O Barroca Zona Sul foi uma das escolas que mais mexeu com o público durante o ciclo carnavalesco para os desfiles de 2025. Embalado pelo arrasa-quarteirão samba “Os Nove Oruns de Iansã” (vencedor do Estrela do Carnaval, organizado e concedido pelo CARNAVALESCO, na categoria “melhor samba-enredo de 2025”), a agremiação teve problemas com o segundo carro alegórico – resultando na décima segunda colocação do Grupo Especial, a última antes do grupo de escolas que são rebaixadas para o Grupo de Acesso I. Esse, entretanto, não foi o único ponto da verde e rosa a ser penalizado na apuração.

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Para falar sobre questões relativas aos sambas-enredo da agremiação e também sobre os quesitos estéticos da Faculdade do Samba, Ewerton Rodrigo Ramos Sampaio, popularmente conhecido como Cebolinha, falou com a reportagem do CARNAVALESCO pouco depois da gravação do clipe do samba-enredo do Barroca Zona Sul de 2026, que embalará o desfile de “Oro Mi Maió Oxum”, assinado pelo carnavalesco Pedro Alexandre, popularmente conhecido como Magoo.

Tradição musical

Há anos, o Barroca é elogiado pela qualidade dos sambas-enredo que leva para a avenida. Se a canção de 2025 “furou a bolha”, temporadas anteriores já marcavam ótimas obras da agremiação do Jabaquara. Cebolinha destacou que tal identidade é fruto de uma construção de uma década: “Referente à questão do samba, a gente já tem um time de compositores formado. Ao longo do tempo, grandes sambas vêm sendo aclamados e estão acontecendo no Barroca Zona Sul. Desde 2015, o Barroca vem trazendo grandes sambas para a avenida. Em 2025, foi um samba fora da casinha. A gente só deu sequência, a gente quer sambas no mesmo nível. O samba de 2026 também já aconteceu, também. Estamos no caminho certo”, comemorou.

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Foto: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Vale destacar que o ano citado por Cebolinha coincide com a temporada em que ele começou a presidir a escola, sucedendo Gerado Sampaio Neto, popularmente conhecido como Borjão, pai dele próprio e tido como um dos grandes baluartes da história verde e rosa e do carnaval paulistano como um todo.

Empolgação verde e rosa

Para 2026, de acordo com Cebolinha, a comunidade da Faculdade do Samba virá no mesmo ritmo que nos anos anteriores: “A comunidade já vem muito empolgada com o samba para 2026! Todos vêm acompanhando e vêm trabalhando muito em cima desse samba, todos estão bastante contentes. O resultado disso tudo virá na pista, como a gente fala. Em 2025, a gente acertou em muita coisa. No dia, acabou tendo uma fatalidade que aconteceu e o resultado não veio a ser melhor. Mas, claro, vamos trabalhar para isso não acontecer no próximo ano”, disse.

Quesitos estéticos

Se pontos de avaliação ligados ao samba-enredo estão em alta no Barroca Zona Sul, os que dependem de imagens vêm sendo penalizados pelos jurados. Desde 2014, até onde foi possível para a reportagem pesquisar os mapas completos de notas da agremiação, a Faculdade do Samba não consegue gabaritar os quesitos Alegoria e Fantasia.
Para explicar com riqueza detalhes o próprio pensamento, Cebolinha preferiu destrinchar cada um dos itens de julgamento: “Falando primeiramente do quesito alegoria, para mim, foi um dos conjuntos mais bonitos do carnaval. A gente perdeu só um décimo de alegoria, no caso, referente à batida do carro. Na realidade, a gente trouxe a nota – a batida que nos fez ser despontuados”, comentou.

O outro ponto, obviamente, também foi abordado por Cebolinha: “Em relação ao quesito Fantasia, é o que a gente fala: é um cuidado muito grande. A escola, visualmente, melhorou muito. A gente está falando de 1.500, 2.000 pessoas. Às vezes, pode acontecer de um adereço cair… é uma questão que acontece às vezes, uma fatalidade. A escola está trabalhando muito bem em cima da parte plástica, o visual da escola está cada vez melhor e a tendência, pode esperar, é que, em 2026, a parte plástica vai surpreender muita gente”, finalizou.

No quesito Alegoria, o Barroca perdeu um décimo na primeira cabine de jurados (que foi descartado por ter sido a nota mais baixa no conjunto de avaliações); já em Fantasia, foram dois décimos perdidos: um no segundo e outro no terceiro módulo.