Os apaixonados pela Vila Isabel desceram o Morro dos Macacos na manhã deste sábado para homenagearem Amadeu Amaral, o lendário mestre Mug, no velório e enterro no cemitério do Catumbi, na Zona Norte do Rio. Ele comandou a bateria da escola do bairro de Noel por mais de 30 anos e faleceu na sexta-feira.
Do lado de fora do cemitério, integrantes da Vila Isabel estenderam um bandeirão da escola, enquanto mais de 30 ritmistas tocando em homenagem ao eterno mestre Mug.
Intérprete oficial da Vila Isabel, Tinga, conversou com o site CARNAVALESCO e agradeceu o ensinamento que recebeu de Mug.
Bateria da Vila Isabel no lado de fora do cemitério para despedida de mestre Mug. #carnavalesco pic.twitter.com/uxVnoJ0JgO
— Site CARNAVALESCO (@scarnavalesco) June 19, 2021
“O Mug representa o início de tudo. Aprendizado muito grande. Deixou um legado muito grande para nós sambistas. Comecei muito cedo na Herdeiros da Vila (escola mirim) e o Mug já era o mestre da Vila. Ele sabia direitinho o andamento do samba que eu gostava. Fica a saudade”, disse Tinga.
Cortejo de despedida de mestre Mug. #carnavalesco pic.twitter.com/qNH2z1z4Di
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Um dos maiores mestres de bateria do carnaval, Odilon, esteve no velório de Mug e falou do amigo. “O jeito que ele comandava deixa inspiração para muita gente. Ele me ensinou muita coisa. Ele achava a afinação com o dedinho no ouvido. Fica o vácuo para gente. Sua trajetória no carnaval foi fantástica. Partiu um amigo e que deixou muito legado”.
Mestre Rodney, da Beija-Flor, esteve presente e confessou que foi ritmista de Mug na Vila Isabel. “Fui ritmista do Mug. Minha formação musical de ritmista foi na Vila Isabel, com o Mug. Ele era uma pessoa bem, íntegro, vai fazer muita falta”.
‘O mundo do samba perde uma das grandes estrelas do carnaval’, diz Macaco Branco sobre Mug
Herdeiro de Mug no comando da bateria da Vila Isabel, mestre Macaco Branco enalteceu a importância de Mug para o carnaval.
“Mestre é um dos maiores mestres da história do carnaval. Sempre foi minha referência. Ele que me descobriu. Ficava 24 horas com ele na quadra. O Cassiano, filho dele e que inventou meu apelido, é um grande amigo e está com a gente como auxiliar de bateria. Mug é um dos caras que mais formou ritmista no carnaval. São mais de 600 ritmistas que saíram da Vila Isabel e do Morro dos Macacos. A galera da bateria é muito presente na escola. É uma honra estar aqui e prestar homenagem para o meu mestre. O mundo do samba perde um dos seus grandes baluartes e uma das grandes estrelas do carnaval’.
‘Ele me tirou do tráfico e me colocou no samba’, diz Cassiano, filho de Mug
Cassiano Lima, filho de Mug, comandou a bateria no velório. Ao site CARNAVALESCO, ele falou sobre o pai.
“Meu pai foi tudo pra mim. Me ensinou. Ele me tirou do tráfico e me colocou no samba. Em comunidade, a gente tem um caminho: jogador de futebol, bandido ou músico. Preferi a música. Tenho orgulho em ser filho dele. Me ensinou muito a disciplina. Tenho carinho muito grande pelo mestre Macaco Branco. Quero honrar a bandeira dele. Agora, vou levantar a bandeira. Não posso vacilar. Meu objetivo é ser respeitado pelo mundo do samba e o samba respeitar o legado que meu pai deixou”.
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