Por Gustavo Lima e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Lucas Sampaio, Will Ferreira, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)
Um canto forte é fundamental para o sucesso de uma escola, pois a moral e felicidade de todos vão para o alto. A direção é afetada e principalmente os componentes. Eles que trabalham nisso. E foi o que aconteceu na noite deste domingo, onde aconteceu o primeiro ensaio técnico da Acadêmicos do Tatuapé. A harmonia, que é sucesso há muito tempo dentro da escola, fez valer à pena novamente o seu nome e promete ser um dos destaques da Zona Leste no desfile oficial. Porém, o grande destaque foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira Diego e Jussara. Devido às circunstâncias de uma pista extremamente molhada, a dupla não se intimidou e parecia que estavam ensaiando em um local perfeito. É uma parceria de longo tempo e, sem dúvidas, um dos melhores casais do carnaval paulistano.
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“Graças a Deus o resultado do nosso ensaio, o nosso primeiro técnico foi muito positivo, foi um ensaio muito produtivo dentro do que nós esperávamos que acontecesse, identificamos alguns erros, mas foram poucos, gostei muito do andamento da escola, do comportamento, da questão de canto, de harmonia, da questão de evolução, a expressão corporal”, avaliou o presidente e diretor de harmonia, Edu Sambista.
Comissão de frente
A ala, que é coreografada por Leonardo Helmer, levou para o ensaio uma comissão de frente de fácil leitura e um tanto conservadora devido à chuva que caía na pista e, além disso, imagina-se que não será a dança concreta do desfile oficial. Os bailarinos dançavam pela pista, se alinhavam, cumprimentavam o público e realizavam algumas interações, onde tinha uma personagem central. Havia um tripé todo embalado com saco preto, que certamente será usado no desfile. Neste elemento alegórico, os componentes da ala subiam e faziam caras e bocas malignas. Portanto, pelo pouco que foi mostrado, entende-se que haverá outros recursos no próximo ensaio.
Também vale ressaltar que os dançarinos, com uma fantasia branca, superaram as dificuldades da pista e evoluíram corretamente.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O grande destaque do ensaio. É impressionante a qualidade do casal Diego e Jussara. Mesmo com a pista encharcada, o que é um pesadelo para um casal de mestre-sala e porta-bandeira, a dupla dançou naturalmente, como se estivesse em perfeitas condições. A impressão que deu é que foi um motivo maior para realizar um desempenho maior. Vale destacar principalmente a Jussara, que conseguiu realizar intensos giros, também sendo coordenada pelo seu parceiro Diego. A coreografia dentro do samba foi executada corretamente. Não foi tão usada, mas entende-se que vão fazer mais no próximo ensaio.
Harmonia
Normal ver a Tatuapé mostrando a força do seu canto. Foi desta forma do começo ao fim. Neste primeiro ensaio a comunidade provou que entra ano e sai ano e o canto deles continua um dos melhores de São Paulo. Por muitas vezes o melhor. De ponta a ponta, bateria, passistas, ala das crianças… Todos colaboram para o sucesso da harmonia da agremiação.
A parte mais cantada são os últimos versos, onde a melodia é elevada ao máximo quando se pronuncia o nome da escola que, obviamente, é uma palavra oxítona. A frase também fala sobre o poder do povo preto, e isso deu um gás maior aos desfilantes.
Sobre o canto, Edu Sambista avaliou como positivo. “O andamento ainda vamos melhorar uns 20% para atingir quase que a perfeição. São poucos os detalhes que nós temos que arrumar nessa questão e ainda melhorar um pouco mais o canto. Claro que a chuva acaba prejudicando um pouco, mas independentemente de tudo isso, foi um bom ensaio tanto da parte de evolução quanto de de harmonia”, analisou.
Evolução
A escola evoluiu de forma bastante satisfatória, sobretudo no recuo de bateria. Foi ótima a organização mostrada nessa parte do treino, onde a equipe realizou toda a corte de bateria para preencher o espaço para a Qualidade Especial entrar no ‘box’. Foi um movimento muito rápido e que não precisou parar o andamento por muito tempo. As fileiras e alas estavam bem compactas entre si, deixando qualquer risco de buracos ou espaçamentos para trás.
Os componentes não realizam coreografia, mas nos últimos versos, onde cantam sobre o poder do povo preto, todos cerram os punhos, passando a mensagem de que a agremiação da Zona Leste é resistência.
Samba
Ótimo desempenho de Celsinho Mody. O intérprete, que está completando 10 anos de Tatuapé, estava em uma noite inspirada e lembrou os melhores tempos do cantor com os microfones da Zona Leste. Diferente do ano passado, neste treino em específico, as vozes femininas pouco apareceram e, realmente, o timbre de Mody foi soberano no carro de som, que também conta com músicos de renome, como André Ricardo e Keila Regina. Essa última fez a introdução na arrancada do samba, cantando para xangô, o nome da escola e justiça.
Outros destaques
A bateria “Qualidade Especial”, comandada pelo mestre Léo Cupim mostrou bastante qualidade, como diz o nome da batucada, especialmente na sustentação do samba.
Falando em andamento, Cupim promete melhorar ainda mais. “Tivemos um desempenho bom na pista, uma questão de andamento. Esse tempo de chuva não ajuda, não pegamos uma chuva forte igual as outras, mas mesmo assim atrapalha. Tenho certeza que nos próximos vamos vir nessa pegada”, disse.
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