A União da Ilha apresentou o enredo “O vendedor de orações” para o Carnaval 2022, na noite de quarta-feira, em sua quadra, e a dupla de carnavalescos Cahê Rodrigues e Severo Luzardo conversou com o site CARNAVALESCO sobre o funcionamento do trabalho e a dificuldade de desenvolver um desfile na Série Ouro no meio de tantas incertezas.

cahe severo
Foto: Reprodução

“Estamos no processo de desenvolvimento do projeto artístico. Nós temos um relacionamento muito próximo. Digo que será feito a quatro mãos, não existe isso de um faz fantasias e outros alegorias. Tudo será feito em comum acordo. Não existe divisão de trabalho”, disse Cahê Rodrigues.

“É uma questão de sensibilidade. Somos dois artistas. Sei respeitar o melhor momento do Cahê e ele também sabe. Quando existe um respeito, existe um grande carnaval”, completou Severo.

Perguntado sobre a mensagem que o enredo quer passar para o público e os insulanos, Severo citou o contexto atual extremamente polarizado.

“Zacarias foi exemplo de tolerância, ele acreditou na fé e no milagre. A partir daí, ele saiu para o mundo e propagou isso. Ele respeitou todas diferenças de religiões e isso precisamos no Brasil. Precisamos acreditar que existe alguma coisa que nos une, que o mundo melhor é possível. Nosso enredo traz alegria e festividade quando festejamos a devoção. É tudo negritude, raça e Brasil”, explicou Severo.

Cahê Rodrigues também falou da disputa tão acirrada na Série Ouro e apenas uma vaga para o Especial.

“O desafio é sempre gigantesco. A cada ano que passa a Série Ouro tem se tornado um grupo ainda mais competitivo. A Ilha está preparada, sabe da responsabilidade, a comunidade está com sangue nos olhos para fazer um grande desfile, e a escola tem bagagem de muitos anos no Grupo Especial. Junto com o Severo, vamos unir forças para vencer e driblar os desafios”, comentou.

Sobre o desafio de produzir um desfile no Acesso, ainda sem previsão de receita, Cahê afirmou que a dificuldade existe para todas escolas.

“A questão financeira sabemos que é um problema, mas a luta é para todas. Temos consciência que não será fácil. Com a experiência que temos sabemos como lidar com a situação. Vamos extrair o melhor possível para produzir um grande carnaval a altura da escola”.

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