Por Naomi Prado (Colaboraram Gustavo Lima, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Will Ferreira)

No último sábado o Vai-Vai realizou seu segundo ensaio técnico no Sambódromo do Anhembi. Com três destaques, sendo eles: bateria, carro de som e comissão de frente, o ponto alto da escola. Vivendo Zé Celso, o homenageado no enredo, a risca os componentes transmitem muito teatro, libertinagem e alegria em seus passos. A bateria trouxe uma evolução na execução das bossas agregando interação com o público juntamente com a ala musical liderada por Luiz Felipe. Com o enredo assinado pelo carnavalesco Sidnei França “O Xamã Devorado y A Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem”, a escola será a última agremiação a desfilar no sábado de carnaval.

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“Em relação ao ensaio da semana passada houve uma crescente, A gente achou que precisava melhorar. Na verdade, em relação a canto, ele não é intensidade a gente trabalhou bastante isso, conseguimos trazer as alas para a gente, fazer com que as alas cantassem normal, evoluíssem normal e brincassem. Hoje, vou dizer para você, a semana passada eu avaliei como 10 e melhoramos sensivelmente. A gente está compactando bastante a escola, porque a escola vem grande, a escola vem na mesma proporção que o ano passado, vem com 3 mil pessoas, só que a gente vem bem compacto e bem fechado. Estamos trabalhando totalmente com o regulamento debaixo do braço”, analisou o diretor de harmonia, Paulo Melo.

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Fotos: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Comissão de frente

Para este segundo ensaio técnico a comissão de Sérgio Cardoso optou por não trazer o tripé que os acompanhou no primeiro ensaio técnico. E, isso não foi motivo de inferioridade, a ala seguiu interpretando a verdadeira essência de Zé Celso. Considerando-se “Exu das artes” Zé Celso é lembrado também por ter um Exu contracenando com a parte teatral, incluindo um elemento que veio caracterizado de maneira diferente dos demais, com o rosto pintado demonstrando ser o próprio Zé. A coreografia trás muita sensualidade, trás o lado carnal e interpretativo do teatro. Com parte da ala vestindo roupa branca com taças de vinho na mão e outra parte vestindo roupa preta e vermelha a ala realizou dois atos de apresentação.

Mestre-sala e Porta-bandeira

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O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Renatinho e Fabíola, fez um ensaio preciso. Para 2025, talvez, seja o melhor carnaval da volta do casal. Realizando uma coreografia segura, a dupla acrescentou em sua coreografia a sensualidade de Zé Celso e a bravura de Exu. Há de se destacar a variedade do jogo de perna do mestre-sala e a precisão dos giros da porta-bandeira ainda que encarando questões climáticas como o vento, no terceiro módulo. Na apresentação para os jurados o casal demonstra características aguerridas de expressão corporal e fácil, combinando com a raça do chão da Saracura.

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Harmonia

O forte canto da Bela Vista permaneceu presente neste segundo ensaio técnico. O samba escolhido para 2025, foi muito bem estruturado para a comunidade cantar e cativar o público. Porém o primeiro setor da escola, devido a falta das caixas de som do Anhembi, ‘se perdem’ ao cantar no mesmo momento em que a bateria realiza suas bossas.

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Foto; Naomi Prado/CARNAVALESCO

Em entrevista ao CARNAVALESCO, o intérprete Luiz Felipe falou do samba: “O samba cresceu de uma forma gigantesca. Eu costumo dizer que o Vai-Vai é uma escola muito ativa, mas quando vira o ano dá um alerta, todo mundo dá uma mão e fala: ‘gente, é agora’. Hoje estavam todos os componentes cantando o samba, uma coisa que viemos trabalhando nos ensaios, trabalhando internamente, então é muito satisfatório tudo isso”, disse.

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Evolução

Nota-se que a estratégia de diminuir o contingente de pessoas tem dado certo no Vai-Vai, a escola vivência um andamento mais ameno sem preocupações com o cronômetro. O primeiro e o último setor da escola apesar de terem adaptado outro andamento, que não o que estão acostumados, vieram evoluindo de maneira solta com o canto forte. Além da potência do chão da escola, grande parte dos componentes vieram com alguma característica que remeta o enredo. Foi destaque negativo também o grande espaçamento que a escola apresentou após a marcação do abre-alas.

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“Na verdade, não é um buraco. O que acontece? A gente se prevalece muito do regulamento. Ali eu posso abrir até doze grades e nós abrimos 9, porque o andamento da comissão de frente é independente do andamento da escola. Eu puxo a comissão de frente justamente para ela poder fazer a apresentação dela e, como o carro é grande, a gente dá aquela puxada para o carro ficar parado e ele ser totalmente aproveitado na apresentação e por isso eu dei uma segurada. No desfile oficial isso não vai acontecer, porque a distância que a gente regula ali é mais ou menos de 3 a 4 grades e não passa disso Ali realmente houve uma abertura, eu segurei um pouquinho só para ajustar, mas a escola vai abrir no máximo quatro grades. Eu posso abrir até doze ali. Não é algo que preocupa? “Nada. É ajuste. A gente vai ajustar porque a gente tem um planejamento. O planejamento da harmonia é abrir ali no máximo quatro grades”, relata Paulo Melo.

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Samba-Enredo

O Bixiga tem um samba onde o refrão do meio é o que chamamos de chiclete, é de fácil entendimento e bem proveitoso para os foliões dançarem. A letra do samba é rica da história do homenageado e demonstra que é uma homenagem boa de se ouvir, cantar e entender.

A ala musical do Vai-Vai tem crescido gradativamente a cada carnaval e a cada ensaio, Luiz para este ano vem realizando um excelente trabalho ao que se refere a harmonia com a ala musical, interação com o público e entrosamento com a bateria.

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“Nós, trabalhando todos juntos, estamos melhorando a cada dia e os ensaios são prova disso. O Anhembi, que é o teste verdadeiro, é a prova disso, então só tenho a agradecer o apoio deles e parabenizar a todos por mais um grandioso ensaio”, analisa o intérprete.

Outros Destaques

A bateria “Pegada de Macaco” teve uma evolução significativa nos treinos feitos no Anhembi. Os ritimistas regidos por mestres Tadeu e Beto executaram as bossas de maneira mais limpa fazendo com que todos os instrumentos fossem ouvidos com clareza. Além da execução, são bossas que chamam o público a interagir com a escola.

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“Achei um ensaio ótimo. Agora preciso alcançar um ensaio exuberante. O primeiro ensaio técnico foi bom e esse eu achei ótimo. Mas a gente tem problemas, você sabe como é que é, né? Jogo é jogo, treino é treino”, afirma o mestre Beto.

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A rainha de bateria, Madu Fraga, trouxa mais uma vez uma vestimenta impecável além do samba no pé ‘rasgado’ característico das passistas do Vai-Vai. Acompanhada da princesa Giuliana Silva que também manteve o alto nível de vestimenta e a simpatia juntamente com um samba no pé encantador.