sambodromo
Divulgação/Riotur

Em meio ao embate político entre a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a Prefeitura do Rio e o Governo do Estado pela administração do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, o governador Cláudio Castro (PL) se manifestou publicamente nesta terça-feira e propôs um caminho de conciliação. Durante o lançamento de um aplicativo de combate a roubo e furto de celulares, ele afirmou que é necessário abrir um diálogo entre os entes envolvidos para encontrar uma solução pacífica. O governador ressaltou que o equipamento foi construído com recursos do estado e pode ser utilizado para reduzir dívidas ou até gerar receita para o governo.

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“Acho que a melhor saída é o diálogo. Esse ativo pode, de repente, ser usado para diminuir uma dívida e dar lucro ao estado, já que foi o estado que construiu esse ativo. Vamos dialogar com a Assembleia e a Prefeitura, porque quem tem que ganhar é o Carnaval. O Estado está aqui para colaborar, não para ser motivo de briga”, declarou Castro.

Disputa pelo comando do Sambódromo

A fala do governador ocorre um dia após a Alerj derrubar, em sessão extraordinária, o veto de Castro ao Projeto de Lei 57/23, de autoria do deputado Rodrigo Amorim (União). A proposta determina que a gestão do Sambódromo seja transferida da Prefeitura do Rio de Janeiro para o Governo do Estado. O texto teve 38 votos favoráveis e 19 contrários.

O projeto é parte de uma disputa política entre a base aliada de Castro, que apoia a pré-candidatura do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), ao governo estadual, e o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), provável adversário nas urnas em 2026.

A gestão do Sambódromo, inaugurado em 1984 pelo então governador Leonel Brizola, está atualmente sob responsabilidade da Prefeitura do Rio, amparada pelo Decreto-Lei 224/75. A mudança proposta visa devolver a administração do espaço ao estado, de onde foi originalmente cedido.

Reação da Prefeitura

Menos de uma hora após a votação, o prefeito Eduardo Paes reagiu com ironia e anunciou que a Prefeitura irá recorrer à Justiça para manter a administração da Passarela do Samba. Paes classificou a movimentação da base de Castro na Alerj como “perda de tempo” e sugeriu que o governo estadual estaria priorizando o Carnaval por falta de questões mais urgentes.

A disputa pela gestão da Marquês de Sapucaí, palco principal dos desfiles das escolas de samba do Rio, coloca em jogo muito mais do que o controle de um equipamento cultural. Ela reflete a antecipação do embate eleitoral para 2026, envolvendo dois grupos políticos que travam uma batalha estratégica em diversos campos da administração pública.