Por Gabriella Souza. Fotos: Allan Duffes e Nelson Malfacini

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A Unidos da Ponte foi a terceira escola a pisar na Sapucaí, na noite desta sexta-feira, e o carnavalesco Lucas Milato apresentou o enredo “Elos da Eternidade”, que propôs uma reflexão sobre a relação da humanidade e a preservação do samba. A agremiação exibiu uma comissão de frente que arrancou aplausos do público e jurados, com o marcante “E o samba resiste com os sambistas” ao final da apresentação e a garra dos integrantes. No entanto, os erros nas estruturas dos carros dificultaram o visual estético, reduzindo sua qualidade. A azul e branca de São João de Meriti terminou o desfile com 53 minutos.

Comissão de frente

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Com o intuito de representar “O caos” a comissão, preparada pelos coreógrafos Léo
Torres e Daniel Ferrão, teve uma performance teatral, segura, e, aliada com o efeito dramático da pintura facial de todos os participantes, criou um efeito marcante. Com integrantes de preto e um central de amarelo, a representação foi do caos, o universo em expansão e a explosão da vida com o big bang. Sincronizados com o samba foram fiéis a representação, o chapéu e o colete contribuíram nessa relação. Ao final, com a representação da memória os integrante retiram sua saiais e um chapéu, em figura de ‘malandros’ estendem letras que formam a frase ‘E o samba resiste com os sambistas’. Com muitos aplausos do público criam o efeito desejado pelo enredo, de finalizar o elo da eternidade com a resistência e exaltação do samba e dos sambistas. Aplausos esses também conquistados de grande parte dos jurados no terceiro módulo. Vale pontuar que a saia de um dos integrantes estava soltando e quase caindo em frente ao terceiro módulo dos jurados, dificultando a encenação.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira 

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O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Unidos da Ponte, Yuri Souza e Camyla Nascimento, apresentou a sincronia adequada, com elegância e em uma coreografia equilibrada com o samba da escola, sem muitos floreios. O mestre-sala bailou com precisão e habilidade. A porta-bandeira teve dificuldade na condução do pavilhão e nos giros, talvez, em função da chuva ou pela fantasia pesada, dificultando os movimentos. Em relação fantasia, muito luxo, materiais de qualidade e causando um efeito de luxo ao casal.

Harmonia 

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Embora o carro de som tenha sustentado com força o desfile inteiro, o canto ficou aquém e não fez a escola pulsar. Praticamente não houve interação dos componentes. O intérprete Leandro Santos e seu carro de som levaram a escola de forma equilibrada. Sem ser explosivo, o samba foi mantido com regularidade durante todo o desfile.

Enredo

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O enredo do carnavalesco Lucas Milato sobre “Elos da Eternidade” mostrando a proposta da relação do homem em se perpetuar para sempre ficou confuso em alguns momentos: A Azul e Branca de São João do Meriti iniciou no seu primeiro setor com algo abstrato, o caos, o cosmo e a adoração aos elementos, estes foram retratados com fantasias que estava com fácil leitura. Mas, não deixando claro a busca da imortalidade.

No segundo setor mostrou o desejo de se tornar imortal, ali o carnavalesco pontuou coisas que o ser humano fez e faz para ficar eterno: tomar elixir, fazer pacto com diabo e beber águas da fonte da juventude são alguns exemplos.

No terceiro setor a escola citou que o humano pode imortalizar sim, nas coisas que cada um de nós deixamos para as futuras gerações, estas que são apresentadas através da literatura, do misticismo e da ciência. No último setor, a Unidos da Ponte fez uma alusão ao samba, este que resiste sempre, Fernando Pinto foi a única figura citada diretamente através da fantasia do enredo da Mocidade Ziriguidum, as demais alas retratou o tema de forma geral.

Evolução

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Algumas alas desordenadas’, mas no geral da escola conseguiu segurar bem o andamento ideal que necessitava para cruzar a Avenida, com componentes alegres e brincando bastante.

Samba

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O samba da Ponte foi funcional e ajudou no entendimento do enredo confuso, porém é de se notar que os refrões impulsionava mais o componente do que os demais versos. O refrão do meio por exemplo, teve uma melodia boa de se ouvir. O refrão de cabeça foi crescendo durante o desfile, este que também tem um crescimento de tonalidade, começando com “Sonhei que um dia” em tons menores, o que faz lembrar o ato de sonhar literalmente e explodia em: “Se o samba agoniza, a Ponte eterniza a razão do meu imaginar ” mostrando força e garra. Em um contraponto no início do samba se vê uma letra pobre, com rimas esperadas como: “inspiração” e “adoração” e “boemia” e “poesia”. Na segunda parte, após o refrão central de “areias ao vento”, até “sonhos que fizeram meu sonhar”, o mesmo jogo de rima se repete e o tom baixo por um grande período não ajudou na evolução do componente.

Fantasias

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O conjunto de fantasias da escola acompanha o de alegoria com problemas de entendimento, algumas com fácil assimilação e boa concepção, como “O Elixir da linda vida”, “O Sabá das Bruxas” e “O Sorrido de Monalisa” e outras nem tanto, é o caso da “A Ambrosia” e Neil Armstrong”. Porém, há de tirar o chapéu para paleta de cores bem usada pelo carnavalesco no seu conjunto, um início com o preto da comissão, logo após um jogo de cores nos demais setores.

Alegorias 

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Grandes problemas a Azul e Branca de Meriti teve nesse quesito, tanto na concepção quanto na realização, o carro Abre-Alas, em tom claro apresentava “A Morada dos Deuses”, algumas partes mal acabadas eram vistas, assim como a cabeça pendente de uma escultura que parecia representar Zeus deixou o conjunto visual comprometido, por conta disso, bombeiros acompanharam a alegoria para vê se a cabeça não cairia nos empurradores. A segunda alegoria representou “A Fonte da Juventude”, mesmo sem utilizar água, não se viu na alegoria a facilidade de saber que era uma fonte, fora problemas no acabamentos, o que prejudicou a apresentação do tema, a última alegoria representava o “Elo da Eternidade”, esta alegoria também teve problema em acabamento, fora as cores escolhidas não dava um bom visual para o fechamento da escola. Além das alegorias a Ponte apresentou um Tripé representando as pirâmides, porém este pecou em seu acabamento quebrando a estética e a fluidez das cores daquele setor.

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