Por Márcio Guilherme
A penúltima escola da noite, a Unidos do Cabuçu, levou para a Avenida o enredo “Há quem passe pela África, veja quem é você?”, desenvolvido pelo carnavalesco Wladimir Morellembaumm, em alusão aos 80 anos que a escola completará em 2025 e toda a sua ancestralidade. A agremiação fez um desfile de muita técnica e emoção, credenciando-se como uma das grandes favoritas ao título da Série Bronze.
Comissão de frente
Coreografada por Rodrigo Avelar, apresentou-se diante dos módulos com muita imponência. Muito rica, com excelente sincronismo e de fácil leitura do enredo. O ponto forte foi a metamorfose dos figurinos, dos guerreiros leões aos súditos da realeza, com direito a pirotecnia, causando grande impacto e arrancando aplausos com uma performance muito bem executada. Vieram dispostos a conquistar a nota máxima no quesito.
Mestre-sala e porta-bandeira
O casal Luan Castro e Jéssica Ramos apresentou-se em todos os módulos com muita classe, técnica e sincronismo. Jéssica, que foi contratada como segunda porta-bandeira e logo promovida a primeira, vem em uma crescente muito boa, demonstrando profissionalismo e dedicação à arte da dança. Juntamente com Luan, não poderia ser diferente: realizaram uma excelente apresentação com muita elegância. O bailado clássico deles foi um grande diferencial, à altura da grandeza do pavilhão pesado que conduzem. Performance digna de nota máxima.
Harmonia e evolução
Os comandados de Cosme Márcio levaram para a Avenida um trabalho de muita organização e técnica, sem espaçamentos entre as alas e com total controle da evolução. O desfile foi finalizado com tranquilidade, no tempo de 38 minutos e 4 segundos. Os componentes das alas apresentaram-se com um canto forte, elevando a qualidade do samba com muita garra e raça, contagiando o público, como exigia o enredo da agremiação. Foi um trabalho de excelência na harmonia, com disposição para alcançar a nota máxima.
Samba
A composição de Maykon Rodrigues, Ilair da Cabuçu, Lari Mendes, Vando Cardoso, Leco da ALERJ e Guilherme Kauã possui uma letra muito rica, que transcreveu corretamente a leitura do enredo, com nuances melódicas que a completaram. A interpretação de Flávio Climagia e seu carro de som só elevaram ainda mais a obra, contagiando e emocionando os componentes, resgatando o orgulho de ser cabuçuense com os 80 anos da escola. Um show de interpretação.
Bateria
Os ritmistas comandados pelo mestre Nandim deram conta do recado com uma apresentação impecável da mais pura cadência, com bossas variadas e nuances rítmicas que elevaram o desfile, contagiando o público e contribuindo significativamente para o excelente desfile da agremiação.