Com 71 anos de tradição, a União da Ilha do Governador, uma das escolas de samba mais queridas do Rio, vive um momento decisivo em 2025. Rebaixada em 2020, a agremiação insulano embarca em uma jornada repleta de esperanças e desafios para reconquistar seu lugar no Grupo Especial em 2026. O enredo “BA-DER-NA! Maria do Povo”, do carnavalesco Marcus Ferreira, que celebra a força da mulher brasileira e a cultura popular, é o mote para a campanha que mistura emoção, crítica às adversidades e confiança na vitória.
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Em conversa com o CARNAVALESCO, componentes e diretores da escola compartilharam suas perspectivas sobre a batalha rumo ao título. Fábio Moraes, 72 anos, integrante há 54 carnavais, não esconde a paixão: “O coração insulano nunca se magoa, porque sempre vem a responsabilidade de decidir. Tivemos injustiças, mas este ano vamos nos sagrar campeãs. Será uma comemoração dupla: pelos 72 anos de vida que Deus me deu e pelo renascimento da Ilha”.
A preparação técnica também ganha destaque. Dudu Falcão, diretor de carnaval, revelou que o samba-enredo “forte” e a evolução musical são trunfos, mas alerta: “Nada foi perfeito ainda. Temos um mês para ajustar pontos negativos e aprimorar até os positivos. A parte musical foi o alto do desfile, mas não podemos relaxar”.
A competição acirrada na Série Ouro é outro desafio. Luiz da Ilha, ex-fotógrafo e atual membro da escola, lembra: “Só uma sobe, e várias estão fazendo carnavais excelentes. Já batemos na trave, mas 2024 será nosso ano. Comecei aqui há 20 anos, e a Ilha sempre renasce”.
Marcelo, mestre de bateria, critica as recentes colocações da agremiação (7º lugar em 2024) e projeta uma virada: “O jurado espera a Ilha no Especial, mas estamos há quatro anos na Ouro. Este ano, porém, estamos impecáveis: alegorias, fantasias e a bateria estão show. Se dependesse de mim, seria 10 em tudo!”. Ele adiantou ainda uma novidade: a fusão da bateria tradicional com uma fanfarra, prometendo um “encontro apoteótico” na Sapucaí.
Com ensaios intensos e otimismo, a União da Ilha aposta na mistura de tradição e inovação para, enfim, resgatar seu lugar no Grupo Especial. Como resumiu Marcelo: “Quando a avenida estiver cheia e iluminada, será mágico. A Ilha vem para vencer”. A resposta virá no Sambódromo, mas, no asfalto, a certeza é uma só: o coração insulano continua batendo forte.