Por Lucas Santos. Fotos: Magaiver Fernandes
Quarta escola da noite, a Tradição foi a primeira escola a levantar o público em desfile que contou com fantasias bonitas, bem trabalhadas e com a comissão de frente que mexia com as pessoas que estavam próximas a grade.
Com o enredo “Gira baiana, salve as mães de samba”, a Tradição cantou a história das mães do samba, as baianas e sua relação com o samba e o Rio de Janeiro. A escola terminou seu desfile com tranquilidade, em 43 minutos, ainda se dando ao luxo de mexer com o público que acenava e cantava samba na parte final da pista.
Comissão de Frente
Um dos pontos altos do desfile, a comissão de frente, coreografada por Jesse da Cruz e Victor de Oliveira, trouxe o conflito presente desde o início do século entre os sambistas e o poder público. Malandro e dançarinas eram repreendidos por quatro policiais, que repreendiam também o público que estava na grade. Atrás quem acompanhava, era uma baiana que no final da apresentação era erguida a frente dos jurados pelos agentes da lei.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira
Pode até ser um pouco clichê trazer o casal de Pierrot e Colombina, mas que a fantasia de Johny Matos e Joana Falcão impressionava pela riqueza de detalhes, impressionava. Colorida, com as cores da escola e com muito brilho destacou ainda mais a bonita apresentação do casal, em performance coreografada, em que a Colombina recebia uma rosa do Pierrot e oferecia aos jurados. A parte do bailado tradicional também foi bem realizada.
Fantasias
A Tradição trouxe fantasias bonitas, luxuosas e com uma boa combinação de cores. Destaque para o azul da escola que esteve presente em detalhes com penas. Ainda assim, outras cores fizeram parte do desfile da escola. As baianas em sua cor original, o branco pedindo axé, estavam bem bonitas.
Alegorias
O carro que trazia nossa Senhora e os esplendores da Tradição passou muito bonito, com iluminação destacada. A nota triste foi para o fato da imagem da santa ter ficado presa em um fio de energia próxima a segunda cabine de jurados. Após o problema ter sido resolvido pelos componentes da escola, o carro não teve danos. Problema mesmo aconteceu no último tripé que trazia duas baianas e uma mão dourada, erguida em posição de luta. O adereço passou completamente apagado apesar da presença dos refletores apontados para as mães de samba
Bateria
A bateria comandada por mestre Beto Peçanha fez uma apresentação muito boa, realizando bossas em sintonia com o samba e voltando no momento correto quando realizava a maior paradinha que proporcionava o canto do samba à escola.
Samba-enredo
Vestido de baiana, o intérprete Leandro Santos empolgou a Intendente mostrando bom entrosamento no carro de som e deixando a escola cantar sozinha em alguns momentos, principalmente nos versos “Roda oyá que o mundo gira… / Roda oyá vem clarear”.
Harmonia
Empolgadas, as alas dançaram e cantaram o samba. Em alguns momentos o som sumia e os componentes seguravam no gogó o canto da escola mostrando entrosamento e empolgação.
Evolução
A escola passou sem problemas, evoluindo sem correr e sem ficar parada por muito tempo o que proporcionou que os componentes e a bateria encerrassem o desfile brincando na última parte da pista. Até no momento em que a imagem de nossa senhora ficou presa em um fio de energia, a escola agiu rápido, não deixando buracos e nem comprometendo o tempo d desfile que se encerrou em 43 minutos.
Enredo
A escola apresentou bem a proposta, mas algumas fantasias não possuíam uma leitura tão fácil. Ainda sim houve a valorização nos dias de hoje para as mães de santo com o tripé final que também citava a importância da luta.
Outros destaques
A participação do público foi importante para escola que desde o inicio contava com uma torcida considerável. Logo no início do desfile, o condor, símbolo da escola, apareceu em uma fantasia que abria uma ala muito colorida que trazia palavras relacionadas às baianas como “iorubá” e amor.