Em entrevista ao CARNAVALESCO, a nova presidente da Unidos de Padre Miguel, Lara Mara, falou com firmeza e sensibilidade sobre as escolhas para o próximo carnaval.
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“Já era uma vontade minha trazer a temática indígena para a escola, porque um dos meus carnavais preferidos da UPM é o de 2018, que foi o Eldorado. Nessa minha gestão, eu quero trazer enredos que contem histórias de quem a gente não vê, que não tem notoriedade nas outras escolas. Tem histórias que precisam ser contadas”, revelou.

A escolha da personagem também coincidiu com o novo momento de liderança da escola, agora sob seu comando. “Querendo ou não, é um enredo muito feminino. A gente saiu de um enredo feminino, que exaltava Iyá Nassô, e estamos indo para outro. E casou comigo entrando na presidência este ano. Todo mundo da minha equipe gostou, estamos muito felizes, graças a Deus”.
Sobre a mudança de grupo e a consequente saída da Cidade do Samba, Lara tratou o assunto com pragmatismo e serenidade: “Sair da Cidade do Samba, para mim hoje, é só uma consequência do rebaixamento. Graças a Deus, temos uma estrutura de barracão boa, que a nossa escola nos proporcionou”.
Mesmo assumindo oficialmente a presidência agora, Lara revelou que continua aprendendo com o pai, o diretor de carnaval, o pai Cícero Costa. “Ainda tenho muito o que aprender, mas eu tenho escutado muito o meu pai. Ultimamente, tenho preferido me calar um pouco mais sobre algumas coisas para não causar tanta polêmica, mas agora acho que o principal direcionamento que o meu pai me deu, que tem sido o foco geral de toda a equipe, é esquecer o passado, olhar para 2026 e fazer um belo carnaval”.
A presidente também comentou com emoção o impacto que o samba-enredo de 2025 teve após o desfile. Mesmo sendo retirada do Grupo Especial, “Egbé Iyá Nassô” se tornou um fenômeno. “Não parece, mas eu sou chorona pra caramba, e toda vez me emociono quando as pessoas me marcam em postagens que mostram isso, ou quando comentam. Porque, independentemente do resultado, o importante é o legado que a gente deixa. Acredito que daqui há 10 anos ainda vão estar cantando ‘Vila Vintém é terra de macumbeiro’. Será que o samba de quem ficou no Especial vai ser cantado daqui a 10 anos? Pois é. Fica a pulga atrás da orelha”.
Questionada sobre o que o público pode esperar da Unidos de Padre Miguel na Sapucaí em 2026, mesmo na Série Ouro, Lara foi enfática: “Com certeza, manteremos o alto padrão, com muita força e muita garra. E vamos embora. Eu vou ficar quietinha para morrer velhinha, mas vamos que vamos, porque acho que a Unidos de Padre Miguel não tem como descer o nível”.
Por fim, a presidente lamentou algumas limitações do Grupo de Acesso: “O que me deixa triste hoje é que não vou conseguir colocar todos os meus componentes na avenida, pela redução do número de integrantes imposta pela Série Ouro. Mas faz parte, vamos lutar para, no ano que vem, voltarmos ao nosso lugar de direito”.