O Camisa Verde e Branco realizou no último sábado sua feijoada com a apresentação dos pilotos para o Carnaval 2026. A escola já vinha ensaiando com foco no próximo desfile, mas esta festa marcou o primeiro grande evento após a retomada das atividades da agremiação. O encontro, feito na quadra da agremiação, contou com diversas atrações, incluindo a participação da coirmã Barroca Zona Sul. Depois da apresentação da ala musical do Trevo, ocorreram homenagens feitas pela presidente Érica Ferro e pelo vice-presidente João Victor Ferro. Em seguida, chegou o momento mais esperado: a revelação das fantasias. Enquanto o carnavalesco Guilherme Estevão explicava a concepção e o significado das vestimentas, elas eram exibidas no palco.

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O Carnaval 2026 representa um grande desafio para o Camisa Verde e Branco. O barracão foi reaberto recentemente, pois as atividades estavam suspensas devido a imbróglios judiciais. Com isso, tanto o galpão quanto a quadra permaneceram fechados, impossibilitando o trabalho da equipe. O CARNAVALESCO conversou com Guilherme Estevão, artista responsável pelo desfile do Camisa Verde e Branco no próximo ano. Com o enredo “Abre Caminhos”, o Trevo da Barra Funda irá fechar os desfiles do Grupo Especial, sendo a última escola do sábado.

Respeito com a comunidade

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Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Segundo o artista, a escola se mobilizou para demonstrar maior respeito aos componentes e apresentar como o trabalho vem sendo realizado no barracão. Um tempo recorde foi estipulado para a produção das fantasias. “Foi um carinho a mais com a comunidade. passamos por toda essa turbulência para conseguir iniciar o trabalho. Havia muitas dúvidas no ar e precisávamos mostrar que o trabalho está sendo feito e bem feito. Esta festa marca a retomada da feijoada do Camisa e também serve para mostrar um pouco do que estamos produzindo. Foi um piloto construído em menos de um mês, em tempo recorde. A escola se organizou em projeto, equipe de ateliê e busca de fornecedores. É importante apresentar à comunidade como as fantasias estão sendo confeccionadas. Era uma resposta que precisávamos dar, um gesto de carinho de forma geral”, afirmou.

Apesar dos percalços, o trabalho segue firme

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Guilherme explicou o processo de criação e afirmou que, mesmo com a interrupção das atividades, o desenvolvimento do tema continuou no projeto estético, na sinopse e no samba-enredo. “Executamos o projeto desde abril. Não conseguíamos avançar na execução das fantasias e dos carros porque não podíamos acessar o barracão, mas sabíamos que, assim que isso acontecesse, precisaríamos iniciar tudo com rapidez. A sinopse foi construída desde abril, acompanhamos os compositores no samba-enredo e desenvolvemos fantasias e alegorias. O projeto estético precisou ser ajustado ao tempo disponível para este carnaval. É fazer o melhor dentro dessa nova realidade. Se não tivéssemos começado antes, hoje não conseguiríamos entregar o que estamos realizando”, disse.

União para o sucesso

O carnavalesco afirma que tem recebido total suporte da diretoria e que todos caminham juntos, já que o enredo nasce de uma promessa da presidente Érica Ferro. “O enredo é uma promessa da presidente. Era um desejo dela e da diretoria. Eles me propuseram o desafio e, desde o início, me deram o suporte necessário. As dificuldades vão além do tempo: há a questão do material, da mão de obra e dos custos. A diretoria está se desdobrando para fazermos o melhor dentro dessa realidade. O processo reúne inteligência administrativa e criação estética. Tudo precisa caminhar junto e eu não avanço sem ter todos ao meu lado. A escola inteira está andando na mesma direção”, declarou.
Enredo sobre Exu: uma abordagem diferente.

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Nos últimos anos, quando se fala em Exu na avenida, o desfile da Grande Rio de 2022 se tornou referência. Porém, segundo Guilherme, a proposta do Camisa Verde e Branco segue outro caminho. “Não vamos fazer o Exu da Grande Rio. Aquele desfile foi uma obra de arte. São enredos diferentes. Embora o orixá seja o mesmo, as abordagens são distintas. Nosso objetivo é mostrar os caminhos de energia de Exu e como ele está presente na nossa vida, abrindo caminhos para o povo brasileiro e para o Camisa Verde e Branco. Também há a questão do tempo: Exu encerrou o carnaval de São Paulo e abrirá o próximo. Exu representa continuidade e transformação. Enquanto o caos estava instaurado, conseguimos organizar. Essa é a mensagem dele. Estamos realizando um pré-carnaval carregado da energia de Exu, e por isso o enredo não poderia ser outro”, comentou.

Uma nova experiência profissional

Guilherme Estevão fala sobre sua estreia como carnavalesco solo no carnaval paulistano e diz que deseja corresponder às expectativas.

“É minha estreia como carnavalesco sozinho em São Paulo. Já havia desenhado para outras escolas e participado da produção, mas nunca colocado carnaval na rua assinando sozinho. Está sendo uma oportunidade incrível. Sempre brinco que, no meu caminho, ou trabalho com escolas jovens ou com as matriarcas, como foi com a Mangueira, agora com o Camisa e com a Império da Tijuca. É um grande desafio coordenar uma escola desse porte e definir sua estética e projeto artístico. O trabalho é intenso e cansativo, até porque também atuo na União do Parque Acari, no Rio de Janeiro, mas tem sido produtivo e prazeroso. Espero corresponder à expectativa da comunidade, da presidência e do público de São Paulo e do carnaval em geral. Sei que muitos estão curiosos para ver o que vamos apresentar, e estamos trabalhando diariamente para entregar um grande desfile”, concluiu.

Veja imagens das fantasias

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