Após dois anos de carnaval paralisado devido à pandemia do Covid-19, que impossibilitou o encontro entre os seres, a festa está de volta e neste ano de 2022, passou pela avenida no segundo dia de desfiles, a Inocentes de Belford Roxo e seu enredo que promoveu um encontro de humanidades. A escola entregou uma aula de ancestralidade na Sapucaí por meio do enredo ‘A meia-noite dos Tambores Silenciosos’.

Trata-se de um ritual que trabalha com o encontro e a troca de energias entre òrunàiyé (òrun – reino espiritual e àiyé reino da matéria). É momento sagrado para os povos de origem Banto e é òrunàiyé que o primeiro casal representou na avenida na sua apresentação no segundo dia de desfiles na Marquês de Sapucaí.

Após muita superação através de harmonia e garra, o casal formado pelo mestre-sala Douglas Valle e a porta-bandeira Jaçanã Ribeiro apresentou lindo espetáculo na avenida. Em entrevista para a equipe do site CARNAVALESCO, falaram da importância da temática.

“É uma honra estar dentro desse enredo e essa fantasia traz a lembrança de que meia noite é o começo do ritual, então hoje estamos representando o início de tudo. Muito feliz” disse Douglas.

“Essa penumbra significa todo o nosso enredo. Significa a lembrança de que a meia noite os Tambores Silenciosos fazem homenagem aos seus mortos que sofreram no trajeto dos navios negreiros que desembarcaram no Brasil”, contou Jaçanã.

Fora a coreografia do casal, a representativa veio de forma luxuosa na fantasia de ambos. Predominantemente negras, as duas fantasias vieram com detalhes nas cores prata e azul. Também receberam um colorido especial nas abundantes penas que formavam a saia da porta-bandeira e as costas do mestre-sala. Na cabeças, os dois usaram um adereço que remetia ao fogo de uma vela . Outro destaque da fantasia está no grande relógio prateado, branco e preto que envolvia a cintura de Jaçanã. A hora registrada era a meia-noite.

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