Uma bateria que praticamente gabaritou, desde 2010, o julgamento do segmento. Com a fantasia “Capitão patrão da marujada”, o mestre Casagrande entrou na Marquês de Sapucaí comandando os ritmistas da Unidos da Tijuca. O segmento representou a marujada e suas cantorias, que retratavam as travessias marítimas da luta contra os invasores.
Em entrevista ao site CARNAVALESCO, Casagrande, um dos mestres de bateria mais renomados do carnaval carioca, falou sobre a mensagem que a bateria representou, opinou sobre o enredo, além de contar qual o segredo para manter o alto nível e desempenho apresentados nos carnavais da Azul e Dourado.
Para o mestre de bateria, a fantasia estava leve e era bem tranquila, facilitando o trabalho dos ritmistas na Marquês de Sapucaí. Ele destacou que esse é um pedido que sempre faz aos carnavalescos.
“Está tudo dentro do enredo. A fantasia está realmente muito prática e muito boa. Ela também é muito funcional para a gente – é um pedido que eu sempre faço para os carnavalescos. Fomos atendidos e nós estamos muito satisfeitos. A marujada estava pronta para tocar para a escola e fazer um bom desempenho – o que é o mais importante”, disse Casagrande.
O mestre destacou que fazia tempo que a Unidos da Tijuca não trazia para a Passarela do Samba um enredo afro. Para Casagrande, um enredo desse tipo, além de falar da Bahia, é sempre muito bom.
“Esse é um enredo realmente muito bom. Falar de Bahia e um enredo afro é sempre bom. A gente tinha uma expectativa muito grande, até porque fazia muito tempo que a Tijuca não colocava um enredo afro na Avenida. O importante é fazer valer a escolha do enredo. A escola canta muito, a bateria sempre muito bem ensaiada”, comentou o mestre de bateria da Unidos da Tijuca.
De acordo com as notas ao longo da última década, uma das melhores baterias do carnaval carioca. O mestre Casagrande revelou que o segredo é ter foco e fazer o simples, atuando de acordo com o regulamento.
“O segredo é muito ensaio, foco e bastante disciplina em questão de ritmo – muito bem ensaiada e focada. Nós acreditamos que sempre o menos é mais, então nós procuramos sempre não ficar inventando muito. A gente já parte da nota dez, então só basta manter. Tentamos manter hoje. A gente não tem o costume de fazer muita coisa especial não. A gente joga pelo regulamento e colocamos ele debaixo do braço. Eu não faço bossa, eu faço convenção musical. São três convenções musicais dentro da melodia do samba e muito bem encaixadas. Uma fácil leitura para o julgador entender bem. A ideia é facilitar o julgamento do jurado.”, explicou o mestre.