Vice-campeã do Grupo Especial em 2025, a Acadêmicos do Tatuapé tem alguns quesitos mais do que seguros: reconhecidos por todo o carnaval paulistano. Além da Harmonia sempre digna de aplausos, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da instituição, Diego do Nascimento e Jussara de Sousa, é um dos mais aclamados da atualidade – além de ter uma longa trajetória na instituição. Em 2025, eles novamente foram vencedores do Estrela do Carnaval, organizado e entregue pelo CARNAVALESCO, na categoria “Melhor Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira” e foram fundamentais para a ótima colocação do desfile com o enredo “Justiça – A Injustiça Num Lugar Qualquer É Uma Ameaça À Justiça Em Todo Lugar” da azul e branca.

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Fotos: Gustavo Lima e Will Ferreira/CARNAVALESCO

Impacto das mudanças

Tal qual já tinha acontecido nos desfiles da cidade de São Paulo de 2024, o regulamento para 2025 novamente teve alterações sensíveis em alguns quesitos – e Mestre-Sala e Porta-Bandeira foi um deles. Ao falar com a reportagem, Jussara destacou que a dança da dupla sofreu modificações de acordo com os novos balizamentos: “Nosso sentimento é de dever cumprido. Nós realizamos um trabalho muito intenso neste ciclo – até mesmo pela troca de jurados que aconteceu. A gente teve algumas alterações e a gente teve que considerar algumas coisas referente à apresentação e à movimentação de pista. A Tatuapé deu todo o suporte para a gente realizar um trabalho confortável, um trabalho em que a gente se sentisse seguro e conquistasse mais uma vez a nota para ajudar a escola a desfilar novamente no Desfile das Campeãs. Isso é muito bom”, relembrou.

Diego concordou com a companheira: “É basicamente isso que a Ju falou. Nosso sentimento é o resultado de um trabalho intenso e muito árduo. Fizemos algumas modificações, como a Ju falou, pela questão da mudança de jurados, também. A gente faz o possível para entrar com o regulamento debaixo do braço. Se o jogo tem regras, a gente tem que segui-las. A gente faz exatamente isso para poder entrar na pista e ajudar da melhor maneira possível a Tatuapé”, afirmou o prático mestre-sala.

Excelência há tempos

Diego e Jussara são os responsáveis por conduzir o pavilhão azul e branco desde 2012. Naquele ano, a Acadêmicos do Tatuapé se reencontrou com a própria história. Após décadas em divisões inferiores, a escola retornou ao Grupo Especial em 2004, permanecendo na elite até 2006. Até retornar ao pelotão principal, a escola chegou a disputar o Grupo 1 da UESP (União das Escolas de Samba Paulistanas), então terceira divisão do carnaval paulistano. No supracitado ano de 2012, a agremiação da Zona Leste foi vice-campeã do Grupo de Acesso – e, desde então, não saiu mais do suprassumo da folia paulistana.

De lá para cá, são dois títulos, dois vice-campeonatos e oito retornos ao Desfile das Campeãs. Há, também, o maior indicativo do quanto o casal é de altíssimo nível: desde 2018, a dupla traz nota máxima no quesito em que ambos são os únicos responsáveis pela nota.

Ao serem perguntados sobre qual o segredo para manter o nível de atuação sempre tão alto, a dupla fez questão de exaltar a comunidade da Zona Leste: “Creio que não tem segredo. É aquela questão: quando se faz o que gosta, quando se faz o que ama, as coisas fluem naturalmente. A gente ostenta o pavilhão da Tatuapé, a gente coloca toda a nossa dedicação ali, todo o nosso coração, porque a gente sabe que tem uma comunidade inteira que briga, que chora, que idolatra o pavilhão – como nós também fazemos isso por eles e pelo pavilhão. Acaba acontecendo naturalmente, a gente só coloca o nosso coração fazendo aquilo que a gente ama”, comentou Diego.

Jussara disse palavras semelhantes: “É o querer fazer o bem, o querer fazer as coisas da maneira que tem que ser. Na verdade, é uma troca: a escola deu a oportunidade de nós sermos o primeiro casal no Grupo Especial. De 2014 para cá a escola teve uma imensa evolução e a gente está acompanhando isso, tendo resultados positivos, sempre ajudando para que a gente consiga as notas máximas. É isso que importa: é o querer fazer bem e o querer ser da tua pele”, finalizou.