pobre, na discriminação, no feminicídio, coisas que são tão assustadoras e que infelizmente estão tão presentes no nosso cotidiano, na nossa sociedade. Aí eu vejo os artistas de televisão, cantores, atores, diretores, a própria emissora… eles estão muito imbuídos nisso, e não estou vendo isso da classe artística do carnaval. E, quando a gente quer, a gente tem voz. A gente tem que acreditar nas nossas vozes, a gente tem que acreditar que a gente tem força, que a gente tem o poder da palavra também”, frisou a porta-bandeira que passou para as quartas de final do Game.
A ideia de aproveitar a visibilidade da brincadeira para chamar a atenção para assuntos sérios surgiu logo após o convite para o Game. Rute Alves já havia participado da edição piloto do programa, realizado de forma mais reduzida.
“O outro game teve uma repercussão muito boa de audiência, das pessoas comentando… Se aquela que foi mais restrita, porque era com os amigos do Gustavo, teve aquela repercussão, agora essa que envolve Série A, Especial Rio e São Paulo, com um representante de cada escola, a visibilidade vai ser muito maior, o acesso vai ser muito maior, aí pensei; quem sabe não é a minha vez e posso falar um pouquinho, posso começar a levantar essa bandeira?”.
Essa não é a primeira vez que a porta-bandeira traz a público questões sociais. Rute já participou de entregas de quentinhas, de máscaras e recentemente propôs um bate-papo mais produtivo ao participar de uma live com Squel, porta-bandeira da Mangueira.
“Outro dia fiz uma live eu e Squel e falamos muito disso, vamos sair um pouco de “o ano que você se formou”, “Como você começou”, “qual seu sonho”, “qual seu samba predileto”, vamos fazer além disso, esse tipo de coisa sobre a gente, bem ou mal se acha no Wikipédia, se você pesquisar um pouquinho tem no Google arquivos nossos. Agora, o que a gente pode fazer, de fato, pelo nosso povo? Pela gente? Porque a gente está fazendo pela gente também. A gente exige tanto respeito pela classe do carnaval, vamos também exigir que acabe essa intolerância religiosa, racial, à mulher. Vamos começar a fazer valer a nossa voz em prol da nossa sociedade. Foi partindo disso que eu pensei em levar as placas para o Game. Já estava querendo fazer alguma coisa. Acho que isso foi só um pouquinho, mas é um começo, pretendo ir além”, garante a porta-bandeira.
A primeira etapa do Game do CARNAVALESCO foi ao ar no dia 25 de junho. Na ocasião participaram representantes de todas as escolas do Grupo Especial. Oito estão classificadas para a fase de quartas de final, que será realizada no dia 9 de julho.
O Game do CARNAVALESCO do Grupo Especial do Rio de Janeiro tem apoio da Cervejaria NOI, Elite Buffet, Grife do Samba, Social & Soluções, D´Samba, Guaracamp.