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Cátia Drumond: resgate e a revolução na Imperatriz Leopoldinense

Presidente da escola fala sobre gestão, desafios, projetos sociais e a busca pelo título do Carnaval 2025

O CARNAVALESCO abre a série de entrevistas com representantes das escolas de samba do Grupo Especial. A primeira convidada é Cátia Drumond. Confira abaixo a entrevista completa.

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Foto: Reprodução/Instagram

Presidente, faz um balanço da gestão Cátia Drumond até hoje.

“Uma gestão super positiva. Comecei com o décimo lugar, consegui manter a Imperatriz no Grupo Especial. Sempre digo que não era um décimo. Deveria ser um sexto ou sétimo. Mas fui feliz em 2022; em 2023 veio o campeonato; em 2024, o vice-campeonato. Não posso reclamar. O saldo é positivo. Vamos trabalhar para, em 2025, trazer o campeonato de novo”.

Qual é a maior virtude dessa sua gestão?

“Humildade. Acho que primeiro a humildade, depois a maneira que temos de nos organizar. A mulher é muito mais organizada que o homem. Consegui entrar na casa e falar: ‘Mamãe tá aqui, vamos organizar a família, botar o pé no chão que a gente vai conseguir ir longe’. Nós fomos, estamos indo bem longe e vamos mais ainda”.

Você falou da mamãe. Gosta de dizer “mamãe está on”?

“Eu curto tudo. É mamãe, é titia, mas é mais mamãe. É uma forma de o componente ou o torcedor da Imperatriz expressar o carinho que sentem por mim”.

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Foto; Nelson Malfacini/Imperatriz

Muitos dizem que você está transformando a Imperatriz numa escola vibrante, alegre, com o Complexo participando e a quadra cheia de jovens. O que sente com isso?

“Sinto o resgate da comunidade e o interesse dos pequenos. Hoje vemos muitas crianças e adolescentes nos ensaios. Estamos alcançando o objetivo de ter uma Imperatriz mais jovem, solta e feliz”.

Você falou dos pequenos. Vai ter escola mirim da Imperatriz ou não pensa nisso?

“Penso, sim, e com carinho. Mas, no momento, meu foco é a Imperatriz dos adultos. Abrimos espaço para as crianças do Instituto participarem dos ensaios de rua. Quem sabe, em breve, teremos uma escola mirim”.

O que podemos esperar da quadra para 2025/26? Comprou o terreno. O que o público verá no Carnaval de 2026?

“Vamos tentar fazer todas as modificações durante a pausa da quadra: ampliar o palco, deslocá-lo para trás, realocar a bateria atrás do palco, criar um novo lado só de camarotes e aumentar a área inferior para mais conforto”.

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Foto; Nelson Malfacini/Imperatriz

Quando dizem que a presidente Cátia é polêmica na Liesa, que “fala mesmo”, isso é a mãe defendendo o filho ou um perfil herdado do seu pai?

“Tenho um pouco do Seu Luizinho. Dizem que sou o “Luizinho de saia”. Mas não é ser polêmica, é ser justa. Discuto tudo na plenária, defendendo a Imperatriz e o espetáculo. Não podemos pensar só no nosso umbigo”.

Renovou contratos antes do carnaval, mesmo com a equipe sendo cobiçada. Por que garantir tudo tão cedo?

“Em 2023, renovei 30 dias antes do carnaval. Este ano, dei uma viagem à Bahia para a equipe descontrair. Sei que são cobiçados, blindo minha escola. Renovar 40 dias antes não faz diferença”.

Qual o peso de desfilar no segundo dia, junto com a atual campeã Viradouro?

“A página virou. Domingo será equilibrado, com quatro grandes escolas. Respeito a Viradouro, mas quero que meu melhor supere o dela. Fora da avenida, somos amigos”.

Como é a rivalidade com a Viradouro? É só na pista?

