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Comissão de Frente brilha com energia dos Orixás e UPM exalta resistência quilombola no ensaio em Nilópolis

Canto constante da escola e entrosamento entre mestre Dinho e Dedê Marinho marcam presença no 'Encontro de Quilombos'

Por Marcos Marinho e Marielli Patrocínio

A Unidos de Padre Miguel levou ao “Encontro de Quilombos”, promovido pela coirmã Beija-Flor, em Nilópolis, no último sábado, um ensaio repleto de simbolismo e energia, apresentando o chão macumbeiro da Vila Vintém. Com uma comissão de frente que evocou os Orixás com movimentos precisos e um samba-enredo que celebrou a resistência e a festividade do povo do samba, a escola emocionou o publico na Mirandela. A harmonia do canto e o entrosamento entre o mestre Dinho e a rainha Dedê Marinho foram pontos altos da apresentação, que, apesar de oscilações na evolução, deixou claro o compromisso da agremiação com suas raízes e tradições.

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Os diretores de carnaval Cícero Costa e Lara falaram ao CARNAVALESCO sobre suas avaliações do ensaio.

“Apesar de ter sido uma festividade e não ter sido na rua que já conhecemos, o ensaio foi perfeito. Uma rua nova pra gente, mas eu gostei muito do andamento da escola, do canto, que é sempre bom. A gente vai procurar acertar mais alguns detalhes até o dia do desfile, temos mais um ensaio técnico no dia 21, com som e luz. Eu acredito que também vai ser mais uma preparação importantíssima. Para a escola, ainda mais que vai ter o som todo da avenida, onde a gente vai poder trabalhar mais o nosso canto, que acho que é o nosso ponto forte. A comunidade abraçou o nosso samba, todo mundo sabe que ela berra o nosso samba, e eu espero que isso aconteça no dia 21 e no dia do desfile”, declarou Cícero.

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“A gente está muito honrado em estar aqui. Eu, particularmente, sempre tive um carinho muito grande pela Beija-Flor e estar aqui em Nilópolis hoje é uma honra muito grande. Foi um ensaio, mas eu me diverti e não me liguei tanto em coisas técnicas hoje. A expectativa para o desfile oficial na Sapucaí é enorme, acho que a ansiedade está alta mas eu tenho certeza que a gente vai fazer um belo trabalho”, comentou Lara.

Comissão de Frente

A comissão de frente, coreografada por Sérgio Lobato, fez um grande Xirê na Mirandela. O grupo executou movimentos da dança dos Orixás, acompanhando o samba-enredo e homenageando o terreiro mais antigo em funcionamento no Brasil, a Casa Branca do Engenho Velho. Layla Diamante, vestida com pano da costa e colares de búzios, representou a mãe de santo da casa de axé. Com movimentos firmes e precisos, ela evocou a energia dos Orixás, que se fez presente nos 15 corpos da comissão. Na terceira cabine de jurados, a movimentação do grupo entrou em uma pequena arritmia com o andamento do samba, provavelmente devido à distância do carro de som. O descompasso foi rapidamente corrigido, e a comissão passou pela quarta cabine com ainda mais vitalidade.

Mestre-sala e Porta-bandeira

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O casal formado por Vinicius Antunes e Jéssica Ferreira apresentou uma dança repleta de giros e referências aos movimentos dos Orixás. Destaque para o mestre-sala, que riscou o chão da Mirandela com muita categoria e potência, sendo ovacionado pelo público. Seu nome ecoou entre o público presente durante as apresentações nas cabines de jurados.

Harmonia

O canto dos componentes da Unidos de Padre Miguel foi constante do início ao fim da apresentação. A escola cantou forte mesmo enfrentando problemas técnicos no carro de som durante o esquenta. Sob a liderança do intérprete Bruno Ribas, a agremiação fez uma dobradinha entrosada com a “Guerreiros”, do mestre Dinho, garantindo o suporte necessário para o canto dos componentes. Apesar da constância, a escola oscilou: a explosão inicial não se manteve com a mesma intensidade até o final. A harmonia assentou, mas não deixou de marcar presença em Nilópolis.

Samba

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O samba, composto por Thiago Vaz, W Correa, Richard Valença, Diego Nicolau, Orlando Ambrosio, Renan Diniz, Miguel Dibo, Cabeça Do Ajax, Chacal do Sax, Julio Alves, Igor Federal, Caio Alves, Camila Myngal, Marquinhos, Faustino Maykon e Clá, transmitiu a força do chão macumbeiro da Vila Vintém. O trecho “Vovó dizia: sangue de preto é mais forte que a travessia” foi entoado com vigor pelos componentes da escola de Padre Miguel e pelos nilopolitanos, celebrando a resistência e a vitalidade dos quilombos de samba vermelho e branco e azul e branco.

Evolução

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A evolução da Unidos de Padre Miguel apresentou oscilações da metade para o fim do desfile, um ponto que ainda precisa ser trabalhado. Apesar de avançar com força pela Mirandela, a escola aumentou a passada dos seus componentes na etapa final do ensaio, o que exigirá ajuste até o segundo dia de ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí

Outros destaques

A rainha Dedê Marinho e o mestre Dinho deram um show de entrosamento ao longo do Encontro de Quilombos. Em alguns momentos, na passagem da UPM, os dois dançaram juntos, acompanhados por alguns harmonias da escola. Em entrevista ao CARNAVALESCO, mestre Dinho avaliou a passagem da “Guerreiros” na Mirandela.

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“Foi um ensaio maravilhoso. Para mim, no caso, a bateria está pronta. Eu não vou colocar mais nada, não tenho nada para tirar, até porque a gente já está ensaiando bastante. Muito feliz, satisfeito com o trabalho, satisfeito com o convite, satisfeito com a aclamação do público, tanto da Beija-Flor como da UPM. Nota mil. Tudo prontinho, prontinho, prontinho”, declarou Dinho.

Já a rainha Dedê Marinho falou sobre sua relação com Dinho e seu entrosamento com o trabalho da bateria.

“Eu cresci na Unidos de Padre Miguel, então tem toda aquela conexão e consideração de família. O mestre Dinho me viu crescer na ala de passistas e eu sempre tive ele como tio, até hoje eu chamo ele de tio. Eu tenho esse tratamento de carinho. E a nossa conexão é porque eu participo de todos os ensaios da bateria, gosto de estar por dentro de tudo que está acontecendo. Se a bateria muda uma bossa, muda um detalhe, eu gosto de estar junto. A forma como eu demonstro o entrosamento com o trabalho do mestre Dinho é deixando reverberar toda a paradinha, todo o assento instrumental pelo meu corpo, no meu braço, na minha cabeça, no meu pé. E aí acho que a gente se conecta muito bem”, finalizou a rainha.

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