Em entrevista ao CARNAVALESCO, Wilsinho Alves, diretor de Carnaval do Salgueiro, revelou que, nos últimos anos, a escola tem buscado aprimorar seu desfile com maior rigor técnico, sem abrir mão da pulsação e da emoção características da comunidade salgueirense. Durante a conversa, ele abordou o novo formato de três dias de desfile (adotado já em 2025), os desafios logísticos, a permanência da escola no topo do carnaval carioca e o sorteio da ordem dos desfiles para 2026, que acontece nesta sexta-feira.
“Como sambista, senti que a noite ficou curta, mas entendo que, do ponto de vista logístico e para o público, o formato foi mais dinâmico. Os 80 minutos de desfile e os 10 minutos de ‘esquenta’ para os amantes do samba funcionaram bem. Na minha opinião, o saldo foi positivo”, afirmou Wilson, referindo-se ao modelo atual.
Questionado sobre desfilar na segunda e ter a terça como “folga”, o diretor destacou os entraves enfrentados pelas escolas coirmãs que desfilam no dia seguinte: “Para nós, que desfilamos na segunda, pouco mudou: fiquei até a terça-feira quase 17h no barracão guardando os materiais. À noite, consegui curtir um pouco a Sapucaí, mas ainda estava exausto. Já as escolas da terça enfrentam problemas críticos: o tempo para a apuração na quarta é muito apertado, o apoio para fechamento de ruas é insuficiente, e o trajeto de retorno das alegorias é complicado”.
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Wilsinho Alves revelou o dia de preferência para desfilar em 2026: “Nunca fechamos o carnaval em nossa história. Por isso, gostaríamos de ser a última escola a desfilar. Caso não seja possível, preferimos ficar no lado dos Correios, onde temos estrutura consolidada para nossos componentes”. Ele também elogiou o novo cronograma para o sorteio da ordem dos desfiles, realizado em abril: “Foi uma das melhores iniciativas da Liesa e do Gabriel. Definir o lado da concentração antecipadamente é fundamental para o planejamento das alegorias”.
O diretor destacou o simbolismo de Tia Glorinha, responsável pelo sorteio do Salgueiro deste ano: “Ela trouxe sorte! Não sabemos se o ritual continuará, mas, pela sua representatividade, torcemos para que repita o papel. Gostamos da ordem deste ano. Minha preferência é que o Salgueiro desfile na segunda ou terça”.
Wilsinho reconheceu avanços, mas apontou falhas no julgamento: “Tivemos uma campeã por dia, segundo os julgadores. Veremos se o padrão se mantém. A apuração ainda precisa melhorar: nosso resultado foi satisfatório, mas os critérios de notas precisam ser mais claros”.
Encerrando com otimismo, o diretor declarou: “Apesar de o resultado nos ter tirado do grupo das campeãs, estamos próximos da vitória. Nos últimos anos, unimos técnica à emoção da comunidade. É uma honra representar os apaixonados pelo Salgueiro, e prometemos retribuir com um desfile ainda mais grandioso em 2026”.
