Comissão e samba são pontos altos da Inocentes em ensaio técnico no Sambódromo

Por Matheus Morais e fotos de Magaiver Fernandes (Colaboraram Carolina Freitas, Juliana Henrik, Gabriel Radicetti, Marielli Patrocínio e Marcos Marinho)

A Inocentes de Belford Roxo foi a terceira escola da noite a pisar na Sapucaí para realizar seu ensaio técnico. O treino foi marcado por uma apresentação forte da comissão de frente, da bateria e dos cantores, Daniel Silva e Thiago Britto. A Caçulinha vai reeditar o enredo “Ewe – A cura ve da floresta” de 2008, desenvolvido agora pelo carnavalesco Cristiano Bara, assistente do carnavalesco na época, Jorge Caribé.

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“Olha, de forma bem sincera, em meio ao problema do carro de som, que é evidente, o aspecto positivo foi o canto da escola. Era possível ouvir claramente a cantoria, que estava realmente impressionante. Esse é o ponto a favor, especialmente considerando que temos visto um progresso contínuo nos ensaios de rua desde setembro. Apesar dos contratempos, como chuvas que levaram ao cancelamento de alguns ensaios, conseguimos estabelecer um cronograma regular a partir de janeiro, com ensaios todas as quartas-feiras. Assim, a escola tem evoluído significativamente. Fiquei bastante surpreso com o que ouvi hoje. Se eu disser que o carro de som foi maravilhoso, estaria sendo desonesto; ele deixou a desejar, não apenas para mim, mas também para as outras duas agremiações que se apresentaram aqui. Contudo, nesse contexto, o canto da escola se sobressaiu, foi realmente poderoso e muito bem executado. A tendência é que continuemos a melhorar a cada dia!”, disse Saulo Tinoco, diretor de carnaval.

Fotos: ensaio técnico da Inocentes de Belford Roxo no Sambódromo

Comissão de Frente

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A comissão da Inocentes, comandada por Juliana Frathane, veio batendo folhas durante a sua coregrafia na noite deste domingo, vestindo trajes estampados em tons de verde, e ao final com fumaça verde dentro da coreografia apresentada, mais ao final da mesma. A apresentação foi bem feita, com passos relativos aos movimentos de danças rituais com folhas e ervas, sendo um dos destaques da escola durante o ensaio pela força empregada pelos componentes.

Mestre-sala e Porta-nandeira

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Matheus Machado e Jaçanã Ribeiro, mais uma vez, conduziram o pavilhão da Inocentes, se apresentando muito bem na primeira cabine da Passarela, com um bailado muito animado e sincronizado entre o casal, com muitos movimentos e grios. Na segunda cabine um vento não ajudou muito a apresentação, quase enrolando a bandeira, algumas vezes durante o momento, enquanto Matheus e Jaçanã se apresentavam. Fora essa questão, o casal manteve sua apresentação normalmente.

Freddy Ferreira analisa a bateria da Inocentes de Belford Roxo no ensaio técnico

“Hoje o nosso ensaio foi para gente poder bater a coreografia para ver se vai ficar legal no desfile, porque ensaio é para testar. A gente vai fazer alguns ajustes para o dia do desfile. Na segunda cabine foi o vento mesmo, mas depois ficou de boa, faz parte”, disse a porta-bandeira.

“Ventou um pouquinho, mas faz parte, porque a gente vem aqui na intenção mesmo se errar, é para corrigir”, completou o mestre-sala.

Harmonia

A escola apresentou um canto irregular, com as primeiras alas cantando melhor e mais forte o samba para este ano, com os refrões como ponto alto do samba, tanto “Da negra mãe, não só Ossaim”, e “O meu coração é Inocentes”, além da cabeça do mesmo, “Ewe, a cura vem da floresta”, e um pouco de sua primeira parte, como “Ossaim, o protetor do poder de curar/Na fé nagô, o orixá”.

Evolução

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A Inocentes passou leve evoluindo bem dentro do tempo de ensaio em sua maioria, com muitos componentes animados e soltos em suas alas. O ponto fora da curva foi a bateria, que veio já no fim do desfile, desde a saída do primeiro recuo, por um problema de comunicação da escola, segundo a agremiação. Apesar de não prejudicar o andamento em si, não ajuda a escola a usar a Sapucaí para se posicionar para o desfile oficial.

Samba-Enredo

A reedição de “Ewe” vem com o samba atualizado em algumas partes, em relação a 2008, e foi muito bem conduzida por Daniel Silva e Thiago Brito durante o ensaio da Caçulinha da Baixada. Eles deram um bom rendimento ao hino da escola para o Carnaval de 2025, com o auxílio do carro de som da agremiação.

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“Na verdade, eu gostei, levando em consideração que a gente estava sem ensaiar desde novembro e tivemos dois ensaios com a volta da escola para Belford Roxo para poder fazer essa técnica. Acho que foi melhor do que a gente esperava. O som não colaborou em nenhum momento para a gente e acredito que as outras co-irmãs também tiveram o mesmo problema. Foi legal, sempre podendo melhorar. É limpar um pouco mais as bossas, a galera ficar um pouco mais atenta, mas nada que a gente não vá consertar para o dia do desfile. Temos que manter a alegria e a paixão com que essa bateria toca. A gente tem um clima de família, esse clima a gente nunca pode perder”, disse o mestre.

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Outros destaques

A bateria “Cadencia da Baixada”, de mestre Washington Paz, foi bem sendo um dos destaques desta primeira noote de ensaios técnicos da Série Ouro com um ritmo muito bom para o andamento do samba.