O Império da Uva apresentou o enredo “Dos Trilhos do Passado a Um Novo Tempo: Japeri”, uma homenagem à Prefeitura de Japeri, município do estado do Rio de Janeiro. Passando pela chegada dos bandeirantes, construções de igrejas, estradas e ferrovias, os desfile citou os grandes carnavais que aconteciam na cidade e as belezas naturais do município.
Comissão de Frente
A comissão, Junior Ribeiro e Karla Flor, veio representando os bandeirantes, com uma espingarda dourada na mão de cada um e um chapéu, que caiu da cabeça de uma integrante no 1º módulo. Apesar da coreografia rápida e bem executada, não foi possível compreender o significado da apresentação, a coreografia não teve um ponto alto, nem uma ordem nítida, no sentido de contar uma história.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O casal Roberto Vinícius e Klenia Freita, vieram com uma reluzente fantasia dourada e verde, a saia da porta-bandeira era em formato de uma coroa. Além de bem feita, a fantasia do casal era funcional, aparentava ser leve e deu muita liberdade para que ambos realizassem uma apresentação segura. Apesar do forte vento, Klenia manteve o pavilhão desfraldado sem fazer muito esforço.
Enredo
Passeando pela história e símbolos de Japeri, o Império da Uva levou a cidade para dentro da Intendente, uma verdadeira aula de história sobre o município de Japeri. As alas do desfile contaram o enredo de forma cronológica, seguindo a história da cidade, começando com os bandeirantes, que desbravaram as terras, na comissão de frente, até a última alegoria, que representou os voos de asa delta realizados no Pico da Coragem, localizado em Japeri.
Alegorias
A escola apresentou alegorias de fácil compreensão. A primeira era o abre-alas, muito bem acabado, era um trem a fogo, que simbolizava a ferrovia que cortava o município e lhe trouxe moradores e relevância, de uma pacata localidade rural para um dos maiores entreposto ferroviários do Brasil. A segunda alegoria também era um trem, mas desta vez, era um trem da Super Via, do ramal Japeri, com muitas pessoas fazendo parte do carro, o carro fez efeito na avenida, no entanto, o acabamento acabou prejudicando uma plena excelência da alegoria, o uso de spray verde limão para desenhar as portas e janelas do vagão, deixou a alegoria destoante do resto do desfile. A terceira e última alegoria representava a belezas naturais de Japeri, como o Pico da Coragem e a prática de asa delta no local, com componentes em cima e todo trabalhado em tons verdes, o carro continha iluminação própria, o que passou o efeito de selva para o público.
Fantasias
A maioria das alas era monocromáticas, baianas amarelas, ala da prefeitura de Japeri laranja e a ditadura militar verde. O carnavalesco, Clébio de Freitas, usou e abusou de cores fortes, o laranja neon e o verde limão em específico, pois estavam presente em diversas alas. As fantasias estavam todas bem feitas, era visível um trabalho cuidadoso de acabamento e de concepções nada convencionais, exemplo, a ala do funk que majoritariamente roxa, veio com adereços na frente que representavam caixas de som.
Harmonia
Após o carro abre-alas, a escola bradou o samba de ponta a ponta, todas as alas trouxeram um canto forte para a avenida. O carro de som pouco trocou com a bateria, muito provavelmente por conta da dificuldade de se ouvir a bateria pela avenida, mas ambos contribuíram para o desfile forte da escola.
Samba-enredo
Cumprindo a função de contar a história de Japeri, o samba-enredo, composto por Mauro Naval, Ali Gringo Jarb, Gylnei Bueno, Fernando de Lima, Franck Willian, J. Matias, TM, Leozinho Nunes, foi muito bem cantando pela escola na avenida, todos os desfilantes pareciam saber o samba de cor. Além do trabalho do carro de som que soube conduzir o samba de uma maneira quente pela avenida.
Evolução
Apesar da leve acelerada que a escola deu no final da avenida, as alas desfilaram animadas e apresentaram a evolução necessária para a escola sonhar com o topo da tabela.
Outros destaques
Apesar na execução artística comprometida, a alegoria do trem de Japeri tinha o arco da Apoteose atrás, se encaixando com o trecho “O barão vira marquês, com o clamor da ferrovia”, fazendo referência à Marquês de Sapucaí e o trem.