No ritmo da festa do lançamento do álbum dos sambas-enredo, que acontecerá neste sábado, na Fábrica do Samba, vamos dar uma passada nos 14 enredos que estarão no Sambódromo do Anhembi no carnaval de 2025. A lista apresentada será por ordem de desfile das escolas de samba e com falas sobre cada enredo:

Colorado do Brás: “Afoxé Filhos de Gandhy no ritmo da fé”

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De volta ao Grupo Especial de São Paulo, a Colorado do Brás vai trazer os Filhos de Gandhy para o Anhembi. O afoxé foi fundado em 1948 por estivadores de Salvador e desfila pelas ruas de Salvador em defesa da paz.

Reconhecido pelo Guiness Book como o maior afoxé do mundo, e é patrimônio cultural da Bahia, será contado em São Paulo no carnaval de 2025.

Para desenvolver o projeto, o carnavalesco David Eslavick terá a missão de abrir o Grupo Especial do carnaval de São Paulo em 2025.

 Barroca Zona Sul: “Os Nove Oruns de Iansã”

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A Barroca Zona Sul é a segunda escola a entrar na pista do Anhembi e com o enredo “Os Nove Oruns de Iansã” desenvolvido pelo Pedro Alexandre, mais conhecido como Magoo.

O enredo falará sobre Iansã, como contou detalhou o carnavalesco, Magoo: “Começamos a falar sobre Iansã, sobre a vida dela, sobre os poderes dela. Depois a gente vai dar uma pincelada sobre os amores de Iansã, todas as pessoas, todos os outros orixás, com quem ela se envolveu e adquiriu um conhecimento específico de cada um… até o momento do caso de Obaluaiê, que concedeu a ela o poder de passar do mundo material pro espiritual, de ter acesso a esses dois mundos. A partir desse momento, em que nós entraremos especificamente nos Oruns, que são os nove céus de Iansã, os quais ela tem acesso e encaminha cada espírito de acordo com o que eles fizeram em vida, para o respectivo Orun”.

A Faculdade do Samba contará com toda a força e energia de Iansã para reforçar o seu desfile no próximo carnaval.

Dragões da Real: “A vida é um sonho pintado em aquarela!”

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A terceira escola a entrar na pista vem com uma temática bem emocional no enredo construído por Jorge Freitas: “A vida é um sonho pintado em aquarela!”.

Inspirado em Toquinho e em Jorginho Freitas, neto do Jorge Freitas. E o carnavalesco falou sobre o tema: “O trabalho em tal temática me deixa forte: tem o lado do meu neto Jorginho – que, nesse plano, era chamado de ‘grande astronauta’. Ele está me dando força para que eu faça o maior carnaval da minha vida. A vida nos prega algumas surpresas, e algumas coisas aparecem de repente, sem pedir licença, e a gente parte. O descolorir é como o carnaval: quando terminamos nosso desfile, cada um tira a sua fantasia e guarda para que, no próximo carnaval, a gente vista uma nova. Na vida também é assim: quando a gente parte desse plano para o espiritual, a gente veste uma nova fantasia para vir aqui novamente e pintar uma nova aquarela”.

A Dragões da Real revelou que teve uma mudança na temática após Jorginho ter falecido no dia 16 de abril e em seu desfile carregará referências para homenageá-lo como já foi na apresentação do enredo.

Mancha Verde: “Bahia, da Fé ao Profano”

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A bicampeã do carnaval, Mancha Verde colocará os pés na Bahia com o enredo: “Bahia, da Fé ao Profano” desenvolvido por uma comissão de carnaval.

O enredo é inspirado no documentário do canal Futura que dá o mesmo nome do enredo, o diretor de carnaval e parte da comissão de carnaval, Paolo Bianchi falou um pouco sobre: o presidente assistindo um documentário no Futura, viu esse tema, achou legal, e lançou a ideia lá atrás, ainda na época das campeãs. O enredo não é sobre a Bahia, é sobre o comportamento do povo baiano. Então, é tentar captar a alma do baiano, que a gente sabe que é festeiro, que a gente sabe que é religioso em todas as vertentes. E quem quiser ver o documentário, ele fala exatamente isso. Tem um padre que diz: ‘não tem problema que o cara vem aqui na festa, fica aqui e começa a profanar’, porque o profanar na Bahia é beber e curtir”.

Então a Mancha Verde seguirá esse tema para o próximo carnaval, e a ideia surgiu do presidente Paulo Serdan com todo aval dos criadores do documentário.

Acadêmicos do Tatuapé: “Justiça: A Injustiça Num Lugar Qualquer é Uma Ameaça à Justiça em Todo Lugar”

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Vamos falar de Justiça? Lá na Zona Leste de São Paulo, a Acadêmicos do Tatuapé vai trazer o tema para o próximo carnaval: “Justiça: A Injustiça Num Lugar Qualquer é Uma Ameaça à Justiça em Todo Lugar”.

