“Vem me encantar/Volta pro seu lugar”. Os versos do refrão principal do samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense, composto por Gabriel Melo, já dão o tom de resgate que a Verde e Branca de Ramos está vivendo para o próximo carnaval. Depois de amargar em 2019 um rebaixamento, a escola juntou os cacos, trouxe o aclamado Leandro Vieira em 2020, além de ter reforçado o time em outras posições e foi campeã do Grupo de Acesso. Agora para 2022, após dois anos sem carnaval, com Rosa Magalhães de volta, a ansiedade é grande e a expectativa é maior ainda para que a Imperatriz não só retorne ao Grupo Especial, mas se utilizando, porque não, do exemplo da Viradouro em 2019, 2020, venha a disputar e conquistar títulos, retornando a um protagonismo na elite do carnaval carioca.

Um dos diferenciais apontados para o momento que a escola vem demonstrando estar vivendo é um resgate da relação com a comunidade de Ramos, que parece ter percebido a necessidade de abraçar ainda mais a agremiação após o rebaixamento em 2019. Durante a abertura do Rio Carnaval 2022, na primeira noite de apresentações na Cidade do Samba, a reportagem do site CARNAVALESCO conversou com alguns componentes da Verde e Branca de Ramos, que abriu o evento, sobre o sentimento de retorno não só ao Grupo Especial, mas de protagonismo na festa.

A empolgação é grande para a integrante da ala das baianas, dona Teresa Cristina, que desfila na escola há 7 anos e faz parte da comunidade de Ramos. Dona Teresa nem pensa em sentimento de disputa por permanência no grupo ou desfile das campeãs, a baiana já quer que o foco esteja na briga pelo título do carnaval de 2022. “Nós estamos muito felizes que ela voltou para o Grupo dela, que ela era para ficar lá. É uma emoção, muita emoção que a gente está pela Imperatriz. Eu estou muito empolgada para o carnaval e nós vamos brigar pelo título”.

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Para Rita Almeida, que já não desfilava há algum tempo pela escola, a ansiedade pelo dia oficial do retorno da escola ao Especial é grande. Rita também ressaltou que a garra dos componentes tem aparecido claramente nos ensaios e por isso a Imperatriz pode acreditar em voos maiores. “É muito emocionante estar aqui de novo na Cidade do Samba, é maravilhoso. Só de pensar no dia do desfile é uma emoção que dá. A gente está aqui e a expectativa é de ganhar, chegar próximo, brigar pelo primeiro lugar, pensar em campeã, e a gente vai ser campeã. A escola se renovou muito, muito mesmo, nos ensaios, muita garra, o pessoal parece que está, assim, com o sangue fervendo na veia para buscar esse campeonato. A gente merece. Eu acho que o povo está mais unido, acho que a união é a diferença. Todo mundo buscando uma coisa só”.

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Já Raquel Ribeiro, integrante da comissão de frente comandada por Thiago Soares, a emoção de estrear na escola em um ano tão importante já fez com que a componente percebesse o amor que a comunidade de Ramos tem pela Imperatriz. “Só de voltar da pandemia já é uma emoção gigantesca, o carnaval por si só já é uma grande emoção. Mas, poder estar com a Imperatriz e com ela retornando, ainda mais a Imperatriz que é uma escola de Grupo Especial, e é muito emocionante, é uma sensação que não tem explicação o que vai ser estar na Sapucaí, o que já é estar aqui. A Imperatriz é uma escola sensacional, é meu primeiro ano desfilando na Imperatriz, e poder estar à frente da escola na comissão de frente, é um orgulho muito grande, uma satisfação muito grande e eu estou muito feliz por estar fazendo parte disso. É uma comunidade completamente apaixonada pela escola, a gente percebe no canto”.

Para o integrante da velha guarda da Imperatriz Leopoldinense, Celso de Araújo, a própria letra do samba da escola para 2022 já fala do retorno da escola para o seu lugar, que segundo Celso é entre as melhores do carnaval carioca.

“É muito interessante, aí que o povo tem que se unir com a gente que o carnaval é do povo e não só das escolas, mas tem que ser do povo. Eu estou adorando pois ela está voltando ‘pro’ seu lugar. O samba está dizendo tudo isso. Voltar para o seu lugar, que a Imperatriz tem que voltar. Quem não conheceu a Imperatriz, a Imperatriz é uma escola que sempre foi boa, sempre estava nesse lugar, entre as melhores, mas a gente vai voltar se Deus quiser, Deus quer. Ela está forte, vai brigar por título. A gente não vai brigar mais não, a gente vai voltar com todo respeito às coirmãs”.

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Componentes de outras escolas também manifestaram a sua alegria pelo retorno da Imperatriz, uma escola de tradição. Welton Miranda, da comissão de frente do Salgueiro entende que o retorno da Verde e Branca de Ramos traz mais força para os componentes das outras escolas.

“É de muita importância, é para dar essa força para a gente que está aqui há mais tempo. É uma escola tradicional que valoriza as outras quando também está na disputa e o próprio carnaval”.

Lucas Eduardo, passista da Beija-Flor, valoriza a tradição da escola e relembra o tempo em que fez parte do time de componentes da Imperatriz.

“Todas as escolas de samba são importantes. Eu posso falar com particularidade porque eu fui passista da Imperatriz Leopoldinense. Então, a Imperatriz é uma escola de tradição. E, eu acho que tradição é uma coisa que a gente deve se manter. E, por isso, estamos aqui hoje (dia dos desfiles de Abertura do Rio Carnaval), pela resistência, estamos hoje na Cidade do Samba representando o carnaval do Rio de Janeiro que deveria estar acontecendo na Marquês de Sapucaí”.

Com o enredo “Meninos eu vivi… Onde canta o sabiá, onde cantam Dalva e Lamartine”, a Imperatriz vai abrir os desfiles do Grupo Especial em 2022, se apresentando no dia 22 de abril.

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