Pouco tempo depois de escolher o samba-enredo que irá ditar o ritmo do Carnaval 2025, a Rosas de Ouro, uma semana após, realizou a sua Festa dos Pilotos na noite deste sábado em sua quadra, denominada como “Uma Noite No Cassino”. O evento contou com exibições de gala das fantasias. Um conjunto colorido e de fácil leitura de acordo com o tema. Um misto de luxo com simplicidade, mas todas as vestimentas extremamente criativas. Uma passarela foi criada para o desfile dos componentes com as roupas e sons de representações do contexto de cada fantasia eram colocados em paralelo às apresentações. Fechando a festa, o intérprete Carlos Jr soltou a voz com o samba-enredo escolhido na sexta-feira da semana passada. “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada!” é o título do enredo da entidade para 2025, sendo assinado por Fábio Ricardo.
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Pesquisa, trabalho técnico com excelência e promessa de melhora
O carnavalesco Fábio Ricardo, responsável pela concepção de todas as fantasias apresentadas, celebrou o que se viu na festa, elogiando o ateliê e o seu trabalho de pesquisa. O profissional ainda diz que precisa ir além para mostrar o melhor desempenho no Anhembi. “O sentimento eu acho que é muito mais técnico. Muita pesquisa, muito estudo, muito debate e muita dedicação de todos que são da escola, principalmente na parte do ateliê. É um pouco de cada coisa que se dá aquele resultado de organização e de gestão. Agora é trabalhar para dar continuidade. É de muita organização desde a pesquisa, escolha do enredo para chegar a esse pequeno resultado, que é o que a gente ainda tem que trabalhar muito para ir pra avenida”, comemorou.
O artista contou que usa o evento dos protótipos como um verdadeiro teste das fantasias, além de avaliar a si mesmo. Fábio também destacou que está na lista de melhores festas da carreira. “Eu não sou muito de bater palma para o meu trabalho. Não sou muito falar que está lindo e maravilhoso. Ali eu estou procurando a estética da roupa, se está funcionando, se vai dar o brilho, o efeito, o tamanho certo… A Festa de Pilotos foi feita para isso. Eu mesmo me julgo. Mas o resultado dentro de toda a minha carreira foi um dos meus melhores. Já está na minha lista. Claro que desde 2014 que eu não tenho uma festa igual essa. Estar fazendo evento com um nível desses, eu estou muito satisfeito”, disse.
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Fábio elogiou o astral da comunidade da Roseira, relembrando o último desfile. De acordo com o carnavalesco, a agremiação quer ganhar o carnaval nesse ritmo. “Eu tenho falado já há muito tempo, desde a avenida. Eu falo que a escola saiu da pista com essa energia incrível, teve outro evento aqui e eu senti a mesma coisa. Eu chamei o diretor de carnaval e falei: ‘Você está vendo isso? A mesma energia que vocês saíram da avenida, que essa força de vontade, é a mesma que vocês vão ganhar. Não deixe essa energia se espairecer’. A escola quer ganhar e ela vai fazer o exercício de casa para conseguir, completou.
Acertos da escola: Carnavalesco, enredo e samba
Membro da direção de carnaval, Evandro Souza elogiou o enredo e revelou que o tema foi pensado visando a plasticidade e fácil leitura. “Eu acho que é um pouco do reflexo da escolha do nosso enredo. Quando estudamos lá atrás, a gente pensou na leitura dele e na possibilidade de fazer um visual bonito para a escola. Eu acho que com as fantasias a gente conseguiu cumprir esse objetivo. As alegorias lá no Anhembi vocês vão poder também comprovar que está indo pelo mesmo sentido”, contou.
O diretor enalteceu o trabalho do carnavalesco Fábio Ricardo e, de acordo com o próprio, o artista parece estar na comunidade da Brasilândia há um tempo pela fácil adaptação na agremiação. “O Fábio veio para a Rosas de Ouro, mas parecia que ele já era da escola há um bom tempo. Ele se enturmou muito fácil, é um cara muito inteligente, muito humano e se adaptou rápido. É uma maneira diferente de trabalhar e eu acho que tem dado muito certo. Ele é um cara parceiro que trabalha pensando na escola também e acho que ele vai render bons frutos”, afirmou.
Exaltando a qualidade do samba-enredo escolhido na sexta-feira da semana passada, Evandro disse que o clima no evento estava ótimo e tudo foi feito como pensado. “Foi espetacular. Eu acho que conseguimos atingir o que a gente estava querendo. Quando a gente pensou no evento, era isso. Juntar o lançamento do samba-enredo com a fantasia para dar aquele ‘up’ na galera. O samba, em pouco tempo, já cresceu bastante. A gente teve só a final e já deu para notar que ele é diferenciado. Tem a cara da escola, o samba que o pessoal da comunidade gosta. É leve, fácil, para cima e eu acho que a gente está no caminho certo mais uma vez”, concluiu.
Liberdade para os profissionais e o objetivo de deixar a comunidade feliz
Vice-presidente da Rosas de Ouro, Osmar Costa, contou que o objetivo do seu trabalho é colocar na pista as ideias que o seu carnavalesco deseja. O mandatário comemorou o sucesso da festa. “A cada ano que passa, a nossa vontade sempre é tentar entregar o projeto 100% do jeito que o carnavalesco quer. A gente procura, depois dos protótipos, entender também a funcionalidade de cada fantasia, porque ela é feita e não é tão testada. Aí a gente já fez um test drive de uns 20 minutos. Agora tem que pegar o feedback dos componentes para encontrar facilidade. Eu também estou muito feliz com o resultado. A gente conseguiu se organizar e fazer uma entrega com tranquilidade para essa festa. O prazo estipulado para o pessoal de ateliê entregar os pilotos foi respeitado. Nós queremos ver a comunidade feliz e sentimos uma aprovação geral”, comentou.
Osmar revelou uma história interessante. Antes de contratar o carnavalesco Paulo Menezes, que assinou três carnavais pela agremiação, havia tentado Fábio Ricardo, mas esbarrou na questão financeira. O gestor contou que está deixando o profissional a vontade para realizar o seu serviço. “Quando eu contratei o Paulo Menezes, na verdade eu conversei com o Fábio. A gente acabou não chegando a se acertar financeiramente em função eu acho que da cabeça dele que ainda estava respirando o ar do carnaval do Rio de Janeiro, que tem mais recursos. Talvez ele não tenha naquele momento entendido a realidade do carnaval de São Paulo. Agora que ele chegou, captou rapidamente o que é ser Rosas de Ouro. Ele assistiu alguns desfiles, acompanhou algumas coisas, ouviu bastante as pessoas e eu deixei ele bem à vontade”, declarou.
Falando das questões financeiras, o vice cita que sempre há de se bancar financeiramente o que se propõe a realizar para entregar corretamente. “Se eu trago uma pessoa que vai colocar um projeto na avenida, a única coisa que eu preciso entender é se a minha comunidade está de acordo com aquilo que está sendo apresentado e se eu vou ter condições de bancar aquela história. Quer financeiramente, quer na execução. Você também tem que terminar tudo aquilo que eventualmente o cara propôs a se fazer. Estou muito feliz com o Fábio, que acertou na veia. Ele deixou as pessoas muito felizes. Eu trabalho na Rosas de Ouro exatamente para ver a comunidade feliz. Eu sentindo que tem aceitação das coisas, para mim é o mais importante”, finalizou.