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‘Chapa Quente’ empolga comunidade e MUM canta forte o ‘Brasil cocar’ em ensaio técnico

Bateria da Mocidade Unida da Mooca chegou a fazer uma passada inteira do samba-enredo apenas com a marcação, jogando para os componentes e para as arquibancadas

Por Will Ferreira e fotos de Fábio Martins (Colaboraram Gustavo Lima, Lucas Sampaio, Nabor Salvagnini e Naomi Prado)

Uma boa receita para fazer um bom ensaio técnico, por vezes, é bastante simples. Comece com uma atuação inspirada e ousada da bateria, complemente com uma comunidade aguerrida e sinta a mágica acontecer. Foi exatamente essa a fórmula da Mocidade Unida da Mooca no segundo ensaio técnico da instituição, realizado neste domingo (09 de fevereiro). A agremiação, que desfilará no domingo de carnaval (02 de março), sendo a segunda agremiação na data, levará para a avenida o enredo “Krenak – O presente ancestral”, foi competente na exibição do final de semana.

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Encerrando a série de catorze ensaios técnicos em três dias, a Mocidade Unida da Mooca teve o ensaio técnico avaliado pelo CARNAVALESCO nos quesitos que eram possíveis se avaliar.

Comissão de Frente

MocidadeUnidaDaMooca et ComissaoDeFrente 1

Na coreografia, destaca-se um componente que tinha folhas e penas vermelhas na indumentária. Ele parecia liderar outros originários, que faziam uma dança bastante expressiva na passarela – local onde acontecia boa parte dos atos do segmento. No tripé (inteiramente coberto por sacos pretos, por sinal), quando dançavam, todos pareciam ainda mais integrados.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

No primeiro ensaio técnico da agremiação, a dupla que ostenta o pavilhão oficial da Mocidade Unida da Mooca, Jefferson Gomes e Karina Zamparolli, não esteve presente – pelo que foi apurado pela reportagem, para se precaver de lesões em uma pista que ainda era pouco conhecida pelo mundo do samba paulistano. Agora, mostrando a arte e conhecendo o novo asfalto, ambos tiveram atuação bastante satisfatória. Ambos mostraram bastante sincronia nos giros e na execução dos movimentos pertinentes à integração com o samba-enredo e, também, correção em cada giro na frente dos módulos de jurados.

MocidadeUnidaDaMooca et PrimeiroCasal

Ambos entenderam que a passagem pelo Anhembi foi satisfatória: “A gente também sentiu falta da pista, são muitos anos aqui. A gente voltou bem, deu tudo certo, estou recuperado. Tivemos um tempo mais curto para nos prepararmos para esse ensaio técnico e conseguimos executar tudo – mesmo com muito vento. Conseguimos sair felizes com o ensaio técnico e a escola está muito bem na pista”, destacou Jefferson – que também teve uma recente lesão no tornozelo. Já Karina focou em outros pontos: “A gente sempre tem alguns ajustes, principalmente porque a gente perdeu o primeiro ensaio técnico – que é onde a gente vê realmente os erros. No nosso ponto de vista, foi muito positivo. Acredito que esse curto tempo que tivemos para ensaiar depois da volta do Jefferson, recuperando o pé, e a gente tomando o máximo de cuidado possível, acho que foi muito legal. Claro que tem alguns ajustes, a gente vai fazer até o desfile. O ponto positivo foi a superação do vento: por mais que estivesse ventando, a gente teve força para continuar, com todos os imprevistos que a gente teve ao longo do tempo. Foi muito positivo para nós dois”, comemorou.

Harmonia

O esquenta da Mocidade Unida da Mooca já deixava claro que a escola, novamente, teria ótima noite no quesito. Além de uma surpresa protagonizada pelo presidente Rafael Falanga (veja em “Outros Destaques”), foram executados os sambas-enredo “A Santíssima Trindade de Oyó”, (2018) e “Oyá Helena” (2024). Depois, veio, enfim, o samba-exaltação da agremiação – todos eles cantados com afinco pelos componentes. Já com todo o gás, a comunidade respondeu em ótimo nível – muito embalado, também, pela ousadia da Chapa Quente, bateria da instituição. Comandada por mestre Dennys Silva, os ritmistas fizeram quatro apagões no refrão do meio e executaram uma passada inteira do samba-enredo apenas com a marcação.

MocidadeUnidaDaMooca et InterpretesEmersonDiasGuiCruz

Dennys, por sinal, estava exultante ao falar com a reportagem: “Que loucura! Que felicidade imensa! Nós tivemos várias reuniões pós-ensaio técnico. Foi muito legal, mas são aqueles detalhes. Em resumo: eu queria que hoje fosse oficial. O resumo de hoje é que eu queria que fosse oficial. Só que teve alguns detalhes aqui na linha amarela que nos seguraram um pouquinho aqui para fazer aquela apoteose. Alguém ali deu uma notinha a mais, então não tem nada ganho, não tem nota, não tem nada. Nós vamos trabalhar até o último dia, mas eu quero agradecer demais a todos os meus diretores, a todos os meus ritmistas, apoios e familiares que estão comigo nas piores coisas que eu já passei e até nas melhores. Estou feliz demais!”, comemorou.

