Coroada novamente rainha de bateria da Imperatriz Leopoldinense, Iza retoma o posto após três anos, depois de sua primeira passagem entre 2020 e 2022. A volta da cantora à frente da bateria marca um novo momento na relação com a escola e vem sendo acompanhada de perto pela comunidade. Em entrevista ao CARNAVALESCO, componentes da escola de Ramos destacaram a presença constante, o pertencimento e a identificação de Iza com o chão da agremiação.
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Para Júlia Teles, 29 anos, dançarina e integrante da ala das baianas pelo segundo ano, o retorno não poderia ter sido mais bem recebido. “Maravilhosa. A gente não poderia estar melhor do que estar com a Iza”, afirmou. Na avaliação dela, o reconhecimento passa pela postura da rainha no dia a dia da escola: “Ela representa, ela samba, ela é da comunidade. Isso é muito importante”.
A constância nos ensaios aparece como um dos principais pontos ressaltados pelos componentes. Júlia observa que a presença de Iza já se tornou parte da rotina da Imperatriz. “Ela está presente, ela sabe o samba, está no ensaio de rua, está no ensaio de quadra. Se ela faltar é porque o mundo está acabando”, disse. Para a dançarina, a identificação vai além do posto: “É a nossa representatividade, a continuação da escola. O sangue da comunidade é o chão da comunidade”.

Já Felipe Pereira, 20 anos, estudante de Letras da UERJ e em seu primeiro ano desfilando pela Imperatriz, avalia que a ligação anterior da cantora com a escola legitima o retorno. “Ela é uma pessoa que já tem relação com a escola, pode dar garra e energia. Acho que é uma boa volta”, analisou.
Felipe ressalta que a presença da rainha impacta diretamente o envolvimento da comunidade. “Uma rainha que é presente faz toda a diferença para a comunidade. A gente tem mais garra quando vê que tem alguém ali pela gente também”, afirmou. Para ele, esse vínculo deveria ser regra. “Isso é imprescindível. As rainhas precisam ser da comunidade, ter uma história ali”, ponderou.

A ideia de retorno como recomeço aparece com força na fala de Hugo Coelho, 30 anos, enfermeiro e componente da Imperatriz desde 2022. “É um momento de muita felicidade para a escola e para a própria rainha. Ela retorna agora em uma nova fase da vida”, disse. “Ela teve um primeiro ciclo que precisou se encerrar, e agora abre um novo ciclo. Que seja de muita conquista e felicidade, para ela e para a escola”.
Hugo amplia o debate ao tratar presença como algo que vai além da agenda. “Não é só sobre presença física. É sobre presença espiritual, de tempo e de dedicação”, afirmou. Sem recorrer a comparações diretas, ele percebe um avanço na relação atual entre rainha e comunidade. “Eu vejo um grande avanço em relação ao outro ciclo”.

A importância de Iza ser cria da comunidade também surge associada à representatividade territorial. “É representatividade dentro da escola e dentro de uma comunidade como o Complexo do Alemão”, destacou Hugo. Para ele, a rainha ocupa um espaço simbólico que ultrapassa o desfile. “É sobre outras pessoas se enxergarem nesse posto, não só como rainha de bateria, mas como um posto de poder”.
Gustavo Fideles, 26 anos, há três anos na Imperatriz, vê o reencontro como um encaixe natural. “Eu gosto. A Iza faz sentido com a Imperatriz, e a Imperatriz faz sentido com a Iza”, resumiu. Para ele, o pertencimento se manifesta também na proximidade com a quadra. “Ela é da comunidade, mora perto da quadra. Isso faz muito sentido com a escola”.

Mesmo aprovando a atuação da rainha, Gustavo aponta que a cobrança faz parte do cotidiano da escola. “Tá sendo ótimo. Queria até que ela fosse mais aos ensaios de sexta, mas, ainda assim, estou satisfeito com ela”, comentou. Na avaliação dele, a combinação entre visibilidade e raiz comunitária fortalece a agremiação. “Ter uma rainha da comunidade, ainda mais famosa, favorece a escola e faz ela engrandecer mais”, finalizou.









