Seguindo para o seu sexto carnaval como mestre de bateria, Rafael Oliveira pode afirmar que a Sociedade Rosas de Ouro teve um papel definitivo de “escola de samba” em sua vida. Tudo começou em 1992 com o projeto “samba se aprende na escola”. Em 1997 ingressou na bateria mirim e no ano seguinte estreou na bateria principal. Permaneceu até assumir como diretor de repiques em 2010. Três anos depois foi convidado pela presidente Angelina Basílio a comandar a batucada da roseira. Por ser uma cria da agremiação, Rafa foca o seu trabalho em formar ritmistas da comunidade.

mestre rafa1“Seria controverso se eu não criasse ritmistas dentro da escola, eu mesmo fui criado através de um projeto. Eu acho que é uma das únicas que tem bateria mirim, a gente procura a prosseguir com o trabalho, dar ênfase pra isso, é a nossa semente. Nós gostamos de ter isso, e acho que assim o samba nunca vai morrer”, defende mestre Rafa. (Fotos: Felipe Araújo)

O nome da bateria entrega a proposta do trabalho: “Bateria com Identidade”. Mestre Rafa conseguiu um feito elogiável, não importa o quão experiente de bateria você seja, a batucada da roseira é facilmente reconhecida só pelo ouvido. Afinação, batida de caixa, BPM, desenhos do tamborim… As explicações são inúmeras, mas a qualidade do trabalho é uma realidade. Umas das razões podem ser: coragem e segurança, Rafa não tem medo de arriscar, não importa o quão polêmico aquilo seja.

mestre rafa2A bateria tem uma presença massiva de jovens oriundos da comunidade, espalhados em todos os naipes. A afinação dos instrumentos é dada dependendo do samba escolhido para o carnaval, onde o tom cantado influencia diretamente. As caixas seguem a batida acentuada no tempo, porém com uma particularidade na mão esquerda. O naipe ainda conta com caixas de 14 polegadas, maiores e afinadas mais grave, que tem a sua batida direta dando sustentação para a bateria. Dentre as diversas particularidades encontradas na Bateria com Identidade, a ala de tamborins tem grande respeito por muitos sambistas da cidade.

“Temos ensaios específicos sim. O nosso diretor grava os desenhos, passa os vídeos e cobra os ritmistas. Depois ele se reúne com os ritmistas que estão com mais dificuldades, repassa e no final de todo esse processo, ele faz uma peneira. Então quem passou, vai, quem não passou, não adianta chorar É poucas idéias. Não trabalhamos pra ser o melhor tamborim, a gente trabalha para que a bateria seja boa para nossa escola, parece até clichê mas é a verdade”, finaliza.

Levando para o Sambódromo do Anhembi uma homenagem ao povo Armênio, através do enredo: “Viva Hayastan”, a Sociedade Rosas de Ouro será a 5° escola à desfilar na noite de sábado, por volta da 02h50.

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