Em meio ao cenário de pandemia, o Cubango buscou formas de ajudar a sua comunidade e encontrou a resposta em um projeto educacional. O #EducaCubango vai recrutar profissionais da área da educação que queiram trabalhar de forma voluntária para a transmissão online de aulas e palestras para quem vai prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Além dos famosos aulões, que terão conteúdo das disciplinas que serão testadas na prova, haverá palestras com a intenção de tranquilizar os alunos através de dicas para tirar um pouco do peso que é fazer um teste como esse.
O projeto foi idealizado pelo diretor coreográfico da agremiação, Pablo Guerreiro, e conta com a participação de especialistas em educação como coordenadores pedagógicos e professores.
“A nossa intenção é resgatar a ideia de que a agremiação é uma escola, que através da agremiação podemos ensinar pessoas, só que dessa vez vamos além das aulas de samba no pé, de ritmo ou de quaisquer outras atividades que são fundamentais à uma escola, queremos ajudar essas pessoas a chegarem às universidades. Queremos provar, acima de tudo, que preto e pobre também tem o direito de estudar, que pessoas periféricas podem, sim, ter um diploma de ensino superior. Também quero que tenhamos a adesão de professores pretos, inclusive mulheres, para que essas pessoas sejam inspiração não só para jovens, mas para aqueles que têm o sonho de estudar adormecido ou colocado num canto por conta do preconceito”, explica Guerreiro.
O projeto, que está programado para ter início em meados de agosto, foi dividido em três fases: convocação de profissionais, convite para parceiros e cadastro de alunos.
“Precisamos de profissionais e parceiros que estejam dispostos a nos ajudarem nesse projeto. Já temos alguns professores cadastrados, mas precisamos de mais profissionais. Nós iremos oferecer as aulas através do Facebook, mas pensamos em, mais para a frente, utilizar uma plataforma mais específica para ministrarmos essas aulas. Também buscamos apoio de empresas que queiram doar materiais escolares para os alunos, que nos ajudem a imprimir material e disponibilizar para os alunos em nossa sede, que possam pagar internet para esses jovens. Enfim, há muitas possibilidades, podemos fazer muito, mesmo, mas vamos precisar da ajuda de pessoas e empresas para realizar tudo isso em uma escala maior”, diz Guerreiro.
O presidente da agremiação, Rogério Belisário, acredita na importância do projeto para a comunidade.
“O Acadêmicos do Cubango é uma escola que leva muito a sério a temática afro, principalmente porque nossos componentes são, em sua maioria, pessoas pretas, e queremos que essas pessoas saibam que nosso lugar é onde a gente quiser. Sabemos que, para além da pandemia, os jovens periféricos quase sempre não têm acesso a esse tipo de conteúdo e queremos usar as nossas redes para ajudá-los de alguma maneira”, diz Belisário.