Com ótimas alegorias, boas fantasias, enredo bem detalhado e queda de adereço da comissão, a escola de samba Acadêmicos da Abolição fez um desfile com duração de 35 minutos e aproximadamente 15 segundos. Com o enredo “Bato tambor, logo existo. -Luiz Antonio Simas – A essência e resistência da rua”, a agremiação foi a quinta escola a entrar na Nova Intendente neste primeiro dia de desfiles da Série Prata.

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Comissão de frente

Com base nas citações do homenageado, a Comissão de Frente buscou exaltar a ancestralidade na Avenida. A ideia, segundo a escola, era destacar a resiliência africana. A comissão adentrou à Nova Intendente com passos simples, um para cada lado. Já na primeira cabine, uma apresentação mais detalhada foi apresentada aos jurados, onde havia sincronismo e interação entre os componentes, apresentando algumas falhas individuais e com coreografias simples – faltando exploração de um potencial criativo. Ao fim da apresentação no primeiro módulo, ainda no campo de visão do júri, um componente deixou o adereço de cabeça cair no chão. Nos módulos seguintes tudo ocorreu dentro da conformidade. No geral, o quesito manteve uma boa evolução e fez o seu trabalho na Avenida.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Com muita sincronia e conexão, o primeiro casal Raison Alves e Dandara Luiza encantou o público presente. Ainda no primeiro módulo, os dois realizaram uma apresentação repleta de olhares, toques sutis no rosto, muito samba no pé e sincronia com samba enredo da agremiação. Mesmo nos movimentos mais soltos, o mestre-sala, sempre sorridente, mantinha uma proximidade com a porta-bandeira. A fantasia de Dandara era bem caprichada e repleta de detalhes, enquanto a roupa do mestre-sala aparentava ser leve, facilitando os ótimos movimentos realizados por ele. O mesmo se repetiu nos módulos seguintes, demonstrando muito preparo e uma forte conexão entre o casal.

Harmonia

Algumas alas cantavam forte o samba, principalmente no refrão – enquanto outras, nem tanto. No trecho do samba em que diz ‘Se forma historiador’, a canção embolou um pouco, dificultando a compreensão para quem estava ouvindo. Destaque para a velha guarda da escola, que desfilou por toda a avenida Ernani Cardoso cantando forte, sambando e interagindo entre si. No geral, a sincronia entre som e ritmistas foi bastante elevada.

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Enredo

A narrativa do enredo seguiu uma cronologia baseada nas obras de Luiz Antonio Simas e seus ideais, acompanhando uma linha do tempo bem detalhada e didática.

Evolução

A escola realizou um desfile tranquilo, sem qualquer buraco aparente e desfrutando de cada parte da avenida. Destaque, mais uma vez, para a velha guarda que desfilou com muita entrega, alegria e interação com o público. Protagonismo também para a ala 5, que cantou bastante o samba enredo da Abolição.

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Samba-Enredo

Apesar de embolar um pouco antes da ‘cabeça’, que pode ter ocorrido devido aos aparelhos de som instalados na Ernani Cardoso, o rendimento foi positivo. No refrão, a equipe de carro de som conseguiu levantar os componentes e o público presente na Nova Intendente.

Fantasias

As fantasias da escola de samba eram bem detalhadas, com capricho e repletas de cores e adereços. Destaque para a ala 15 – “Os Arengueiros e o Arrepiado”, que trouxe o verde e rosa da Mangueira e representou os antigos foliões que eram tratados como marginais. Os figurinos, através das cores e adereços, transmitiram o enredo de forma didática para o público – protagonismo também para a ala 19.

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Alegorias

As alegorias da escola de samba levaram capricho e beleza para a Avenida, com muitos detalhes e muito bem feitas. Destaque para o segundo carro, que abordou a essência popular e cultural da cidade, defendida pelo homenageado. Nas laterais da alegoria, os tradicionais saquinhos de doce de São Cosme e Damião. No topo do carro, Luiz Simas vinha como destaque, encerrando assim a imponente homenagem feita pela Abolição.

Outros destaques

Destaque para a rainha de bateria, Índia Zurich, que atravessou a Nova Intendente com muito samba no pé e esbanjando simpatia com o público presente. No trecho ‘Viva Cosme e Damião’, a bateria realizou uma bossa muito bem encaixada na melodia do samba.