“Todo presidente quer ganhar, mas fora da avenida nos damos bem. A rivalidade é dos torcedores. Se uma escola merece o título, batemos palmas. Espero o mesmo quando for minha vez”.

Lara (UPM) diz que você é um exemplo. Como se sente?

“Fico feliz. Ela até me chama de mamãe. Lara é jovem e apaixonada pela escola, como eu. Desejo que ela e a UPM tenham sucesso e permaneçam no Grupo Especial”.

O que espera do João, seu filho, no carnaval? Se ele quiser ser presidente da Liesa ou da Imperatriz, o que deseja?

“João é humilde e dedicado. Desejo que ele se forme na faculdade. Ser presidente da Imperatriz? A hora dele chegará. Da Liesa? Acho que não pensa nisso ainda”.

Cátia Drumond seria presidente da Liesa um dia?

“Nunca. Para estar na Liesa, teria que largar a Imperatriz de verdade. Não tenho essa vontade”.

Qual herança recebeu do seu pai na administração da escola?

“Respeito e amor. Meu pai me ensinou tudo. Hoje, sou presidente completa porque passei por todos os estágios na escola. Sinto falta dele, mas honro seu legado”.

O CARNAVALESCO elogia os ensaios de rua da Imperatriz como os melhores. Como chegaram a esse nível?

“Ver a felicidade da comunidade não tem preço. O morador não lembrava que a Imperatriz era do bairro. Hoje, nos agradecem pelo resgate. Isso conquistamos com trabalho”.

Fale sobre Leandro Vieira. Você pediu um título a ele, e ele entregou. O que ainda espera?

“Não pedi um título, mas sim a equipe dos meus sonhos. Leandro é um fenômeno. Espero que seja minha Rosa Magalhães. Sou fã dele e da equipe que construímos”.

A contratação do Pitty de Menezes foi seu maior gol?

“Pitty foi um gol de placa, assim como a volta do Felipe e o reencontro da Rafa. Tenho um timaço nas mãos. Por isso luto para blindá-los”.

Se Imperatriz e Viradouro desfilarem bem, os jurados darão nota 10 ou segurarão?

“Devem dar o 10. Se segurarem, só nos resta reclamar na Liesa. Mas, se passarmos bem, brigaremos pelo título”.

O orgulho de ser do Complexo do Alemão é marca da escola?

“Tenho orgulho de sermos da favela, do povo, do CPX. Mas a Imperatriz é de toda a Leopoldina”.

Como é o trabalho social do Instituto?

“Queremos oferecer cursos para jovens e crianças. Após o carnaval, focaremos em ocupá-los com atividades como balé e capoeira”.

Já pensa em enredos para 2026?

“Leandro já tem o de 2026. Não sou curiosa. Em 2025, ele revelou o tema durante um almoço, quando todos se vestiram de branco a meu pedido”.

O que esperar do enredo afro em 2025?

“Uma Imperatriz macumbeira, mas da paz. O desfile será emocionante, principalmente para quem conhece a religião. É o melhor trabalho do Leandro na escola”.

Como a Imperatriz consegue começar os preparativos tão cedo?

“É gestão. Com premiação antecipada, começamos em maio/junho. Este ano, o barracão está 98% pronto (há mais de 20 dias que foi a entrevista)”.

A polêmica do tripé na comissão de frente: qual sua posição?

“Defendo padronização para todas. O tripé tirou o protagonismo do casal e do abre-alas. Mantivemos por respeito ao espetáculo, mas preferiria equilíbrio”.

Por que reforçar a comissão de frente com Patrick Carvalho?

“Patrick é nota 10. Queremos uma comissão arrebentadora, pois é um dos momentos mais esperados. Seu trabalho é emocionante, especialmente para quem é da religião”.

O desfile de 2025 será emocionante?

“Sim. O enredo para Oxalá tem uma pegada serena, mas profunda. Quem conhece a história vai se emocionar”.

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