Cubango02A Acadêmicos do Cubango levou para avenida o enredo “O amor preto cura: Chica Xavier, a mãe baiana do Brasil”, pelas mãos do carnavalesco João Vitor Araújo. Muito presente na memória dos brasileiros pelas constantes aparições em novelas, a baiana radicada no Rio de Janeiro na década de 50, trocou Salvador pela Cidade Maravilhosa para estudar arte e se aprofundar na atuação.

E é justamente neste período da vida da atriz que o final do primeiro setor e início do segundo se debruçam. A ala de número 5 trazia um espetáculo marcante na historiografia do teatro brasileiro e consequentemente na vida de Chica Xavier. Esta ala homenageava a montagem de “Orpheu Negro”, escrita por Vinicius de Moraes e estrelada pela grande homenageada da Cubango. O figurino em tons de rosa e branco trazia detalhes do cartaz original da década de 50 e se destacava pela leveza dos materiais.

Pelo menos é o que os próprios integrantes da ala relataram, como a estreante na Sapucaí Isadora.

“Fiquei feliz porque a roupa representa o teatro, a peça Orfeu da Conceição. Eu adoro tudo relacionado à arte. Achei a roupa bem leve e acho que tá tudo muito bonito. É muito importante essa coisa da representatividade. Foi muito merecido esse enredo para ela. É a minha primeira vez na avenida, o samba tá na ponta da língua e eu tô muito animada”, vibrou a moradora de Maricá.

Cubango03Exalando cuidado com a fantasia e os componentes, a presidente da ala de número 5, Rosemary Dias não deixou de destacar a saudade em pisar na avenida e a vontade do cubanguense que é “cria” em estrear no Grupo Especial.

“Esse carnaval, foi atípico, com muita dificuldade. Eu acho importante a gente falar de negritude para acabar com todo esse preconceito contra o negro. Gosto da Porto da Pedra, gosto da Viradouro, mas eu sou Cubango. Se ela descer ou se ela for para o Especial, não importa, eu sou Cubango. A hora que ela for para o especial vai ser maravilhoso, estamos esperando a nossa oportunidade”, disparou a torcedora.

Cubango01Logo depois da ala das baianas, a segunda alegoria trazia toda a majestade do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, palco que foi o berço da histórica montagem. Mais uma vez, a emoção tomou conta do componente que se engajou no significado do enredo e fez questão de desfilar na Cubango para homenagear a vida da atriz. É o caso do ator e arte educador Hélio Xavier que abriu espaço na maratona de escolas que vai desfilar para a verde e branco de Niterói.

“Por isso eu fiz muita questão de desfilar pela Cubango. Pelo teatro e por Dona Chica. Já fiz de tudo nessa vida artística. Hoje eu sou professor de artes e eu não largo a arte nem por um decreto e ela nos representa na missão de viver de arte sendo preto nesse país. O teatro é uma cachaça, tem muito perrengue, mas a gente gosta. Estamos aqui por ela”, destacou o artista.

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