O fotógrafo de O Dia se encontrava na capela do Jardim da Saudade, em Mesquita, trabalhando na cobertura do velório de Dicró. Perambulava pelos arredores à procura de um personagem engraçado que lembrasse a curiosa galeria criada pelo sambista.
Caminhava pela calçada, onde foi surpreendido por um carro da polícia, que encostou mais adiante. Do interior do veículo desceram três PMs fardados, bem à vontade. O mais velho, um sargento barrigudo, chamou o fotógrafo:
– O que você tá fazendo aí?
– Cobrindo o velório, ora. – respondeu o rapaz.
O PM esbanjou autoridade:
– Mas o velório é lá dentro e você tá aqui fora, “filmando” tudo. Sabia que você tá numa área de milícia?
O fotógrafo se assustou:
– Não, senhor.
O sargentão engrossou a voz, prosseguindo:
– Quem é que você tá procurando?
O fotógrafo foi obrigado a contar a verdade:
– A “loura do pentelho preto”.