O segundo “Duelo dos desfiles” é com a Mocidade Independente de Padre Miguel. A disputa é forte. O desfile de 1991 contra o desfile de 2017. Dois anos históricos para os Independentes.

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“Chuê, chuá, as águas vão rolar”, de 1991, foi feito pela dupla Renato Lage e Lílian Rabelo. “Após a emocionante virada de 1990 muitas águas vão rolar e, navegando por este manancial de poesia, nosso carnaval mostrará as ondas por onde esse enredo mergulhará”, dizia trecho da sinopse do enredo.

“As mil e uma noites de uma “Mocidade prá lá de Marrakesh” foi feito por Alexandre Louzada. A Mocidade terminou campeã, após um erro de um julgador em sua justificativa, e, a escola ter sido declarada vencedora ao lado da Portela. “Ah! Esse eu posso garantir que é humano e que, ao som do batuque do samba, não existe mais quente. Se você quiser, é só se unir com a gente que vamos mostrar um reino diferente, bem pra lá de Marrakesh, um lugar com um povo encantado que igual não se tem, que vale mais que um pote de ouro, é o nosso tesouro – nossa gente da Vila Vintém”, contou a escola em um trecho da sinopse.

Pelo site CARNAVALESCO, Gustavo Maia escolheu 1991 e Diogo Sampaio pegou o ano de 2017. Abaixo, você confere as duas defesas. VOTAÇÃO ENCERRADA!

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Mocidade 1991 (Por Gustavo Maia): “Quando Renato Lage e Lílian Rabelo batizaram seu carnaval de “Chuê, chuá, as águas vão rolar”, faziam mais do que uma aposta: eles estavam firmando um compromisso com os independentes e o público. Os artistas sabiam que a escola mergulharia fundo em busca do bicampeonato e não tinham motivos para disfarçar o favoritismo. A evolução irretocável, o samba vibrante, o deslumbramento provocado por várias das treze alegorias, o rodopio das baianas embaladas pela voz inconfundível de Paulinho Mocidade… como esquecer aquela overdose de beleza e alegria? As credenciais para a vitória reluziam na pista, dos inesquecíveis escafandristas da comissão de frente à bateria de mestre Jorjão, cristalina como as águas de Oxalá. Um dilúvio de felicidade inundou a Sapucaí e garantiu à estrela do mar do casal Lage um lugar de destaque na constelação de Padre Miguel. Sob as bênçãos do espírito do samba, escola e público forjaram um pacto que fundiu a glória no asfalto ao delírio das arquibancadas. A apoteose da Mocidade em 1991 não aconteceu num mero truque da comissão de frente ou na imponência de um abre-alas de meia dúzia de chassis: foi construída refrão a refrão, no passo de cada desfilante, no suor dos empurradores, no canto das sereias de seios desnudos da imponente alegoria, até contagiar a senhorinha no alto do setor popular. Por isso, assistir a esse desfile novamente impõe a recorrente pergunta: o que fizemos com as nossas escolas de samba? Chuê-Chuá é o registro histórico de uma festa que já não existe. Ao revê-lo, não podemos ignorar o pedido de socorro para não deixarmos o fiapo de esperança que sustenta o nosso carnaval rolar por água abaixo”.

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Mocidade 2017 (Por Diogo Sampaio): “O desfile de 2017 foi o reencontro da Mocidade com seus grandes carnavais. Depois de 14 anos, a escola voltou ao desfile das campeãs. Toda uma geração de torcedores independentes puderam ver pela primeira vez a escola fazer uma apresentação para ganhar campeonato, que desde da comissão de frente, uma das mais marcantes nesse século XXI, até o quesito plástico, um dos maiores problemas da escola em anos anteriores, encantaram a Sapucaí. Tudo isso embalado por um dos mais belos sambas-enredo da última década, uma obra-prima assinada por Altay Veloso, Feital e companhia, defendida com brilhantismo por Wander Pires em seu grande retorno para estrela-guia. Imagens como o Alladin voando em seu tapete mágico sobre as arquibancadas, ou o cortejo de camelos na frente do abre-alas, não só marcaram o carnaval de 2017 como entraram para história da folia”.

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