Em nova etapa da disputa na Verde e Branca da Zona Oeste, a equipe do CARNAVALESCO acompanhou cada uma das quatro parcerias que se apresentaram nesta chave do concurso para escolha de samba da Mocidade que vai embalar o carnaval 2025. Abaixo, ao longo do texto, você pode conferir a análise do rendimento de cada obra. A quadra da Vila Vintém recebeu um bom público que relembrou antigos sambas antes da competição propriamente dita. A noite de eliminatória contou com a presença da rainha do carnaval 2024, cria da comunidade independente, Gabriela Mendes. Ao final da etapa, foi eliminada a obra da parceria de Paulinho Mocidade. * OUÇA AQUI OS SAMBAS CONCORRENTES
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Parceria de Jefinho Rodrigues: A obra é de Jefinho Rodrigues, Arlindinho Cruz, Marquinho Índio, Lauro Silva, Prof. Renato Cunha, Cleiton Roberto, Felipe Mussili e Igor Leal. O samba foi conduzido pelo grupo vocal comandado pelo intérprete Hudson Luiz, do Acadêmicos do Tucuruvi, de São Paulo. Na parceria que tem Wander Pires como voz principal, ausente nesta eliminatória, mas bem representado também pelo filho Vandinho, que também se destacou nas vozes. No geral, foi uma boa condução de uma obra que é mais melodiosa, mas com a linha melódica bem dentro do que a Mocidade gosta de produzir para seus sambas. O início tem um levante a partir do verso “Apaixonado vou no rastro da estrela” que permite que a obra avance sem ficar arrastada, dando fluidez. Esta primeira estrofe também apresenta um destaque melódico da música em “Quem dera amor …um Pierrot sambar na lua”, ótima construção harmônica. O refrão do meio “Fiz um pedido pra estrela iluminar” segue a proposta mais melódica enquanto o refrão principal “posso provar a verdade da gente” é mais de ataque. O andamento permitiu que a “Não Existe Mais Quente” pudesse manter o seu ritmo e a sua cadência tão tradicionais, valorizando a intrínseca batida de caixa e pode dar a mestre Dudu mais liberdade para fazer suas convenções e paradinhas. Boa apresentação, mas sem um envolvimento muito grande com a quadra. A torcida teve um número relevante, com as baianas a frente da apresentação. Mostrou animação, mesmo sem o samba estar na ponta da língua.
Parceria de Jojô Toddynho: A segunda obra da noite é de autoria de Jojo Toddynho, Betô Corrêa, Rodrigo Medeiros, Cristiano Plácido, Guto Listo, Gilberto Monteiro, Wilson Paulino, Márcia Carvalho, Giácomo e Samir Trindade. Capitaneada por Rafael Tinguinha, voz oficial da São Clemente, a equipe de vozes mostrou entrosamento inclusive para deixar o cantor mais à vontade para chamar os componentes ao canto com garra e brio. A obra da parceria procura um caráter mais melodioso nas estrofes, mas coloca potência e ataque nos dois refrãos. O de baixo “Luz que ilumina a gente” curtinho lembra alguns que a escola trouxe em anos de sucesso e possui o charme de uma leve mudança na melodia e na métrica na segunda vez em que “Em brilho de neon” é cantado. A segunda do samba se destaca pela bonita linha melódica escolhida, principalmente a partir dos versos “nessa nova era” até “desaguar” no refrão de baixo. Já na cabeça do samba, há uma construção melódica com um tom mais de “nostalgia”, bastante casado com a letra. O andamento foi bom, cadenciado, gostoso, sem arrastar, permitindo um bom ritmo para a “Não Existe Mais Quente”. A torcida veio bem ensaiada e em bom número. A quadra até que se animou um pouco mais, com algumas pessoas dançando, mas, no geral, não contagiou tanto a “Vila Vintém”, ainda que talvez o que tenha permitido as maiores interações da noite.
Parceria de Ricardo Simpatia: O samba foi composto por Ricardo Simpatia, Franco Cava, J Giovani, Valtinho Botafogo, Juca, Jorginho Mocidade, Flavinho Avellar, Victor do Chapéu, Marcelo Vai Vai e Almir. O grupo de vozes foi comandado pela voz potente de Thiago Acácio, do Arranco do Engenho de Dentro. A obra tem um caráter mais de ataque, samba para frente, ainda que não tenha apresentado nenhum tipo de dificuldade ou que não tenha havido nenhum desencontro com a “Não Existe Mais Quente”, que suportou bem o andamento sem sair das suas características. Esse caráter de ataque é visto também na melodia que é mais reta sem muitas variações. Desde o “uma estrela guia no infinito” a obra vai ganhando fluidez e caminha sem se arrastar. Destaque de melodia para “luz que habita meu ser”, ainda nos primeiros versos. Os dois refrãos tem caráter bem para frente também em relação ao que a Mocidade está acostumada. Na segunda do samba a obra busca, sem muito sucesso, pelo o que se viu na quadra, um momento de maior balanço em um bis “Na banda larga me deixa me larga que eu vou, no balanço da rede meu samba viralizou” e entrega para um momento melódico mais denso com “o caldeirão já ferve…” quando a letra recai em uma mensagem de alerta. A torcida veio em um número mais reduzido, apesar da animação. Já a quadra teve pouco envolvimento com a obra.