Por Matheus Mattos
Respeitado e referência na área, Jorge Tornado carrega um alto nível de representatividade para muitos ritmistas do carnaval paulistano. Como mestre, Tornado passou pela X-9 Paulistana, na qual permaneceu por sete anos, Rosas de Ouro, permanecendo por seis carnavais, Imperador do Ipiranga e a Dragões da Real, e segue atualmente para o seu quinto desfile na agremiação.
Além de experiente, Tornado pode se orgulhar porque o seu legado continuará vivo no carnaval durante muito tempo. É visível a influência que ele tem em alguns ritmistas, diretores e até mestres de baterias que passaram pelas suas mãos.
“Eu sempre levo em conta o fato de eu ter sido ritmista. Falo para as pessoas que eu não cai de paraquedas, desde a Avenida São João, Tiradentes, essa experiência leva muito em conta, eu nunca desfiz de ritmista. O maior bem de uma bateria é o ritmista, se você não tem o ritmista do seu lado, não consegue tirar o melhor dele, por isso procuro estar próximo dele” afirma mestre Tornado, que acrescenta também: “E outra, eu faço muito escolinha de bateria, e deixo claro, você chega cheiroso e vai embora fedendo, é o primeiro a chegar e o último a sair, às vezes ganha uma latinha de cerveja ou de água. Algumas escolas tratam como último quesito, mas a bateria precisa ser bem tratada, como o coração. É isso que eu faço, trato meus ritmistas com o máximo respeito”, finaliza.
A Ritmo que Incendeia segue um estilo de trabalho próprio do Tornado. A caixa segue a levada padrão, com acentuação no contratempo. Os surdos de terceira são padronizados e tem o desenho seguindo o samba-enredo trabalhado. Uma identidade forte da bateria são os agogôs, desenhados em cima da melodia e sempre estão destacando as bossas.
Com o enredo: “A Invenção do Tempo. Uma Odisséia em 65 Minutos”, desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes, a escola de samba Dragões da Real entra na avenida no segundo dia de desfiles, às 23h25.