Em uma proposta que pode reconfigurar o acesso à elite do carnaval carioca, o deputado estadual Dionísio Lins (Progressistas) defende uma mudança significativa no regulamento dos desfiles. A ideia central é permitir que três escolas de samba da Série Ouro ascendam ao Grupo Especial anualmente, em vez de apenas uma como ocorre hoje. A mesma lógica se aplicaria à Série Prata, que passaria a ter três agremiações promovidas para a Série Ouro.

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Foto: Alexandre Vidal/Rio Carnaval

Segundo o deputado, a concretização da proposta depende apenas da autorização do presidente da Liesa, Gabriel David. Em entrevista à TV Mais Carnaval, o parlamentar argumentou que a medida visa criar “uma democracia mais abrangente na área do samba”. Ele criticou o modelo atual, no qual apenas uma escola é rebaixada do Grupo Especial.

“Descer uma escola a cada momento fica difícil para escolas renomadas que se preparam e não conseguem lograr êxito”, afirmou.

A proposta de Lins prevê um período de transição. No primeiro ano de implementação, apenas uma escola seria rebaixada do Grupo Especial, mas com a subida de três da Série Ouro, o grupo passaria a ter 14 escolas. A partir do desfile de 2027, o regulamento se estabilizaria com o rebaixamento de três agremiações no Especial.

Articulação política e viabilidade financeira

O parlamentar assegurou que a proposta já conta com o respaldo das principais esferas do poder público. “Este problema nós resolvemos com o Eduardo Paes. O prefeito topou, aprova as três escolas. O governador Cláudio Castro topou, aprova as três escolas”, declarou Lins, que também mencionou ter buscado o apoio do presidente Lula, através do ex-presidente da Alerj, André Ceciliano, e que a receptividade foi positiva.

Questões logísticas, como a disponibilidade de barracões na Cidade do Samba, também foram abordadas. Segundo o deputado, a Liesa dispõe de dois barracões sem uso (na verdade, os dois espaços estão sendo utilizados pelas 12 escolas), que poderiam abrigar as novas escolas do Grupo Especial. “A Liesa tem dois barracões sem usar. Quando você coloca três escolas no primeiro grupo e desce futuramente uma, você tem os dois barracões para atender as escolas que cresceram”, explicou.

Com o apoio político e financeiro supostamente garantido, a decisão final estaria nas mãos da diretoria da Liesa. “Não falta nada a não ser o Gabriel David (presidente da Liesa) definir e colocar três escolas para a Liga Especial”, enfatizou Dionísio Lins.

Ele acredita que a mudança trará benefícios para o público e para o turismo, com um consequente aumento na arrecadação. “A população é quem vai ganhar com isso. O turismo virá e nós vamos arrecadar mais”, concluiu.

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