Apresentando um bom número de componentes, a Unidos de Bangu foi a sexta escola a se apresentar na Cidade do Samba. Com um samba que tem sido bastante elogiado neste pré-carnaval, a Bangu poderia ter ido melhor com seus intérpretes principais, mas ainda assim conseguiu chamar a atenção do público já muito presente naquele momento. Os componentes da comissão de frente da Bangu, comandados pelo coreógrafo Fábio Costa, em homenagem a Leci Brandão, não podiam fazer diferente e vieram de sambistas, trazendo também um pouco do clima de gafieira para a Cidade do Samba. As roupas estavam nas cores da escola, e a apresentação foi muito focada na dança, o que trouxe um frescor para o início do desfile e produziu um bonito efeito visual, mesmo sem grandes efeitos ou surpresas.

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Foto: S1 Comunicação

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Leonardo Moreira e Bárbara Moura, mostrou intensidade e movimentos com bom grau de dificuldade, indo bem, com giradas intensas da porta-bandeira e se procurando, preferindo o estilo mais tradicional de dança de casal, mas fazendo uma coreografia com passo de dança para o orixá “batendo cabeça” no refrão principal, no “Ogunhê, meu pai Ogum”. Apenas em um momento houve um pequeno desencontro na segunda do samba, mas nada que tenha maculado a boa apresentação da dupla. Na frente da escola, as baianas vieram com uma fantasia tendo o tecido “fazenda” entre o branco tradicional e o vermelho. O tripé do início do desfile representava a favela e os barzinhos onde o samba floresce, nas cores verde e rosa, escola do coração de Leci, a Estação Primeira de Mangueira.

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Sem os intérpretes Fredy Vianna — presente no minidesfile de São Paulo com a Mancha Verde — e Pipa Brasey, apesar do esforço do time de vozes que tinha, entre outros, os experientes Sandro Motta e Ronaldo Ylê, o desempenho ficou abaixo do que obviamente seria esperado com a dupla, ou ao menos com um dos dois intérpretes presentes. Mas, ainda assim, a ótima obra mexeu com o público e com quem desfilava. A escola apresentou um canto irregular no início, mas que cresceu à medida que avançava pela pista. Destaque para o refrão principal e para o trecho logo adiante, pela ótima resolução melódica: “Chama o morro do Pau da Bandeira”. A bateria Caldeirão da Zona Oeste, de mestre Dinho, homenageou a coirmã Mangueira com uma bossa representando o surdo de primeira da Verde e Rosa no trecho do samba que citava a escola. No refrão de baixo, também havia o toque para o orixá.

A escola pareceu um pouco grande, mas evoluiu bem, sem apresentar buracos ou grandes espaçamentos, com fluidez e espontaneidade. A rainha Camila Prins estava toda brilhosa, cheia de joias que tinham brilho quase próprio; fantasia bem rica, chamando atenção e mostrando samba no pé e simpatia. Em 2026, com o enredo “As coisas que mamãe me ensinou”, a Unidos de Bangu será a quarta escola a pisar na Sapucaí na primeira noite de desfiles da Série Ouro.