O enredo “Voltando para o futuro – Não há limites para sonhar” marca a volta do casal Renato Lage e Márcia Lage à Verde e Branco da Zona Oeste após mais de vinte anos. O CARNAVALESCO conversou com o casal durante a feijoada da Mocidade, no último domingo, onde foi dada a largada na disputa de samba da escola. Os dois começaram falando sobre o retorno à Mocidade, onde Renato fez grandes carnavais e levou vários títulos para a escola, contando como é muito gratificante este momento, e como foi de encontro a um desejo que a escola também tinha.
Márcia Lage comentou: “É um renovo de novo. Principalmente depois da gente ter dado aquela parada meditativa para repensar, para dar uma descansada. Foi um presente você recomeçar aonde, eu particularmente, comecei com ele. Indo de encontro a um desejo há muito tempo sonhado pela escola de nos ter aqui de volta. É a sensação de pinto no lixo”.
Já Renato Lage fez uma analogia ao filho que retorna a casa para falar desta nova etapa na Mocidade: “Para mim é aquele filho que se desgarrou e foi pra luta, para vida, e voltou para casa de novo. É muito prazeroso, me sinto em casa. Com carinho dessas pessoas que curtem a Mocidade, que gostam da Mocidade e que reconhecem tudo aquilo que a gente fez com eles aqui no passado. Momentos de glórias! O ano 90 foi um ano consagrador para a escola e a gente participar disso com eles foi maravilhoso. E a nossa volta é aquela coisa: a gente partiu para luta, para a vida, como um filho que sai de casa e depois volta para o carinho, para o abraço, nos braços da mamãe Mocidade”.
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Renato falou em seguida sobre as mudanças que encontrou neste retorno à escola citando o resgate da atmosfera da sua primeira passagem pela Estrela-Guia: “As coisas mudam. As pessoas mudam. O que a gente encontrou aqui foram pessoas novas, outras pessoas. Não tem o mesmo espírito daquelas pessoas da época. Mas, o nosso patrono quando nos chamou de volta ele queria justamente isso, para a gente resgatar aquela autoestima da escola, aquele clima, aquela atmosfera positiva de união e isso para gente está sendo maravilhoso”.
Márcia complementou, citando como foi aquela escola que brilhou nos anos 1990 que alimentou os componentes e torcedores de hoje, que representam essa renovação: “Por incrível que pareça, essa história do passado construído lá nos anos 1990, do qual, sem presunção, a gente construiu junto com a escola, foi uma química que deu certo, foi a que alimentou os jovens que aqui estão hoje. Mesmo sem eles terem vivido aquele carnaval lá dos anos 90, eles têm uma espécie de DNA, um negócio desejoso de ver aquela estrela. Então, é muito bacana você ver um renovo, sangue novo, jovem. Ainda com esse sentimento que não morre dentro da Mocidade, que são desses enredos mais abstratos, mais voltados para o futuro, mais voltado para essa cabeça fresca”.
O casal comentou sobre a ideia do enredo, e como foi pensado a ideia do enredo, com Márcia afirmando trazer novidades, buscando referências estéticas nos enredos dos anos 90, mas trazendo algo novo: “O que a gente olhou para os anos 90, no nosso “Voltando para o futuro” foi resgatar ou rever aquela estética, aquela forma de fazer carnaval, aquele espírito que havia na Mocidade. Mas, com certeza, a gente não está trazendo nada de antes. A gente está trazendo o agora, o que está acontecendo”.
Renato destacou em seguida a química que o casal possui com a escola, e como ela está sendo retomada, também falando sobre o início da disputa de samba: “Para a gente está sendo interessante porque houve uma química nossa com a Mocidade, e a gente está revendo essa química. É uma química que está retornando. E hoje é o ponto de partida para o início do futuro. Hoje é o dia da apresentação dos sambas-enredo, já começa a eliminatória hoje. Hoje para a gente é um dia crucial, fundamental”.
Em seguida, foi falado sobre como a Mocidade vem de alguns desfiles que não foram bem sucedidos, e como a dupla traz esperança para os torcedores da escola. Nisso, Márcia ressalta que o casal também não veio de desfiles bem avaliados pela crítica, e como essa esperança também é um sentimento que eles compartilham: “Diga-se de passagem, nós também estamos vindo de carnavais não tão bem sucedidos, pelo menos no aspecto da crítica. Então, eu acho que é uma esperança, uma luta, um querer que acende a todos nós, não só aos componentes, os mocidadenses, mas como nós também como carnavalescos, ainda a fim de estar brincando na avenida, ou seja, prestando o nosso serviço e a nossa obra. Tudo isso está em xeque”.
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Renato, ao falar também sobre o assunto, comentou sobre a buscar novamente a química que funcionou entre ele e a escola, e como é importante retomar essa identidade da Mocidade: “Hoje a nossa volta, a ansiedade, a expectativa desse povo da Mocidade de reaver aquela química que deu certo na época. Só que agora é a química, o espírito é o mesmo, só que é uma coisa atualizada. Isso para gente está sendo fundamental. Trazer um toque de felicidade para a escola. Realmente a Mocidade, com a nossa saída, não quero dizer que, mas ela se perdeu, perdeu um pouco a identidade. A gente está buscando essa identidade de novo, na qual o nosso patrono acredita. Já conhecia a gente daquela época e sabe. Para a gente está sendo uma responsabilidade, mas tranquila, consciente. Tomara que dê certo”.
Por fim, o casal falou sobre o samba que a escola levará para a avenida, com Márcia Lage comentando: “Que vença o melhor. O que a escola, em primeiro lugar, vai querer cantar na avenida. Temos bons sambas, que Deus nos abençoe para escolher o melhor. E como mensagem final: quem não arrisca, o medo e a insegurança não avança! Quem não cai se levanta também. E eu acho que a gente está nesse momento: arriscar para avançar. Caímos, mas vamos tentar nos levantar de novo”.
Renato espera também um samba maravilhoso para o próximo carnaval: “Eu disse que hoje é um dia fundamental para o início da partida do carnaval, com o hino da escola. A gente está muito feliz. Graças a Deus começou tudo bem. A Estrela Guia está iluminando. Temos bons sambas, a Mocidade vai crescer com um samba maravilhoso, com certeza. Isso eu tenho certeza. Desde já é, para a gente, fundamental”.