Por Karina Figueiredo
A Acadêmicos do Cubango levou para a Avenida um carro feito com doações de amuletos e objetos religiosos dos próprios componentes. Intitulado “Sala dos Milagres”, a alegoria tentou expressar a emoção que o espaço de devoção, conhecido na Igreja Católica, causa nos visitantes. É costume na Igreja Católica levar para a “Sala dos Milagres” imagens de graças alcançadas, o que podia ser visto na composição da alegoria. O intuito do carro era mostrar momentos considerados importantes para os componentes e fatos que marcaram o carnaval de 2018 da própria escola, conforme explicou o diretor geral de harmonia, Daniel Katar
“É um carro que tem objetos pessoais da escola, fotos, agradecimentos e o carnaval de 2018 volta com essa mesma estética porque ficou uma lembrança muito boa do desfile do ano passado. Foi um desfile apoteótico e muito bacana, por isso voltamos com esse tema”, declarou Katar.
Luiz Roldin, componente da escola, tentou explicar os objetos trazidos no carro.
“Esses personagens e decorações representam os ex-votos de diversas parte o país, que recebiam presentes do fiéis ao alcançar uma graça. Pedido de cabeças, braços, pescoço e tudo que é pedido aos santos foi colocado, assim como os símbolos para representar a Romaria onde os membros levam os seus ex-votos na mão. Na parte de baixo, são as pedintes através de casas para pedir uma moradia, ou seja, cada um para pedir o seu milagre”, explica o componente.
As fitas do Senhor do Bonfim, também ilustravam o carro e falavam sobre a fé que os devotos tinham nos santos. A escola recebeu doações da comunidade como fotografias e algumas peças para compor a alegoria. Algumas partes do corpo humano foram produzidas com pano e boa parte da alegoria era composta por materiais leves e reaproveitáveis. Os personagens representaram as figuras do interior do país como os cangaceiros e a população do Nordeste.
Não foi só o carro que emocionou e prestou homenagem às crenças e religiosidade do povo brasileiro. O samba também reforçou o poder dos santos para virar a página triste da escola, conforme contou Thales Nunes, um dos compositores do samba.
“Nós fazemos uma homenagem ao enredo do ano passado sobre o coração bordado ao Divino Rei, foi um renascer da Cubango, aonde a nova direção assume e, a nossa parceria confia grandemente nos novos dirigentes. Dentro do samba deixamos uma homenagem a esse enredo que passou, porque ele mostra a virada da escola. Esse enredo vai brigar pelo título, esteticamente falando, por falar do Bispo do Rosário e outros temas”, opina o compositor.