A frase do ativista Martin Luther King é quem conduz a agremiação para o carnaval de 2025, o presidente Eduardo Santos contou um pouco sobre o enredo: “A oportunidade pintou esse ano e então vamos lá, inspirados em Martin Luther King. A frase dele é que comanda. Toda a nossa proposta, nós vamos tentar contar essa história da melhor maneira possível, lá desde o caos, desde a ausência da lei, até os dias de hoje, contra todas essas barbaridades que acontecem. O preconceito existente com as mulheres, pretos, pobres, homossexuais, indígenas… Tudo isso emendando, complementando a história da justiça, como tudo começou. Não só do ponto de vista jurídico, mas do ponto de vista também religioso, da justiça divina, os dez mandamentos”.

A bicampeã do carnaval vai em busca do terceiro título com um tema que promete abalar o Anhembi, afinal, tem justiça no Brasil? Eis o que a agremiação irá contar na avenida com o carnavalesco Wagner Santos.

Rosas de Ouro: “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”

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‘O medo de perder não pode superar a gana de vencer, o jogo vai virar?’, assim o samba da Rosas de Ouro fala sobre o tema para 2025 que será: “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”.

O carnavalesco estreante na Roseira, Fabio Ricardo contou um pouco sobre o tema: “Desde os tempos mais antigos da humanidade, os jogos refletem valores, habilidades, traços marcantes e costumes de culturas e épocas. Com o passar dos séculos, evoluíram, se diversificaram, refletindo avanços tecnológicos, sociais e culturais, sem perder a sua essência. Sorte, mistério, adrenalina, estratégia e muita diversão, e é isso que levaremos para nosso desfile de 2025”.

Com isso, a Rosas de Ouro, que venceu sete títulos no carnaval de São Paulo, o último em 2010, contará a história dos jogos no Anhembi em 2025.

Camisa Verde e Branco: “O Tempo Não Para! Cazuza – O Poeta Vive”

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A última agremiação na primeira noite de desfile é a tradicional Camisa Verde e Branco que fará uma homenagem para o artista Cazuza com o tema: “O Tempo Não Para! Cazuza – O Poeta Vive” desenvolvido por Leonardo Catta Preta.

O enredo seguirá a biografia musical do artista, terá as fases polêmicas presentes, um dos enredista, Clark Mangabeira contou: “A gente estava sempre pensando em uma biografia musical, pensando em trazer a música dele pela questão da memória afetiva com o Brasil afora. Então, foi um processo que começou com pesquisa, muita conversa, o carinho, a bênção da Lucinha. Conversamos também com todos os artistas que a gente pôde conversar para trazer um pouco de um Cazuza que não ficasse só nos livros, mas o Cazuza que a gente via na televisão e que a gente ouve falar. A ideia foi fazer uma sinopse que fosse emotiva, bonita e tentasse pegar um pouco da essência, da poesia do Cazuza e desse amor que a gente quer levar para o Anhembi”.

O Camisa Verde e Branco tem nove títulos do carnaval paulistano, o último aconteceu em 1993 e vai para o segundo ano consecutivo no Grupo Especial após um longo período distante.

Águia de Ouro: “Em Retalhos de Cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer”

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Abrindo a segunda noite de desfiles, no sábado de carnaval, a Águia de Ouro surpreendeu escolhendo o horário e homenageará um grande artista brasileiro, Benito Di Paula, com o enredo: “Em Retalhos de Cetim, a Águia de Ouro do jeito que a vida quer”.

O carnavalesco André Machado contou as missões de falar sobre o grande nome da música brasileira: “Foi muito engraçado, estava pesquisando o enredo, quando o Sidnei (presidente) meu deu um start de um enredo que estava pesquisando ele, no meio do processo ele disse ‘André, Águia de Ouro tem um enredo que eu queria que você desenvolvesse’, falei ‘pode falar, pode falar’ e ele falou ‘Benito di Paula’. Então tudo que eu estava pesquisando foi por água baixo, falei que tem ser o Benito di Paula, ainda mais em vida, tem oitenta e poucos anos, merece essa homenagem em vida”.

Portanto, buscando o bicampeonato, a Águia de Ouro vai homenagear Benito, que inclusive, tem uma ligação com a agremiação, acompanhava os ensaios de sua casa nos anos 70.

Império de Casa Verde: “Contando Contos: Reinos da Literatura”

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Viajando em um conto, a Império de Casa Verde vai com um enredo literário: “Contando Contos: Reinos da Literatura” desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Barboza.

O enredista Tiago Freitas falou um pouco sobre o tema que procura trazer personagens variados e brincar de carnaval no Anhembi: “Queremos interagir, interagir com os personagens caindo no samba, a gente tem com os personagens, conheçam a Casa Verde, esse reino da Casa Verde e que a gente também navegue nos reinos deles, né principalmente o Reino dos romances, do Harry Potter. Queremos brincar, é um enredo leve, alegre é um enredo que tem a cara da Império de Casa Verde. A comunidade está muito feliz e a gente está embarcando e trazendo essas loucuras literárias para o nosso desfile”.

A terceira escola do sábado busca o tetracampeonato, o último título veio em 2016.

Mocidade Alegre: “Quem Não Pode com Mandinga, Não Carrega Patuá”

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A atual bicampeã do carnaval, Mocidade Alegre é a agremiação a ser batida, afinal são doze títulos em São Paulo, vai com o enredo: “Quem Não Pode com Mandinga, Não Carrega Patuá”.

