No último sábado, o Vai-Vai abriu os desfiles do Grupo Especial do carnaval de São Paulo. A escola do Bixiga, por ser a atual campeã do Acesso I, teve a missão de abrir a segunda noite, que contou com seis escolas campeãs da folia paulistana. O clima foi de muita emoção, desde a arrancada até a dispersão. Como de costume, novamente a torcida na arquibancada, ‘jogou junto’ com a escola. Todos ficaram felizes com o resultado e, a expectativa dos componentes, é que realmente a Saracura voltou.

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Luiz Felipe, intérprete do Vai-Vai, não escondeu o sentimento. “Voltar ao Grupo Especial, passar por tudo que a gente passou, para nós é de um valor incrível e, agora, nos resta esperar terça-feira. Eu não gosto de falar de mim, mas acredito que fui bem, Vai-Vai é uma escola que se consegue trabalhar sem problemas. Não é um bicho de sete-cabeças. O segredo é trabalhar o seu chão para tudo fluir naturalmente, como foi hoje, graças a Deus. Foi uma emoção gigantesca, que se Deus quiser, irá continuar nos próximos anos”, comentou.

Diretor de bateria, mestre Beto, avaliou o desempenho da ‘Pegada de Macaco’. “É uma emoção única voltar a desfilar após dois anos. Vai-Vai é uma escola sem quadra, sem patrocínio e depende mais da Prefeitura. A gente conseguiu colocar o carnaval na rua com um enredo forte, com uma bateria que costuma ser paulista. O mestre Tadeu preza por isso. Eu também gosto disso, mas faço as inovações dentro do critério de julgamento da Liga. Pra mim é uma emoção grande e espero que o Vai-Vai consiga conquistar uma grande colocação dentro do olhar dos jurados”, analisou.

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Mestre Beto se aprofundou nos critérios. “O andamento da bateria é sempre para frente. Ela tem uma identidade, que é ser paulista. Usa caixas embaixo, os surdos de terceiras são livres, mas a minha a avaliação, independente se houve problemas ou não, no contexto geral, eu acho que o trabalho foi entregue”, avaliou.

Chico Spinoza, que está em sua terceira passagem pelo Bixiga, foi o carnavalesco responsável por desenhar e assinar todo o desfie do Vai-Vai e, o artista, falou da emoção que é assinar mais um desfile pela agremiação. “Eu tenho sempre um prazer de fazer um carnaval no Vai-Vai. Essa comunidade, além de me respeitar, tem uma energia que poucas têm. É um reduto que temos que aplaudir. Eles têm força de carnaval. Apesar de a gente ter feito um carnaval barato, eu estou muito feliz com o resultado. Agora, é uma escola que carrega isso bravamente. Aos 70 anos, poder trabalhar já é uma emoção. Em uma temporada pandêmica é mais ainda. Voltar a pisar aqui com a minha escola de coração, para um velhinho de 70, como me chamam por aí, eu estou muto feliz”, disse.

O Vai-Vai fez algo diferente do habitual. Por voltar do Grupo de Acesso, abriu uma noite de desfiles. Chico Spinoza, que foi campeão do Acesso I com a escola em 2020, se mostrou supersticioso. “Eu tenho sorte de abrir. Em 2000, na Tijuca, viemos do acesso com “Pedras Preciosas e, depois, eu fiz “Terra dos Papagaios”. Ficamos em um quarto lugar. Eu não discuto campeonatos. Eu discuto exatamente como diz o samba, ‘voltei’. Eu acho que é a escola voltar aqui nessa avenida, olhar para o passado, compreender o presente, que é estar aqui brilhando nessa maneira, para redefinir o futuro”, comentou.

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