MocidadeUnidaDaMooca et Baianas 1

Ele também falou sobre um lado que poucos conhecem sobre mestres de bateria no geral: “Administrar uma bateria não é fácil. O que eu vou enaltecer é que cada um tem a sua responsabilidade dentro dessa bateria. Um é um cara mais do clima, outro é o cara da organização. Hoje nós temos até transporte dentro da bateria, e isso são os ritmistas que se mobilizaram vendo a nossa dificuldade ali no dia a dia. Os 188 ritmistas que vão desfilar estão se respeitando, estão se conhecendo, estão almoçando juntos, jantando juntos, fazendo várias ‘confras’. Tem uma discussão ou outra, mas o que eu mais quero é enaltecer o respeito e a dignidade, a volúpia com que eles vêm para tocar na bateria Chapa Quente, isso não tem preço. Independente de nota, independente de acesso ao Especial, eu quero enaltecer: está sendo a melhor temporada. Que nós consigamos terminá-la com chave de ouro”, elogiou.

Evolução

Além do ótimo desempenho da escola no quesito, chamou atenção um fato que era impossível não ser reparado: diversos integrantes dos grupos cênicos saíram bastante extenuados, com a pele vermelha, de tanta entrega. Por sinal, eram três espaços destinados a tais coreografados – um deles na segunda alegoria, com uma sequência que, aparentemente, mostrava a captura de povos originários com armas de fogo. Quem não participava de tais grupos e podia se movimentar com mais liberdade também colaborou, marcando determinadas partes do samba, se movimentando e explodindo nas horas certas.

MocidadeUnidaDaMooca et 13

Vitor Gabriel, um dos diretores de Carnaval da MUM, gostou do que viu: “Já tínhamos feito um primeiro ensaio bem bacana, mesmo sem as caixas de som ligadas. Pretendíamos ajustar alguns pontos e conseguimos nesse ensaio – como a compactação de alas. As alas mais numerosas estavam todas cantando. Saio muito feliz desse último ensaio e saio ainda mais confiante para o desfile depois desse ensaio. Sentimos que, em algumas alas, as fileiras estavam um pouquinho mais descompactadas. o espaçamento de casal é uma coisa delicada, acho que isso conseguimos acertar do primeiro para o segundo ensaio. além disso, teve a caixa de som – e isso valoriza um pouquinho mais, estimula um pouco mais o componente a cantar. O canto, a compactação da escola foi o que mais evoluiu do primeiro para o segundo ensaio técnico. A energia do pessoal foi muito bacana. Falaram que, mesmo em um contingente menor no primeiro ensaio, a escola veio cantando e conseguiu manter. A escola cantou, vibrou – e o time de canto, mais uma vez, se destacando, tirando uma onda. A bateria do mestre Dennys Silva idem. Acho que conseguimos manter a qualidade nos dois ensaios”, refletiu.

Samba

Em outro acerto da escola no quesito, a obra novamente funcionou muito bem. Extremamente animado e à vontade, Emerson Dias apenas não parece nascido abaixo do viaduto Bresser por conta do sotaque. Após alguns meses fora depois de estar desde 2017 na MUM, Gui Cruz mostrou o quanto está conectado à comunidade ao cantar o samba-exaltação da instituição no meio da bateria, no espaço destinado ao mestre Dennys Silva.

MocidadeUnidaDaMooca et 12

Emerson destacou a força da canção: “Foi muito bom O samba está na boca do povo, é um samba que o povo consegue cantar, brincar e, mais importante, passa a mensagem corresponde, a galera corresponde, o povo vem para dentro – principalmente nos apagões que fizemos aqui. Foi bem satisfatório, tal qual o desempenho da nossa equipe, também maravilhosa. Agora, estamos quase prontos para o desfile”, definiu. Gui Cruz concordou: “Conseguimos alinhar um pouco mais da técnica com o clima – e o clima da escola hoje foi maravilhoso. Conseguimos, também, passar esse clima para a escola. hoje foi um ensaio maravilhoso e, no dia 02, vai ser melhor ainda”, comentou.

MocidadeUnidaDaMooca et PresidenteFalangaLiderancas

Para a dupla de intérpretes, o segundo ensaio técnico foi melhor que o primeiro: “Sempre a energia melhora – e, quando a energia pega… na minha concepção, a energia que hoje está na atmosfera da Mocidade Unida da Mooca é energia de título, de ascensão. Mantivemos a Harmonia e a pegada, mantivemos a concepção e o andamento. Isso foi muito importante para poder ter mais ou menos o parâmetro para o dia oficial de desfile, resumiu. Gui concordou: “Conseguimos passar nosso clima para a escola. A escola cantou muito hoje – principalmente com o lance dos apagões. É uma escola que canta demais! Acho que a responsabilidade do carro de som é essa: impulsionar o povo a cantar. Se o povo cantou muito, acho que a gente conseguiu cumprir com o nosso papel. Não só manteve como melhorou o clima da escola. Foi maravilhoso, o povo está cantando demais”, pontuou.

Outros Destaques

MocidadeUnidaDaMooca et MestreDennys

Na noite anterior ao segundo ensaio técnico da Mocidade Unida da Mooca foi realizado o concurso que elegeu a corte do carnaval da União das Escolas de Samba Paulistana (UESP), responsável pela organização dos grupos de escolas de samba abaixo da Liga-SP. Nele, Maria Eduarda, popularmente conhecida como Nega Du, foi eleita a rainha, enquanto Kauã Nogueira conquistou a honraria de ser o Passista de Ouro. Ambos são ligados à Joia da Coroa, agremiação ligada à MUM e fundada para desenvolver novas gerações de sambistas, valorizar os talentos e dar oportunidades. Com base em tal eleição, Rafael Falanga, anunciou que Nega Du se tornou a musa da ala musical da Mocidade Unida da Mooca, enquanto Kauã será o destaque de chão, logo à frente do terceiro carro da instituição.

Também é importante destacar o bom gosto na escolha da indumentária da ala das baianas, inteira em tons terrosos – além de bonito, também com grande conexão com o enredo.

Veja mais imagens do ensaio

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