A Acadêmicos do Grande Rio escolheu o ano de 2020 para reinventar-se. Com o enredo “Tatalondirá – O canto do caboclo no quilombo de Caxias”, a escola resgatou suas velhas raízes e contou a história de Joãozinho da Gomeia, o rei do Candomblé. A escolha da agremiação de Caxias agradou seus componentes, que aprovaram o enredo forte e de raízes africanas. Quando entrevistados, os integrantes se mostraram radiantes e saudosos, pois a escola que entrou na Avenida na madrugada deste domingo estava diferente.
“Esse enredo resgatou a Grande Rio do passado. Aquela Grande Rio pé no chão e com muita garra. Foi um achado. Estamos muito empolgados, cantamos forte o samba e mostramos que a agremiação é capaz. Quando João começou a habitar em Caxias, eu estava nascendo”, afirmou a compositora Márcia Nunes, de 58 anos, com sua fantasia que representava todos os políticos que já visitaram o pai de santo.
Desfilando pela terceira vez na escola de Caxias, Victor Alexandre, 24 anos, contou que aprovou a proposta de mudança da identidade da escola.
“A agremiação esse ano está muito diferente de tudo o que eu já vi. O trabalho dos carnavalescos está maravilhoso, com um acabamento perfeito”, Victor participou da ala coreografada, intitulada “Balé Afro”, e usou um traje que retratou roupas de tribos africanas.
A diferença da Grande Rio era visível em seu conjunto de fantasias e alegorias, criadas pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. O componente Rafael Mendes desfilou na vigésima sexta ala com roupas típicas dos festejos de quadrilha.
“Meu traje representava uma festa junina. O São João na Gomeia. Achei linda. O acabamento dos carros também foi muito bem feito. Eles estavam enormes e impressionantes”, afirmou.