Com a religiosidade da escola muito presente em busca do tri, o carnavalesco Caio Araújo contou sobre o caminho do enredo: “Acho que a gente tinha uma ideia de ligar principalmente a uma religiosidade afro-brasileira e conseguimos realizar tudo aos poucos. A gente não tinha uma ideia fixa do que seria, mas ao longo das pesquisas foram aparecendo. A ideia era justamente quando a gente descobriu que teria que ser um enredo baseado nesse dito popular. Dessa fé que a gente carrega no pescoço, que faz parte do nosso dia a dia, que a gente carrega um patuá na carteira, um crucifixo no pescoço, colocamos a nossa guia… É dessa fé que a gente tem sempre”.

A Morada do Samba, como é conhecida, terá a estreia do carnavalesco Caio Araújo, mas o enredista Leo Antan segue no projeto e desenvolve o tema que terá inúmeros objetos de fé da cultura brasileira presente.

Gaviões da Fiel: “Irin Ajó Emi Ojisé – A Viagem do Espírito Mensageiro”

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Depois de muitos anos, os Gaviões da Fiel voltaram ao desfile das campeãs em 2024, e para 2025 vão com o primeiro tema afro de sua história: “Irin Ajó Emi Ojisé – A Viagem do Espírito Mensageiro”.

Um dos carnavalescos, Julio Poloni falou sobre a escolha do tema: “A comunidade pedia muito. Eles pediam esse primeiro enredo afro. Vários departamentos entraram com esse pedido ano após ano, e esse ano a gente resolveu fazer. A gente quer muito e buscamos uma história, que são as máscaras. Um elemento extremamente bonito, que valoriza os conhecimentos, os valores e a arte dos diversos povos africanos. Foi a gente trabalhando com a aceitação, porque já existia essa ansiedade por parte da comunidade de se fazer tema desses que a gente se convencionou a chamar de afro. Nós estamos extremamente felizes”.

O carnaval está sendo desenvolvido por uma dupla de carnavalescos, além do Júlio Poloni, o Rayner Pereira segue no projeto do tetracampeão do carnaval paulista.

Acadêmicos do Tucuruvi: “Assojaba – A Busca pelo Manto”

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Logo do enredo do Tucuruvi para o Carnaval 2025

A Tucuruvi vai no ritmo da busca do manto Tupinambá, com uma temática relacionada a memória indígena contará “Assojaba – A Busca pelo Manto”.

Em postagem no anúncio do enredo, a agremiação disse: “O “Zaca” sonhará com a busca do manto Tupinambá, que tem um valor artístico e simbólico para a memória indígena no Brasil e também a luta pelo retorno ao seu local de origem. Além de um longo processo de pesquisa, o desenvolvimento do enredo contará com o apoio da liderança Glicéria Tupinambá”.

O Zaca tem uma dupla de carnavalescos para o próximo carnaval, Dione Leite segue na agremiação, e chega o Nicolas Gonçalves estreando em São Paulo após destaque no Rio de Janeiro.

Terceiro Milênio: “Muito além do Arco-Íris – Tire o Preconceito do caminho que nós vamos passar com o Amor”

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A penúltima escola a entrar na pista do Grupo Especial é a Milênio que retorna e estará na divisão pela segunda vez, o enredo desenvolvido por Murilo Lobo é: “Muito além do Arco-Íris – Tire o Preconceito do caminho que nós vamos passar com o Amor”.

O tema LGBTQIA+ foi contado pelo carnavalesco: “A gente precisa educar. Hoje, eu vi uma matéria sobre a Madonna dizendo que, todo dia, nós precisamos criar uma versão melhorada de nós mesmos. O carnaval serve para isso. Faremos um carnaval muito emocionante, a ideia é fazer um grande show, o carnaval está precisando de show – e nós faremos isso”.

A agremiação tem feito inúmeras ações desde antes do anúncio oficial do tema com o intuito de fortalecer toda a comunidade LGBTQIA+.

 Vai-Vai: “O Xamã Devorado y A Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem”

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Fechando o Grupo Especial, a principal campeã do carnaval de São Paulo, o Vai-Vai, irá homenagear o artista Zé Celso: “O Xamã Devorado y A Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem”.

O carnavalesco Sidney França segue na agremiação e buscando uma sequência de enredos fortes: o Vai-Vai também se posiciona ao assumir a voz e as palavras de alguém que antes de partir desse plano deixou uma mensagem muito potente, de liberdade do corpo, de liberdade do pensamento. O Zé Celso, na ditadura brasileira, foi muito opositor a ponto dele ser exilado. Passou por Portugal, Moçambique, isso também vai estar no desfile. Pensar hoje no Vai-Vai nesse lugar de escola do povo, escola da rua, abraçando discursos muito ligados ao questionamento do funcionamento social me completa muito”.

O Vai-Vai tem quinze títulos conquistados no carnaval, o último em 2015, e está no segundo ano consecutivo no Grupo Especial, após período de instabilidade, tem a missão de fechar o carnaval do principal grupo de São Paulo.