A Acadêmicos de Vigário Geral apresentou um minidesfile em que a comissão de frente tensionou o encontro entre europeus e povos indígenas. O primeiro casal mostrou vigor e personalidade, o canto e a evolução oscilaram ao longo da passagem, e a bateria reafirmou sua força como um dos trunfos da escola. A agremiação fechará os desfiles da sexta-feira de Carnaval com o enredo “Brasil Incógnico: O que os seus olhos não veem, a minha imaginação reinventa”, assinado pelos carnavalescos Alex Carvalho e Caio Cidrini.

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Fotos: S1 Comunicação

Sob a coreografia de Handerson Big, a comissão de frente surgiu com figurinos que remetem aos primeiros europeus que chegaram ao Brasil. Os movimentos desmontam a perspectiva colonial dessa chegada, explorando gestos que muitas vezes colocam os conquistadores em situação de desajuste, enquanto, em alguns momentos, o grupo evoca a presença dos povos indígenas, tensionando o encontro entre colonizadores e nativos. Houve problemas pontuais de figurino, com peças de roupa se deslocando em dois componentes durante a apresentação.

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O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Johny Matos e Isabella Moura, apresentou um bailado vigoroso e aguerrido. Isabella se destacou pela precisão nos giros rápidos e pela chegada flecheira ao encontro do mestre-sala. No trecho “a pele preta, a coroa e o cocar”, os dois se encaram com punhos fechados e sorrisos cativantes, sintetizando em gesto a força do verso. Em sua primeira temporada como primeiro casal na Série Ouro, Johny e Isabella demonstram personalidade e potencial de crescimento ao longo da temporada.

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O canto da Vigário apresentou oscilações ao longo do samba, com trechos intermediários menos participativos, mas o pré-refrão e o refrão principais foram entoados com vigor pelos componentes. A interpretação de Danilo Cezar ajuda na harmonia da escola: seu canto projeta bem os versos e faz com que cada estrofe seja compreendida na Cidade do Samba, em uma belíssima performance. A evolução da escola foi regular, sem grandes problemas, mas um pouco mais de fluidez entre as alas pode tornar a passagem ainda mais coesa.

Entre os destaques da noite, a bateria “Swing Puro”, comandada por mestre Luygui, reforçou seu lugar como um dos pontos fortes da Unidos de Vigário Geral. Com boa pegada e organização, o conjunto sustentou a escola com segurança e apresentou bossas que dialogam com o universo fantástico proposto pelo enredo.