Por Lucas Lunus

Tuiuti Desfile2019 083

Em mais um enredo com forte crítica social, a Paraíso do Tuiuti, vice campeã de 2018, não teve medo de tocar em termos polêmicos como as posições fortemente conservadoras tomadas por alguns políticos e apoiada por uma parcela expressiva da sociedade.

Buscando não permitir que haja retrocesso de conquistas sociais adquiridas neste século, a escola trouxe para o desfile de 2019 a ala “A peleja entre o bode da resistência e a coxinha ultraconservadores” que tem por descrição do carnavalesco Jack Vasconcelos ser a resistência do caprino homenageado no enredo contra as pessoas que apontam a própria arma para “tudo que está aí”.

No aspecto visual, a fantasia trazia uma enorme coxinha e uma arma fazendo alusão a política de armamento do governo atual e ao gesto que ficou famoso entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Para o componente William Barbosa, em seu segundo ano no Tuiuti, a escola trata o assunto de uma forma interessante e acredita que o povo do carnaval vai aprovar.

“Acho que a crítica é importante sim e muito bem vinda. Imagina se liberar a arma? Essa posição arrogante, cega. Acho que reflete bem todas as críticas da escola. O público do carnaval vai amar como no ano passado. Quem não deve gostar, é uma parcela que você só vê na internet. Robô não gosta de carnaval”, ironizou o componente.

coxinha

Desfilando pela primeira vez na escola e feliz por fazer parte do tema tratado pelo Tuiuti, Asley Bessa entende que o alcance do Carnaval possa dar maior visibilidade à discussão.

“A ala é uma alusão ao momento político que o país está passando com o retorno de forças conservadoras que pretendem suprimir direitos. Simboliza a volta de forças autoritárias. Essa discussão é importante por ser em uma festa com um alcance tão ampliado como Carnaval, para que as pessoas possam refletir e se conscientizar”, acredita.

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